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Julián Álvarez parece ter nascido para formar par com Messi. Cria do Atlético Calchín e do River Plate na base, o jovem empilha títulos. Tem no currículo Campeonato Argentino, Libertadores, Pré-Olímpico, Copa América e está a um jogo de ajudar a Argentina a encerrar abstinência de 28 anos sem título desde a apoteose de Maradona, em 1986, no México.
Eleito Rei da América em 2021, o atacante chamou a atenção do técnico Pep Guardiola. O Manchester City desembolsou 25 milhões de euros por ele. Quem vê Julián Álvarez passar pela zona mista, espaço para o contato da imprensa com os jogadores, testemunha a simplicidade de um jogador profissional, mas com fisionomia de adolescente. As declarações exalam humildade.
Simplicidade, inclusive, para explicar o apelido de "homem-aranha". Nada a ver com o personagem. O irmão mais velho, Rafael, o apelidou assim por causa da facilidade para dominar a bola dentro da área com seus tentáculos. Foi bem assim, mesmo, no primeiro gol dele contra a Croácia. Ninguém conseguia tirar a pelota do Spider Man. Em 2015, Álvarez participou da gravação de um vídeo com o elenco do River Plate para felicitar Messi pelo aniversário de 28 anos. Hoje, abraça o ídolo em campo depois de fazer gol. A fase é tão boa que ele ganhou apelido dos fãs: Edson "Aranha" do Nascimento. Referência a Pelé.
Motivo: Julián Álvarez se tornou o jogador mais jovem a marcar dois gols em uma semifinal de Copa do Mundo desde Pelé, em 1958, na Suécia. Ele anotou dois contra a Croácia, aos 22 anos e 316 dias. O Rei tinha 17 anos e 249 dias quando fez três na goleada do Brasil por 5 x 2 sobre a França na semi do Mundial de 1958.
"Senti uma sensação de merecimento. Chegar à final é o que a gente queria. Como todo país é uma grande alegria para todos nós. Uma grande alegria o que conseguimos", afirmou Julián Álvarez depois do triunfo de terça-feira.
De 0 a 4
Companheiro de ataque dos pontas Mbappé e Dembélé no ataque possante da França, Olivier Giroud saiu em baixa da Copa de 2018. Ganhou o título, mas o ego estava em baixa. Participou da campanha do bicampeonato sem balançar a rede. Uma das consequências naturais foi a volta de Karim Benzema às listas do treinador Didier Deschamps. Giroud seria reserva do jogador eleito Bola de Ouro em 2022 pela revista France Football. No entanto, a lesão do titular mudou a comissão de frente gaulesa.
Os críticos tiveram de engolir Giroud como titular pela segunda Copa do Mundo consecutiva e ele não decepcionou. Assim como Álvarez, acumula quatro gols na campanha. Um a menos que Messi e Mbappé. O centroavante usou o desafio para reescrever a própria história. Usou a oportunidade para quebrar o recorde da lenda Thievy Henry e se tornou o maior artilheiro da história da seleção francesa. Tudo o que era duvidoso em 2018 virou certeza em 2022.
Em fase iluminada, Giroud tem capacidade de assumir o protagonismo na decisão. Fez dois gols contra a Austrália, um diante da Polônia e outro no combate com a Inglaterra nas quartas de final. Didier Deschamps confia nele.
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Depois dos tempos difíceis na Copa da Rússia, Giroud se dá ao luxo de escolher a relevância dos gols. Decisivo contra a Inglaterra, o centroavante do Milan escolheu. "Foi um sentimento incrível quando marquei o gol. Diferente do último, quando alcancei o recorde. Este significou muito para mim", disse o atacante. "Eu não gosto de falar de mim, porque acho que foi uma vitória do time. Foi um trabalho incrível da equipe. E acreditamos até o fim que poderíamos vencer o jogo", celebrou Giroud.
Campeão sem fazer gol em 2018, ele terá nova chance de brilhar em uma final. "Não estamos com excesso de confiança, mas confiamos no time. Sabemos da nossa qualidade", diz.