Há 24 anos, a Sociedade Esportiva do Gama viveu o seu maior dia de glória. Em 20 de dezembro de 1998, o time alviverde levantou a taça de campeão da Série B do Campeonato Brasileiro. Além de ser a conquista de maior expressão da equipe, foi também o primeiro título brasileiro do Distrito Federal. Depois de quase três décadas, a realidade do clube é outra. O time se vê cada vez mais distante das posições de destaque do futebol e vive uma situação financeira conturbada.
O desfecho brilhante, porém, começou com derrotas do Periquito. A estreia foi contra o Tuna Luso-PA e o representante candango foi superado por 2 x 0. Depois de uma sequência de derrotas, a diretoria resolveu trocar o técnico: saiu Orlando Lelé e entrou Vagner Benazzi. A recuperação com o novo comandante foi rápida e, logo na segunda fase da competição, tirou o Remo por um placar agregado de 5 x 1. Na semifinal, Gama venceu o XV de Piracicaba, a Desportiva-ES e o Criciúma e garantiu a vaga no quadrangular final.
O Periquito era o único representante candango no torneio. Na última fase, teve Desportiva-ES, Botafogo-SP e Londrina como adversários. Apesar do sufoco nos resultados, o time conseguiu chegar à decisão contra o time paranaense.
O presidente do clube na época, Agricio Braga, afirmou que foi um ano difícil, já que o futebol local não tinha investimentos e a então diretoria precisou correr atrás até de uniformes e chuteiras.
“O futebol de Brasília sempre foi muito difícil, nunca tivemos apoio, complicado em termos de patrocínio e de conseguir recursos para levar o futebol para frente. Até hoje continua da mesma maneira”, relatou o ex-dirigente
Na grande decisão, o antigo Mané Garrincha recebeu 51 mil torcedores — o maior público daquela versão da arena. O triunfo por 3 x 0 sobre o Londrina garantiu ao Gama o título de campeão e o acesso à elite do futebol brasileiro. “Foi um feito extraordinário, principalmente a gente conseguir lotar o Mané Garrincha na final contra o Londrina. Nunca tinha acontecido isso. Lotamos o Mané Garrincha e conseguimos o títulos, realmente uma façanha que ficou marcada”, lembrou.
O elenco do Gama era formado por jovens atletas e jogadores selecionados da capital federal. O artilheiro do ano de glória foi Romualdo, com 12 bolas na rede. O companheiro Marquinhos apareceu logo atrás, com sete gols. No dia do título, o time foi a campo com a seguinte escalação: Marcelo Cruz; Paulo Henrique, Gerson, Jairo e Rochinha; Deda, Kabila, William e Rodrigo; Nei Bala e Renato Martins.
Agrício vê SAF como opção
Depois dos anos de glória, os tempos atuais estão longe de ser motivo de comemoração para a torcida gamense. Em dezembro de 2021, o Gama firmou uma parceria com a Green White Investments para criação do Gama Sociedade Anônima do Futebol (SAF). União que não trouxe retorno positivo ao clube e recebeu duras críticas dos torcedores ao longo do ano. Na época, o acordo foi celebrado com uma das primeiras SAFs do futebol brasileiro. Porém, a parceria nunca foi harmônica e recentemente o clube rompeu com a empresa.
Agricio, porém, ainda vê a SAF como única saída para o Gama. O ex-dirigente afirma que futebol não se faz sem dinheiro e que a equipe alviverde de Brasília seria a única a dar possíveis retornos a algum investidor. “O grupo que se reuniu e tentou investir, não tinha capital, eles foram mais aventureiros. Mas se pega uma SAF séria como pegou o Vasco, Bahia e Cruzeiro, se pega alguém que queira investir realmente, o caminho seria o Gama. O Gama seria o time mais acertado de Brasília. Traria retorno de torcida, o time já tem nome e é conhecido nacionalmente e mundialmente”, afirmou o presidente de 1998 da equipe gamense.
Longe da elite do futebol brasileiro, o Periquito ficou a um triz de cair para a Segundinha. O Gama terminou a primeira fase em quarto lugar na tabela, com uma campanha de duas derrotas, quatro vitórias e três empates. Na etapa seguinte, teve uma sequência de seis derrotas e ficou fora da final. “Foi um sonho que se concretizou e hoje virou um pesadelo. Espero ver o Gama novamente na Série A, seria realmente a volta do meu sonho”, relatou o ex-dirigente
*Estagiária sob a supervisão de Danilo Queiroz
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