A eliminação do Uruguai no Grupo H da Copa do Mundo Qatar-2022 foi uma das surpresas desta etapa inicial da competição. Uma das seleções favoritas ao título se despede precocemente do torneio, tendo frustrado o seu sonho pelo tricampeonato, repercutindo automaticamente nos países vizinhos da América do Sul e no próprio país.
Os diários locais trataram a desclassificação com a pura melancolia de um fato inesperado, como o descrito pelo El País uruguaio. “Outra das decepções do Mundial. Acabou-se um sonho de todo um país”, apontou a parte mais triste da crônica.
La Oral Deportiva destacou a demora na formação correta posta pelo técnico Diego Alonso e os minutos finais do jogo contra Gana. “Desespero e a necessidade de arriscar para ir ao ataque em busca do festejo que nos permitia passar, enquanto o choro de (Luís) Suárez no banco de reservas era incontido. O Uruguai se despede da Copa do Mundo pagando por erros do passado nas duas apresentações iniciais que ficaram no déficit. Deve-se esperar mais quatro anos e passar pelas eliminatórias depois de desperdiçar uma bela oportunidade”, exibia o editorial.
Do outro lado do Rio da Prata, os argentinos do Olé foram duros no sentido de aproveitar as oportunidades desperdiçadas no jogo. “Logo no Catar faltou combustível para aproveitar os espaços livres que deixava Gana. Colocaram o tanque reserva logo ao final quando se deu conta que a Coreia do Sul surpreendia os reservas de Portugal. E aí a pressão nublou as ideias, o tempo não foi suficiente e apesar da garra que se pôs, se vai do Mundial. Faltou nada mais que um gol. Ou melhor dizendo, nada menos que um gol”, descreve o diário portenho.
A equipe chilena do Redgol falou do jogo, mas lembrou da atuação duvidosa do árbitro alemão Daniel Siebert. “Aos 12 minutos do segundo tempo o juiz não anotou um pênalti para a Celeste no monitor do VAR apesar de Daniel Amartey alcançar um golpe com o joelho na cintura de (Darwin) Núñez. E veio mais polêmica com um penal em Edinson Cavani em que cai por contato na área, mas nem o árbitro nem o VAR se imutaram”, recordou.
Os colombianos do El Deportivo trataram da eficácia de Giorgian de Arrascaeta no duelo, também mostrando insuficiência ‘pela camisa’. “O time sul-americano tirou da hierarquia e da história que o representa, já que ganhou duas Copas do Mundo. Não obstante, não alcançaram as contas para a fase seguinte. Diego Alonso decidiu colocar Arrascaeta inicialmente, diante das críticas de ter seu camisa dez no banco e o futebolista do Flamengo deu as razões para jogar desde o apito inicial”, observou.
O jornal equatoriano El Comercio, além de reclamar a ausência de Arrascaeta no time titular nos jogos anteriores, fizeram perfeita síntese do confronto. “Ao limite e à borda do fracasso, a seleção do Uruguai ressurgiu tarde demais, eliminada por um gol no final da Coreia do Sul para culminar seu fracasso no Mundial, vítima de sua própria falta de ambição nas duas primeiras rodadas, irremediável com seu triunfo contra Gana, sem intuir que o pênalti óbvio sobre Darwin Núñez seria definitivo em seguida”, descreve.
*Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz
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