COPA DO MUNDO

Neymar consolida oitavas dos astros e Brasil elimina a Coreia do Sul

Protagonista como Messi, Mbappé e Kane, craque faz gol de pênalti uma dezena de dias depois de ficar fora da Copa, diminuiu pressão sobre garotos e vê brilho de Vini, Richarlison e Paquetá. Croácia será rival nas quartas

Marcos Paulo Lima - Enviado especial
postado em 05/12/2022 17:55 / atualizado em 05/12/2022 17:58
 (crédito: Kirill Kudryavtsev/AFP)
(crédito: Kirill Kudryavtsev/AFP)

Doha — As oitavas de final da Copa do Mundo do Qatar-2022 são definitivamente um paraíso da ostentação para seleções que desfrutam de craques. Messi decidiu para a Argentina contra a Austrália. Mbappé brilhou diante da Polônia. Kane desencantou no duelo com Senegal. Faltava Neymar. De volta à Copa do Mundo depois de 10 dias tratando uma lesão no tornozelo direito, o jogador eleito terceiro melhor do mundo em 2015 balançou a rede de pênalti, alcançou a marca de sete bolas na rede em participações no torneio e está a um de igualar Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, como maior artilheiro da Seleção nas contas da Fifa. Para a CBF, o melhor jogador de todos os tempos coleciona 95.

A presença de Neymar devolveu a confiança aos mais jovens. Importantíssimo nessa campanha, Vinicius Junior abriu o placar com a frieza de quem era piada por não saber finalizar. Richarlison fez o terceiro dele no Mundial e volta a mirar o líder Mbappé. O francês tem cinco. Lucas Paquetá viveu dia de Paulinho, aquele volante adorado por Tite por colocar o pé na área como elemento surpresa, romper a marcação adversária e balançar a rede. Assim o Brasil venceu a Coreia do Sul por 4 x 1 e avança às quartas de final para se deparar com o velho fantasma europeu.

Eliminado por França (2006), Holanda (2010), Alemanha (2014) e Bélgica (2018), o Brasil terá ela frente a Croácia na sexta-feira, às 12h (de Brasília0, no Estádio da Educação. Se quebrar o tabu, enfrentará Argentina ou Holanda nas semifinais. Brasil e Croácia duelaram um par de vezes em Copas. A Seleção venceu por 1 x 0 em 2006 e por 3 x 1 na abertura da Copa de 2014.

Sob o comando de Tite, o Brasil havia disputado oito jogos. Em apenas dois marcara gol no primeiro tempo: contra Suíça e Sérvia, ambos no ano passado. A postura foi outra nesta segunda-feira. A Seleção abriu o placar antes mesmo do aguardado minuto 10, quando a torcida gritou Pelé e abriu um bandeirão em apoio ao Rei do Futebol, hospitalizado no Alberto Einstein.

O primeiro gol começa em uma trama entre o ponta-direita Raphinha e os volantes Casemiro e Lucas Paquetá. A bola volta para Raphinha cruzar rasteiro em busca de Vinicius Junior. Quem um dia chamou o jogador revelado pelo Flamengo de Neguebinha, viu o camisa 11 fazer gol em uma final da Champions League pelo Real Madrid e na Copa do Mundo com frieza e precisão.

Hipnotizada com a movimentação do Brasil, a Coreia do Sul não via a cor da bola, mas achou a perna de Richarlison. O camisa 9 foi derrubado dentro da área por Jung Woo-Jung. A torcida imediatamente clamou por Neymar. O craque assumiu a cobrança e colocou a bola no canto esquerdo de Kim Seung-Gyu para ampliar o placar. Na comemoração, o camisa 10 partiu em direção ao companheiro Alex Telles. O lateral-esquerdo se machucou e está fora da Copa. Foi o 76º gol de Neymar com a camisa da Seleção. Está a um de igualar Pelé nas contas da Fifa.

Fora da Copa por 10 dias, Neymar não está na forma ideal. Foi possível perceber várias vezes Richarlison recompor para deixar o companheiro no papel de falso 9. O atacante evitou carregar demais a bola. Tentou tocar de primeira. Mesmo assim, sofreu faltas e mostrou cansaço. Mesmo assim, resistiu até os 35 minutos do segundo tempo. Saiu para a entrada de Rodrygo.

Dono do jogo, o Brasil se impôs taticamente alternando posicionamentos com linha de três e quatro na defesa com a bola, e se fechando com cinco sem ela. O plano de jogo torneou a partida fácil a ponto de ser resolvida no primeiro tempo com construção de jogada de zagueiros. No papel de pivô, Richarlison fez embaixadinhas de cabeça, acionou Marquinhos e ele repassou ao companheiro Thiago Silva. O capitão serviu o Pombo e viu o camisa 9 marcar o terceiro. Na comemoração, até o técnico Tite fez a comemoração do Pombo no banco de reservas.

Em 28 minutos, o Brasil alcançava a quantidade de bolas na rede da fase de grupos inteira. Sete minutos depois, Lucas Paquetá fez o gol mais bonito do Brasil. Neymar fez u link com Vinicius Junior na esquerda e o ponto assumiu o papel de garçom. Paquetá veio de trás lembrando o tempo em que Tite contava com o volante Paulinho no Corinthians e na Seleção e fez 4 x 0.

Relaxado, o Brasil passou a desperdiçar gols. Louco para ser artilheiro, Richarlison finalizou em cima do goleiro no fim do primeiro tempo. Neymar pedia a bola. Depois do intervalo, Son Heung-Min desafiou Alisson a trabalhar e o goleiro correspondeu. Neymar continuou em campo. Cobrou falta por cima da trave e deu assistência para Raphinha chutar em cima de Seung-Gyu.

Disperso e poupando energia para o duelo com a Croácia, o Brasil foi punido com um golaço de fora da área de Paik Seung-Ho no canto direito de Alisson, aos 30 minutos do segundo tempo. Segundo gol sofrido por uma defesa considerada ponto forte da Seleção antes da Copa. Persistente, a Coreia do Sul quase fez o segundo. Alisson evitou antes de ser substituído pelo reserva Weverton. Com a mudança, Tite usou na Copa todos os 26 jogadores convocados.

COPA DO MUNDO
Oitavas de final
Brasil 4 x 1 Coreia do Sul
Estádio 974, Doha, Catar

BRASIL
Alisson (Weverton); Éder Militão (Daniel Alves), Marquinhos, Thiago Silva e Danilo (Bremer); Casemiro e Lucas Paquetá; Raphinha, Neymar (Rodrygo) e Vinicius Junior (Gabriel Martinelli); Richarlison
Técnico: Tite

COREIA DO SUL
Kim Seung-Gyu; Kim Moon-Hwan, Kim Min-jae, Kim Young Gwon e Kim Jin-Su (Hong Chul);
Hwang in-Beom (Paik Seung-Ho), Jung Woo-Young (Son Jun-Ho) e Lee jae-Sung (Lee Kang-ing); Hwang Hee-Chan, Cho Gue-Sung (Hwang Ui-jo) e Son Heung-Min
Técnico: Paulo Bento

Gols: Vinicius Junior, aos 7, Neymar, aos 13, Richarlison, aos 28, e Lucas Paquetá, aos 35 minutos do primeiro tempo; Park Seung-Ho, aos 30 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Jung Woo-Young (Coreia do Sul)
Público: 43.847 pagantes
Árbitro: Clémen Turpim (França)

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