Doha — Lionel Messi deixou Diego Armando Maradona para trás em número de gols na Copa (9 x 8) e pode desbancar o recordista da Argentina Gabriel Batistuta (10). Cristiano Ronaldo persegue a marca de Eusébio (8 x 9) com a camisa de Portugal no torneio. O Mundial das atualizações antes inimagináveis nos almanaques das seleções pode testemunhar, hoje, um F5 em um recorde de incríveis 60 anos!
Maior artilheiro da história da Seleção Brasileira desde 1962 em números absolutos com uma coleção de 77 gols, Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, arrisca perder a majestade para Neymar. Autor de 76 em 12 anos de carreira, o camisa 10 precisa de apenas uma bola na rede contra a Croácia, hoje, às 12h (de Brasília), no Estádio da Educação, pelas quartas de final, para alcançar o patamar do ex-jogador internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, ou de dois para instaurar a nova dinastia.
Pelé reina soberano desde 16 de maio de 1962. À época, marcou duas vezes na vitória por 3 x 1 contra o País de Gales no Pacaembu, em São Paulo, chegou a 33 gols pelo Brasil e superou os 32 de Ademir de Menezes, o Queixada. De lá para cá, gênios da área como Ronaldo e Romário tentaram, mas sequer ousaram destituir o melhor de todos os tempos nas contas da Fifa. Para a CBF, são 95, incluindo jogos contra clubes e combinados.
Em 16 de junho de 2021, Pelé se manifestou nas redes sociais sobre a contagem regressiva para Neymar ultrapassá-lo. Com a grandeza de um rei, praticamente admitiu a passagem de bastão. "Todas as vezes que vejo esse menino, ele está sorrindo. É impossível não sorrir de volta. É contagiante. Eu, assim como todos os brasileiros, sempre fico feliz quando vejo jogar bola. Hoje, ele deu mais um passo em direção ao meu recorde de gols pela Seleção. E eu estou na torcida para que ele chegue lá, com a mesma alegria que tenho desde que vi ele jogando pela primeira vez", discursou o rei depois de Neymar balançar a rede duas vezes na goleada por 4 x 0 contra o Peru na Copa América.
A julgar pelo retrospecto de Neymar contra a Croácia, o recorde pode ser atualizado hoje. Como mostrou a reportagem do Correio publicada na quarta-feira, os atuais vice-campeões são as maiores vítimas europeias do atual camisa 10. Vazou duas vezes o adversário na abertura da Copa de 2014 e fez outro no amistoso de 2018 antes da Copa da Rússia.
"Acho que é mais do que imaginava, mais do que eu sonhava. Nunca pensei em números, nunca quis ultrapassar ninguém, bater recorde. Sempre quis só jogar futebol", disse Neymar, em dezembro, ao portal ge.com, sobre a oportunidade de alcançar Pelé.
Candidato a protagonista do dia no Estádio da Educação, Neymar precisa ajudar Tite a encaixar as peças rapidamente e montar o cubo mágico da Croácia no tempo regulamentar, a fim de evitar o desgaste da prorrogação e até mesmo dos pênaltis. A estratégia passa por deter o maestro Modric sem abrir mão da identidade da Seleção para quebrar o tabu de quatro eliminações consecutivas diante de adversários europeus: França (2006), Holanda (2010), Alemanha (2014) e Bélgica (2018).
"A qualidade é muito grande do trio de meio-campistas da Croácia (Brozovic, Kuscevic e Modric)", elogiou Tite. "Nossa forma de dar ritmo não é só a posse, fazer a bola circular mais rápido ou verticalizar, é também na agressividade de marcação. Um bom trio de meio onde passa o jogo da Croácia. Vamos fazer a mesma marcação que fizemos contra outras seleções, forte. É o jeito que gostamos de jogar, temos que manter o nosso jogo. Sabemos como eles funcionam, vamos manter o nosso jogo", reforçou o auxiliar Cléber Xavier.
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