Doha, Catar - Motor da seleção brasileira campeã mundial de 1994, Mauro Silva sabe que o importante no grande torneio "não é como começa, é como termina", lembrou em entrevista à AFP na sexta-feira (25/11), no centro de Doha, durante a homenagem a Diego Maradona pelos dois anos de sua morte.
Ainda com a imponente imagem do volante que foi, Mauro Silva (hoje com 54 anos) é o único representante da Seleção em 'território inimigo', em ato organizado pela Conmebol, da qual é embaixador.
O evento em homenagem a Maradona contou com vários campeões mundiais pela Argentina em 1978 e 1986, além de jogadores próximos à sua geração, como Diego Simeone, Juan Pablo Sorín e Javier Zanetti.
Pergunta: O Brasil estreou com muita autoridade (2 a 0 sobre a Sérvia), mas Neymar se machucou. Isso te preocupa?
Resposta: "Ele é um grande jogador do Brasil e é normal que estejamos preocupados com sua recuperação, que esteja bem para os próximos jogos".
P: As lesões de Neymar e Danilo foram o ponto negativo, mas o Brasil convenceu. O que você acha?
R: "Muito bom, muito sólido e compacto defensivamente, com Thiago Silva, Marquinhos, Casemiro e Danilo, contra um time muito alto nas bolas paradas. Ofensivamente, mostramos muitas possibilidades e alternativas. Os jovens entraram e mostraram que são jogadores muito ofensivos e rápidos. Começamos bem, mas infelizmente não é como começa, é como acaba. Ainda falta muito".
P: Como você viu os outros favoritos nesta primeira rodada?
R: "A Espanha goleou com um jogo impressionante. A França também começou muito bem. Também houve surpresas, você nunca espera que Argentina e Alemanha comecem a Copa do Mundo perdendo. Mas às vezes acontece, olha a Espanha, eles começaram perdendo em 2010 e acabaram vencendo a Copa do Mundo. Cuidado, falta muito".
P: Que lembranças você tem de Maradona?
R: "Joguei contra ele quando ele estava no Sevilla e eu no Deportivo. E com o Brasil contra a Argentina. Ele é um gênio, um jogador muito importante para a história do futebol e para mim é importante estar aqui e parestar a ele tudo as homenagens. Tinha muito carinho por ele, como jogador e como pessoa".
P: Você tem alguma opinião em relação ao eterno debate sobre quem foi o melhor jogador da história?
R: "As comparações são odiosas. É preciso celebrar tanta diversidade, tanto talento, grandes jogadores... Felizmente, temos muitos".
P: Você é o único representante brasileiro em um ato para celebrar o mito argentino. Como você vive a rivalidade entre as duas grandes potências da América do Sul?
R: "Não somos inimigos, somos adversários. Competimos dentro de campo, fora trabalhamos juntos para que o futebol seja uma indústria que gere cada vez mais dinheiro, mais trabalho e mais impacto social. Dentro de campo sempre teremos um grande rivalidade, fora temos que trabalhar juntos o máximo que pudermos".
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