O ex-jogador Pelé, tricampeão mundial da Seleção Brasileira de futebol, não está mais respondendo ao tratamento de quimioterapia para o câncer de cólon e segue agora em cuidados paliativos. A luta contra a doença começou em setembro do ano passado.
No início do ano, o ex-atleta recebeu a notícia de que havia metástases no intestino, fígado e pulmão.
De acordo com a médica paliativista Michelle Andreata, da empresa especializada em home care, Saúde no Lar, que lida diariamente com pacientes nesse tipo de situação, os cuidados paliativos prezam pela qualidade de vida, dignidade e bem-estar do paciente, mesmo em quadros irreversíveis.
O objetivo é prestar cuidados tanto para a pessoa que recebeu o diagnóstico de uma doença incurável quanto para seus familiares.
“A ideia é aliviar o sofrimento, tratar a dor na sua integralidade com foco nos sintomas e perdas físicas, sociais, psicológicas e espirituais dando conforto até o último minuto de vida do paciente. Existe muita coisa que pode ser feita pela pessoa diagnosticada e não pela doença em si. Todo esse processo faz com que a qualidade de vida seja a melhor possível dentro das possibilidades existentes”.
Para realizar esses cuidados, faz-se necessário um trabalho com uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e fonoaudiólogos, sempre de acordo com a necessidade e demanda de cada paciente. “Tudo é feito de forma muito individualizada”, ressalta Michelle.
Além de atender o paciente, é fundamental acolher e envolver também os familiares, afinal, há um sofrimento geral muito grande gerado pela má notícia da progressão da enfermidade e também pela possibilidade da perda.
Em números
Segundo o Atlas Global de Cuidados Paliativos, uma iniciativa da Aliança Mundial de Hospice e Cuidados Paliativos, existem 56 milhões de pessoas que precisam de cuidados paliativos no mundo anualmente, sendo 25 milhões no final da vida e apenas 14% das pessoas que precisam desses cuidados atualmente o recebem.
Atlas dos cuidados paliativos no Brasil 2019
Em 2018, o Brasil contava com 177 serviços de Cuidados Paliativos, como mostra o documento Análise Situacional e Recomendações da ANCP para Estruturação de Programas de Cuidados Paliativos no Brasil, e, em 2019, foram mais de 190. Esse aumento de quase 8% merece comemoração, mas é insuficiente para colocar o país no grupo de nações com melhor nível de cobertura em Cuidados Paliativos.
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