A Austrália recuperou-se da goleada sofrida na estreia da Copa do Mundo Qatar-2022 e venceu seu primeiro duelo na manhã deste sábado (26/11). No Estádio de Al-Janoub, em Al-Wakrah, a formação austral superou a Tunísia pela diferença mínima, subindo, provisoriamente, ao segundo lugar do Grupo D.
O jogo foi amarrado de ponta a ponta. Não faltou tensão dentro e fora das quatro linhas, ainda que tenha faltado brilhantismo e oportunidade. As faltas sobraram, foram 30 durante o cotejo, uma quantidade alta para a média deste Mundial. Os Cangurus foram sólidos na defesa e se aproveitaram de uma das suas chegadas esporádicas para levar os três pontos frente aos africanos, pouco inspirados com a bola
Na sequência, os magrebinos jogam a vida diante da França, na última rodada. A partida será no Estádio Cidade da Educação, na quarta-feira (30/11), a partir do meio-dia. No mesmo horário, o selecionado representante da Ásia volta ao mesmo estádio do triunfo de hoje para ter o confronto direto contra a Dinamarca.
O jogo
Os oceânicos tomaram a bola e a iniciativa do jogo, sobretudo pelos lados. Desde cedo, como não seria diferente, seria imposta uma dura marcação, como previu o técnico Jalel Kadri, ajudada pelas fortes vaias da torcida mediterrânea, uma das mais intensas deste Mundial. Os tunisianos tampouco mantinham o esférico ao tentar investir no contra-ataque, a exemplo de suas esporádicas saídas na estreia.
O princípio do jogo seguiu o mesmo roteiro repetitivo nos primeiros 18 minutos, momento onde os africanos emplacaram o primeiro contragolpe, pisando na área australiana, mas sem concluir a ocasião. Na primeira oportunidade emplacada pelos Cangurus, Mitchell Duke aproveitou cruzamento perfeito vindo da esquerda, sobretudo por desvio em um marcador pelo caminho, e deu os primeiros números ao jogo, aos 23.
O duelo tornou-se ainda mais físico e mais tenso, sobretudo pelos magrebinos não conseguirem propor suas ideias com um marcador contrário a suas intenções. Uma nova oportunidade apareceu apenas aos 39, quando Mohamed Drager recebeu bom passe no território rival, mas finalizou na defesa, levando perigo pela primeira vez apenas na parte derradeira da primeira metade, a exemplo da finalização de Youssef Msakni aos 47.
A segunda parte seguiu com a devida tensão, mas repetindo a configuração anterior ao intervalo, com a Austrália seguindo a ceder território para a Tunísia. O rigor físico e as demasiadas faltas foram padrão ao invés da proposta consolidada de jogo: uma batalha de posições. A formação austral saiu do seu campo em contra-ataque aos nove minutos, desperdiçado por Craig Goodwin.
Tanto por grama quanto por ar, os tunisianos eram rechaçados e se viam claramente incomodados por não conseguir criar oportunidades. Ao subir as linhas, os oceânicos impossibilitaram mais ainda essa mecânica. Aos 25 e aos 26, uma chance para cada lado: Matthew Leckie chegou atrasado em bola cruzada e não ampliou o placar e em seguida Msakni exigiu defesa de Matt Ryan ao finalizar dentro da área. Em seguida, Aaron Mooy quase cravou uma bola na gaveta, tirando tinta do poste superior.
O nervosismo, este sim, era peça definitiva até o fim do jogo, justificando alguns erros de passe e a dificuldade de ambos em manter a posse de bola. A partir dos 40, o jogo ganhou em ritmo velocidade, numa partida franca para qualquer dos resultados. Em trama dentro da área, Wahbi Khazri finalizou nas mãos do goleiro, aos 42. Mesmo ensaiando um abafa no final, os magrebinos não lograram o empate.
Ficha técnica:
COPA DO MUNDO
Grupo D - 2ª Rodada
Tunísia 0 x 1 Austrália
Estádio Al-Janoub, Al-Wakrah, Catar
Tunísia
Dahmen; Talbi, Meriah, Bronn (Kechrida) e Drager (Sassi); Shkiri, Laidouni (Khazri) e Abdi; Sliti, Msakni e Jebali (Khenissi)
Técnico: Jalel Kadri
Austrália
Ryan; Karacic (Degenek), Souttar, Rowles e Behich; Mooy, McGree (Hrustic), Irvine e Goodwin (Mabil); Leckie (Baccus) e Duke (Maclaren)
Técnico: Graham Arnold
Gol: Duke, aos 23 minutos do 1º tempo
Cartões amarelos: Laidouni, Abdi e Sassi (Tunísia)
Arbitragem: Daniel Siebert (Alemanha)
* Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz