COPA DO MUNDO

'Se tiver que dançar, vou dançar', avisa Tite aos críticos das comemorações

Em defesa da alegria do elenco, técnico da Seleção critica quem não conhece a cultura do país e explica que a participação em celebrações como a do pombo é conexão com novas gerações

Doha — Combustível para polêmica na Europa e causadora de incômodos na Copa do Mundo, as dancinhas do Brasil nas comemorações dos gols ganharam definitivamente um fiel escudeiro: o técnico Tite. Na entrevista desta quinta-feira (8/12), na véspera do duelo contra a Croácia, às 12h (de Brasília), pelas quartas de final, ele atribuiu a participação nas celebrações a uma conexão com a geração de torcedores mais jovens da geração de Richarlison, Vinicius Junior, Raphinha entre outros, alguns deles, brincou o treinador, com idade para serem seus filhos e até netos Um dos críticos das encenações é o ex-jogador irlandês Roy Keane.

“Eu não consigo acreditar no que vejo. Nunca vi tanta dança. É como assistir Dança dos Famosos. Eu sei que tem o ponto da cultura, mas acho realmente desrespeitoso com o adversário. São quatro (gols) e eles fazem toda vez. A primeira dancinha, ou seja, lá o que façam, tudo bem. E então o técnico se envolve. Não fico feliz com isso. Não acho isso nada bom”, opinou o ex-jogador do Manchester United depois da vitória da classificação do Brasil.

Na contramão de Keane, o ex-zagueiro e roqueiro Alexi Lalas, referência dos Estados Unidos na Copa de 1994, defendeu os brasileiros. “Se você é alguém por aí que reclama e resmunga sobre jogadores de futebol dançando depois de marcar um gol ou sobre jogadores de futebol brasileiros dançando depois de marcar um gol, tenho um conceito equivocado sobre espírito esportivo em uma Copa do Mundo. Sinto muito por você, sinto muito pela vida que você leva, que não tem alegria, nem amor, nem paixão”, contra-atacou.

Tite blindou os comandados mais de uma vez nas perguntas de jornalistas estrangeiros sobre os temas e disse que até ele entrará na brincadeira se o Brasil balançar a rede contra a Croácia. “Se eu tiver que dançar, vou dançar. Só tenho que treinar mais. O meu pescoço é duro”, brincou, referindo-se ao desafio de fazer a dança do pombo. Ele participou da coreografia na última segunda-feira na celebração do terceiro gol do centroavante contra a Coreia do Sul.

Tite explicou à imprensa internacional que as comemorações não são imposições dele nem menosprezo a ninguém. “Não é minha Seleção. É a Seleção Brasileira, da qual tenho responsabilidade de ser técnico. Eu lastimo muito quem não conhece a história e a cultura do Brasil, o jeito de ser. Eu respeito a cultura e o jeito que eu sou, a Seleção que trabalho. É a cultura brasileira, e ela não vai desmerecer nenhum outro. É a nossa forma de ser”, argumentou.