Doha — Primeiro técnico africano e árabe a alcançar as quartas de final da Copa do Mundo, Walid Regragui foi aplaudido mais de uma vez pelos jornalistas marroquinos na sala de ccnferência depois da vitória por 3 x 0 nos pênaltis contra a Espanha nesta sexta-feira, no Estádio da Educação, depois do empate por 0 x 0 no tempo normal e na prorrogação. Apesar do feito inédito, o treinador minimizou o feito de almanaque. “A nacionalidade não importa. O passaporte não importa”, afirmou no raríssimo momento em falou sério. Descontraído, o vice-campeão da Copa Africana de Nações em 2004 como jogador de Marrocos curtiu o momento.
Riu, brincou com repórteres e até se espreguiçou na cadeira depois de afirmar que não havia entendido uma pergunta em inglês porque estava cansado. O tema era sobre a quantidade de jogadores nascidos fora de Marrocos entre os heróis. “Nós tivemos problemas com isso no início, mas hoje eles patentearam que são todos marroquinos”, ponderou.
Regragui exaltou a exibição valente de Marrocos. “Nós fizemos um jogo enorme. “Os nossos jogadores seguiram as nossas instruções. Tínhamos noção de que uma hora cansaríamos, mas a intenção era suportar a partida até o fim. Entramos para a história. Essa vitória é dedicada ao povo marroquino”, emocionou-se sentando ao lado do goleiro Bono.
O técnico diz o que motivou Marrocos. “O sonho. Eu sempre falei isso para os meus jogadores. É preciso ter energia, amor. Com isso ganhamos o jogo. Vamos descansar antes de pensar no próximo adversário”, afirmou com um semblante incrédulo com o que acabara de acontecer.
Esta é a melhor campanha de Marrocos na Copa do Mundo. Potência no atletismo nos Jogos Olimpicos, o país havia alcançado as oitavas de final em 1986, no México. À época, o torneio era disputado por 24 países. A seleção enfrentou a Alemanha Ocidental à época nas oitavas de final e deu adeus ao torneio.