Além de ser a primeira Copa do Mundo no Oriente Médio, a disputa no Catar pode se tornar ainda mais especial por reunir os atuais dois melhores jogadores do planeta bola. Se a França conta o retorno de Karim Benzema, após ausência em 2018, a Polônia confia no faro de gol e na frieza de Robert Lewandowski. Aos 34 anos, o centroavante do Barcelona envelhece com um bom vinho e arrisca colocar o esquadrão polaco no primeiro mata-mata de Mundial nos anos 2000.
Qualidade para levar a Polônia à classificação ele tem de sobra. Os dois prêmios consecutivos do Fifa The Best e os números expressivos pelo Bayern de Munique e Barcelona o credenciam como uma das principais estrelas do Mundial. Em 2019/20, Lewandowski anotou 55 gols em 47 partidas e foi a principal chave para o título alemão Liga dos Campeões. Nas temporadas seguintes, foram 98 bolas na rede em 86 jogos.
Lewandowski nasceu em Varsóvia, capital da Polônia, com cerca de 1.765 milhões de habitantes. A paixão pelo esporte vem de berço. O pai, Krzysztof Lewandowski, começou no futebol, mas trocou os gramados pelos tatames do judô. Já a mãe, Iwona Lewandowska, serviu à Associação Acadêmica Esportiva Varsóvia, time da elite do vôlei polonês.
Apesar da carreira consolidada hoje, o início da trajetória do astro não foi nada fácil. Na adolescência, fez testes e chamou a atenção do time mais popular do país: o Légia Varsóvia. A estatura, porém, foi empecilho para o garoto que queria ser referência no ataque. Ainda no começo da carreira, o jogador em desenvolvimento se deparou com o maior dos problemas: a morte do pai.
Em 2005, Krysztof foi vítima de um acidente vascular cerebral e Lewandowski perdeu não apenas o pai, mas também um de seus principais apoiadores. A perda coincidiu com o pontapé na carreira profissional. Os primeiros chutes para valer vieram pelo modesto Znicz Pruszkow, time da terceira divisão nacional.
O tempo passou e moldou um dos maiores atacantes dos últimos tempos. Não demorou para despertar o interesse das principais ligas da Europa. Em 2010, foi contratado pelo Borussia Dortmund e levou o time à final da Liga dos Campeões em 2014. No mesmo ano, o Bayern de Munique aproveitou o final de contrato do centroavante no time rival e o convenceu para um projeto vitorioso e com um salário astronômico.
Hoje, Lewandowski brilha em um Barcelona que tenta retomar o protagonismo no Velho Continente. Embora esteja na primeira temporada, ele coleciona números expressivos sob a batuta de Xavi. Em 19 jogos pela equipe, já anotou 18 gols e contribuiu com quatro assistências.
Apesar do pouco apelo no cenário mundial, a Polônia desembarca no Catar como candidata à zebra em um possível mata-mata. Lewandowski e companhia estão no Grupo C, ao lado de Argentina, Arábia Saudita e México. Será uma Copa do Mundo para fazer história, individual e coletivamente. O camisa 9 busca o primeiro gol em mundiais. Em 2018, passou despercebido na Rússia. Ele tentará, também, dar a primeira classificação polonesa ao mata-mata desde 1982, na Espanha.
“É um grande desafio para nós em um grupo muito difícil, cada jogo será difícil. Na Copa do Mundo, é importante saber como você vai jogar”, analisou em entrevista ao diário espanhol Marca.
Curiosidades sobre Lewandowski
Católico, mas nem tanto…
O craque do Barcelona e da seleção polonesa é católico, mas já “escapou” da primeira comunhão na infância, pois jogaria uma partida no mesmo horário
A maior referência é francesa
O maior exemplo do artilheiro só poderia ser um semelhante. Em entrevistas, Lewandowski revelou que Thierry Henry foi a sua maior referência no início da carreira.
Diploma nas mãos
Craque com a bola nos pés e esforçado com a caneta nas mãos, Lewandowski concluiu em 2017 o bacharelado em Educação Física e tirou a nota máxima no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
Sorte no jogo e no amor
Filho de esportistas, Lewandowski se casou com uma atleta. A esposa, Anna Lewandowska, é um dos grandes nomes do karatê polonês. Ela ostenta medalhas como na Copa do Mundo de 2009 da modalidade.
Vulcão mudou a história
Em 2010, Lewandowski tinha um acordo verbal com o Blackburn Rovers, da Inglaterra, mas o vulcão islandês Eyjafjallajokull entrou em erupção e trabalhou o desfecho da negociação. O Borussia Dortmund aproveitou a situação e entrou em ação.