COPA DO MUNDO

Richarlison ressuscita camisa nove e Brasil vence a Sérvia

Número mais decisivo da Seleção na história das Copas não balançava a rede havia nove partidas. Pombo desequilibra jogo difícil contra a Sérvia com direito a voleio e põe Brasil na liderança do Grupo G

Lusail — A edição impressa desta quinta-feira (24/11) do Correio Braziliense mostrava uma abstinência da camisa 9 na Copa do Mundo e convocava o torcedor a rezar para que Richarlison encerrasse o jejum de nove partidas. O número consagrado, entre outros, por Ronaldo, não fazia a diferença desde a goleada por 4 x 1 contra Camarões, no Mané Garrincha, pela terceira rodada da fase de grupos de 2014. A reza brava funcionou. Richarlison, o Pombo, comandou a vitória dos pentacampeões por 2 x 0 em uma estreia difícil contra a Sérvia.

O Pombo era um dos cinco estreantes em Copa do Mundo na formação inicial de Tite, mas comportou-se na frente do gol no segundo tempo como se estivesse em uma pelada na terra natal, Nova Venécia, no Espírito Santo. Foi oportunista no rebote do primeiro gol do Brasil no torneio e elegante em um voleio belíssimo para consolidar a vitória dos comandados de Tite.

Richarlison e companhia dividem a liderança do Grupo G com a Suíça. Mais cedo, o país helvético bateu Camarões por 1 x 0. As duas se enfrentam na segunda-feira (28/11), às 13h, no Estádio 974, pela segunda rodada. A participação do Brasil na primeira fase termina em 2 de dezembro contra Camarões, às 16h.

O Brasil começou a partida com cinco estreantes em Copa do Mundo no time titular: o lateral-esquerdo Alex Sandro, o meia Lucas Paquetá e os atacantes Raphinha, Richarlison e Vinicius Junior sentiram o início da partida e demoraram a entrar em cena. Vini foi o primeiro a colocar as asas de fora no lado esquerdo com a tradicional arrancada em direção à linha de fundo. Do outro lado, Raphinha também passou a apresentar alternativas pela direita, mas era pouco.

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Envolvente pelo lado direito com Tadic e Zivkovic, a Sérvia tinha uma isca. Atraía Alex Sandro para apoiar Vinicius Junior e atacante as costas do lateral-esquedo. A intenção quase sempre era cruzar a bola em busca de uma cabeçada do centroavante Mitrovic.

A Seleção sentia falta da conexão entre Neymar e Lucas Paquetá pelo meio. Sem eles, coube ao volante Casemiro e ao zagueiro Thiago Silva apostar em lançamentos médios e curtos à procura da entrada em diagonal dos pontas. Apesar de o repertório variar, o caminho para o gol estava trancado pelo fortíssimo sistema defensivo sérvio. Neymar e Paquetá não se achavam.

Pela nona vez em 22 participações em Copas, o Brasil foi para o intervalo sem balançar a rede na estreia. A última havia sido em 2010 contra a Coreia do Norte, na África do Sul. A leitura de jogo mudou para o segundo tempo e a Seleção voltou elétrica para a etapa final.

A Sérvia resistia bravamente, mas o gol começava a ficar da cor da camisa da seleção que venceria o jogo. Alex Sandro acertou a trave. Na sequência, entrou em cena o iluminado da noite. Coube ao Pombo dar paz ao Brasil no início da caminhada rumo ao hexacampeonato no mesmo palco em que a Argentina havia sido humilhada pela Arábia Saudita.

Casemiro acionou Neymar, o camisa 10 tentou disputou a bola com os marcadores, a viu sobrar para Vinicius Junior na finalização e o goleiro Vanja deu rebote. Atento ao lance, Richarlison desestressou 2010 milhões de brasileiros e colocou a bola no fundo do barbante. O camisa 9 encerrava a sequência de nove jogos da camisa 9 verde-amarela sem balançar a rede na Copa.

A paciente imposição do Brasil foi recompensada por mais um gol de Richarlison. Vinicius Junior, um dos melhores em campo, partiu para cima da defesa da Sérvia e serviu o Pombo. O capixaba dominou a bola como se estivesse em uma pelada de Nova Venécia, onde nasceu, girou na frente do marcador e emendou um voleio cinematográfico para consolidar o triunfo.

COPA DO MUNDO
Grupo G – 1ª Rodada
Brasil 2 x 0 Sérvia
Estádio Icônico de Lusail, Catar

BRASIL
Alisson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Alex Sandro; Casemiro e Lucas Paquetá (Fred); Raphinha (Gabriel Martinelli), Neymar (Antony) e Vinicius Junior (Rodrugo); Richarlison (Gabriel Jesus)
Técnico: Tite

SÉRVIA
Vanja Milinkovic-Savic; Milenkovic, Veljovic e Pavlovic; Zivkovic (Radonjic), Lukic (Lazovic), Gudelj (Ilic), Milinkovic-Savic e Mladenovic (Vlahovic); Tadic; Mitrovic (Maksimovic)
Técnico: Dragan Stojkovic

Gols: Richarlison, aos 17 e aos 28 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Pavlovic, Gudelj, Lukic (Sérvia)
Público: 88.103 pagantes
Renda: não divulgada
Árbitro: Alizera Faghani (Irã)