Doha — Tite entrou na sala de conferências como de praxe. Acompanhado pelo batalhão de colaboradores da comissão técnica e dessa vez, também, pelo presidente da CBF, que acumula o cargo de chefe da delegação. Feliz em um dos corredores, o cartola viu o treinador um velho mantra ao se referir ao triunfo por 4 x 1 contra a Coreia do Sul três dias depois do vexame diante de Camarões na última rodada da fase de grupos: “Equilíbrio”.
A palavra-chave foi usada para justificar a exibição da comissão de frente. Vinicius Junior, Neymar, Richarlison e Lucas Paquetá balançaram a rede. Segundo ele, isso não é fácil. Equilíbrio da equipe. “Se fugir algum momento o equilíbrio, a possibilidade de perder é maior. Para ter esses jogadores, tem que ter o compromisso de se posicionar em campo na ação sem bola, assim como ter jogadores atrás que também deem esse suporte. Os nossos dois laterais têm uma função mais de construção. É o mecanismo vivo que tentamos equilibra”, comentou.
Aliviado com a volta do poder ofensivo depois de marcar apenas três gols na fase de grupos, Tite apontou as virtudes da rápida recuperação. A ousadia ofensiva que essa equipe tem. De finta, de lance individual, que é impressionante. Essa geração, que foi trabalhada por uma série de profissionais na base. É uma equipe equilibrada, que tem a consciência de que deve ser equilibrada. Sabe que se um desequilíbrio acontecer, pode ser fatal”, repetiu.
Satisfeito com a atuação de Neymar depois de 10 dias ausente dos gramados, Tite exaltou a ascendência do jogador sobre o grupo. “Liderança técnica. Quando uma equipe procura o jogador, sabe que tem ali o arco e a flecha, o diferencial. É a liderança técnica da equipe. Cada um tem uma característica marcante, ele é o centro que potencializa os demais”, elogiou.
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Flagrado pela transmissão fazendo a dança do pombo na comemoração do gol de Neymar, Tite explicou a interação com os jogadores nas dancinhas. “A gente tenta se adaptar ao grupo. Eles são muito jovens. Eles dançam, brincam. Um dia fui fazer a oração, aí estava o grupo molejo. Tentei entrar e falaram pra eu ficar do lado. Falei: ‘Pô, me sacaram?’. E eles: “Só se você fizer a dança”. Mas aprender a dança deles é difícil (risos). Aí passou e ficou de sacanagem. Estávamos falando, brincando, e perguntei da dança do Richarlison, bem ruinzinha. Falei que se fizer, pode vir que eu vou dançar”, desafiou o treinador. Richarlison marcou e Tite cumpriu a palavra.