Negócios

Pelé empilhou negócios e foi garoto-propaganda de diversas marcas

Ídolo muito antes de o marketing esportivo virar moda, o Rei pouco aproveitou sua imagem nos tempos de atleta

Correio Braziliense
postado em 30/12/2022 10:44
 (crédito: Mauro Pimentel/AFP)
(crédito: Mauro Pimentel/AFP)

Pelé não foi gigante apenas nos gramados. No campo dos negócios, também teve importância. A vitoriosa história profissional deu ao Rei do Futebol uma marca valiosa e prestigiada pelo mercado. Mesmo demorando a entender a dimensão financeira que tinha, o craque empilhou negócios pessoais e foi garoto-propaganda de marcas nos mais diversificados setores da economia.

Ídolo muito antes de o marketing esportivo virar moda, o Rei pouco aproveitou sua imagem nos tempos de atleta. No início dos anos 1960, quando já era campeão mundial, quase associou seu nome a uma fabricante de pinga. Retrocedeu quando percebeu que a “caninha Pelé” poderia ser algo negativo para um atleta. No tri de 1970, se abaixava para amarrar as chuteiras com frequência.

O ato promovia a marca que o calçava. Quando deixou o Santos e foi para o Cosmos, nos Estados Unidos, entendeu melhor a dimensão da marca Pelé. Divulgou refrigerantes, pilhas, esponjas de aço, video-games, cafés, roupas, carros, lojas, tônicos, empresas de telefonia, de cartão de crédito, de móveis... Até mesmo o viagra contou com a imagem dele. Porém, recusou promover bebidas e cigarros. Marca registrada, o Rei roubava a cena, seja qual fosse o produto.

Os contratos, fechados com o auxílio do assessor Pepito, nem sempre eram pomposos. Isso mudou nos anos 2000, quando se associou à Prime Licenciamentos. Em 2007, o empresário protagonizou um episódio constrangedor. No velório de Sandra Regina, filha que conquistou tal reconhecimento na Justiça, o astro não compareceu e enviou uma coroa de flores em nome das “Empresas Pelé”. O adereço parou no canto da sala.

Quando completou 70 anos, em 2010, Pelé teve a marca avaliada em R$ 600 milhões. Nenhuma crise, tão grave fosse, impactou o valor do Rei. Dois anos depois, concentrou todos os seus interesses comerciais na Legends 10. Nos anos finais da vida, não fechava nenhum acordo comercial por menos de R$ 2 milhões. Nem por isso parou de ser acionado. Rosto da MasterCard, perdeu o sorteio da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, pela concorrente Visa patrocinar a Fifa. Uma das últimas ações foi de junho de 2021, quando contracenou com Mark Zuckerberg. “Não há dúvida de ganhei mais dinheiro com as propagandas do que cheguei a sonhar quando jogava futebol”.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação