Praga de brasileiro pega e dois algozes do passado provaram, na quinta-feira (1º/12), o gosto amargo da maldição. Carrasco da Seleção nas quartas de final da Copa do Mundo de 2018, na Rússia, a badalada geração da Bélgica de Courtois, De Bruyne, Hazard e Lukaku está eliminada na fase de grupos. Protagonista do maior vexame tupiniquim com o 7 x 1 de 2014, a Alemanha sentiu o efeito de veneno pela segunda edição consecutiva e, mais uma vez, parou na fase inicial.
Desajustada no Catar, a Bélgica castigou nesta edição um jogador que não merecia sair tão cedo da Copa. O goleiro Courtois voltou a ser brilhante no empate por 0 x 0 com a Croácia, no Estádio Ahmad Bin Ali. Assim, a expectativa pela encantadora geração belga está novamente frustrada. Caiu contra a Argentina nas quartas de final no Brasil, em 2014, no Mané Garrincha, foi eliminada pela França nas semifinais da Copa anterior e sucumbe na versão atual em um grupo teoricamente fácil, no qual era cabeça de chave. O surpreendente Marrocos avança em primeiro lugar e a atual vice-campeã Croácia na segunda colocação.
Soberanos na maior parte da fase de grupos, os marroquinos repetiram a histórica campanha da edição de 1986, no México, quando venceram a chave com Inglaterra, Polônia e Portugal, com quatro pontos. A campanha, desta vez, foi melhor. A esperada vitória diante do Canadá, ontem, por 2 x 1, foi a segunda dos africanos no Catar. Somado o empate da estreia diante dos croatas e o triunfo contra a Bélgica, os Leões do Atlas garantiram o primeiro lugar da chave e se encheram de moral para mais uma vez representar o continente no mata-mata da Copa.
Minada pelos próprios problemas internos resolvidos tardiamente a quatro paredes na concentração em Doha, a Bélgica sai da Copa do Mundo como protagonista da maior decepção e continua se devendo um título de grande relevância. Esteve próxima da glória na Eurocopa de 1980, mas perdeu o título para a Alemanha. Ficou em quarto lugar na Copa de 1986 e em terceiro na de 2018.
Vexame alemão
A Alemanha basicamente repetiu o enredo da tragédia de 2018, quando defendia o título mundial. Naquela ocasião, na Rússia, o time germânico perdeu a primeira, reagiu na segunda rodada e concretizou o vexame com queda histórica contra a Coreia do Sul. Desta vez, a seleção alemã venceu apenas na última rodada. Contra a Costa Rica, os europeus saíram na frente, tomaram um baita susto quando sofreram a virada, mas conseguiram se reerguer e garantir a vitória, por 4 x 2.
O placar, porém, ficou longe de ser suficiente para o time voltar ao mata-mata após oito anos. Além de somar os três pontos, a Alemanha precisava de uma combinação em Espanha e Japão. Teoricamente, a conta era simples e acessível: bastava os espanhóis não serem derrotados para os dois gigantes do grupo E passarem de fase de mãos dadas. No primeiro tempo, o cenário até se tornava realizável com vitórias parciais da Fúria e dos alemães, por 1 x 0.
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Porém, assim como na estreia contra a própria Alemanha, o Japão mostrou uma força sobrenatural no segundo tempo para vencer a Espanha e provocar o tsunami no grupo. O 2 x 1 — com o segundo gol confirmado somente após checagem do VAR para ver se a bola havia, ou não, saído de campo — foi suficiente para os nipônicos garantirem a liderança da chave. Em determinado momento, quando a Costa Rica vencia o time germânico, os dois gigantes chegaram a figurar fora da zona de classificação. A reação alemã, porém, salvou a Fúria de reforçar a ingrata lista de vexames dos europeus.
Oitavas de final
O cruzamento improvável após a finalização das três rodadas dos dois grupos da Copa do Mundo foi na direção contrária de qualquer bolão minimamente lúcido feito antes de a bola rolar no Catar. Líder da chave E, o Japão terá pela frente a atual vice-campeã Croácia, segunda colocada do H. Os europeus surgem como favoritos, mas precisam ser mais eficientes contra os aguerridos japoneses.
Campeões inesperados do grupo F, o Marrocos vai medir forças com a Espanha na primeira etapa do mata-mata. Avassaladores na primeira partida, com goleada por 7 x 0 contra a Costa Rica, os espanhóis aparentemente esqueceram a força na estreia e terão de voltar no tempo para reencontrar o bom futebol diante de um adversário que demonstrou organização e força contra outros rivais pesados na Copa do Mundo.
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