Argentina e França prometem uma intensa final na Copa do Mundo Qatar-2022. Uma partida na mesma medida do último encontro, na Rússia, em 2018. Quatro anos, cinco meses e 19 dias depois, ambos bicampeões mundiais voltam a se enfrentar em busca da terceira estrela na camisa.
Na ocaisão, os franceses entraram no campo da Arena Kazan como líderes do Grupo C, após superarem Austrália e Peru e empatarem sem gols com a Dinamarca. Os argentinos tiveram vida complicada ao fechar o Grupo D no segundo lugar: tropeçaram no empate por 1 x 1 com a Islândia, foram goleados pela Croácia e salvos no final do confronto a Nigéria.
Entretanto, com a bola rolando, a realidade não se mostrava discrepante como a crença prévia. Mesmo com o placar aberto relativamente cedo, com Griezmann convertendo pênalti aos 13, não demorou para a reação hermana vir à tona. Di María acertou um golaço de longa distância para empatar a partida.
No segundo tempo, um festival de emoções e de bolas na rede. Gabriel Mercado, hoje no Internacional, virou o jogo para a albiceleste aos três minutos. Les Bleus encontraram força e boa pontaria para dar a reviravolta no duelo. No intervalo de 11 minutos, Benjamin Pavard encantou o mundo com o gol mais belo daquele Mundial e Mbappé deixou a sua marca duas vezes para garantir a classificação, levemente apertada ao final com um gol de Aguero aos 48, sem tempo para o empate.
Os tentos registrados, inclusive, fizeram daquela partida a mais goleadora da edição no mata-mata. Junto dela, ambos jogos da segunda rodada do Grupo G terminaram com sete unidades no placar, com a goleada inglesa por 6 x 1 no Panamá, a maior de 2018, e com os 5 x 2 da Bélgica contra a Tunísia.
Os dias seguintes
Como efeito imediato, o técnico Jorge Sampaoli deixaria a Argentina naquela que foi considerada uma campanha fracassada. Em seu lugar, foi efetivado o então auxiliar técnico Lionel Scaloni, quem dignificou a albiceleste com a semifinal da Copa América de 2019 e trouxe o título em 2021 diante do Brasil, em pleno Maracanã, para tirar os hermanos de uma fila de 28 anos sem taças.
Na sequência do mundial russo, os franceses se coroaram com o troféu ao despachar Uruguai, Bélgica e Croácia para comprovar a força de uma geração nova e promissora. No meio do caminho para a atual campanha, o tropeço na Eurocopa de 2021, nos pênaltis, diante da Suíça, não interferiu na caminhada do treinador Didier Deschamps para mais uma decisão.
De Kazan a Lusail, além de uma distância aproximada de 4,8 mil quilômetros, as formações encontraram reformas em seus elencos na luta pelo tricampeonato. Os argentinos renovaram quase todos seus homens, com 19 dos 26 atletas como novatos. Messi e Otamendi, titulares do jogo de eliminação, são peças insubstituíveis. Tagliafico e Acuña disputam a lateral-esquerda, enquanto Di María corre contra o tempo para estar saudável e à disposição. Dybala segue como opção entre os reservas e pode não entrar, como naquelas oitavas.
Do lado francês, a impressão de resiliência do elenco assusta mesmo em meio às lesões de Benzema, Kanté, Pogba, Varane e Lucas Hernández. Destes, apenas o atual dono da Bola de Ouro não estava presente na formação inicial em relação ao jogo em questão, por não ter sido convocado. Enquanto o quarteto fundamental dos francos segue na titularidade, formado por Lloris, Mbappé, Griezmann e Giroud, Pavard, autor do golaço de empate a dois gols, tende a ser opção entre os suplentes.
*Estagiário sob supervisão de Victor Parrini