Dominante da largada à bandeira quadriculada, George Russell vence o Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1, em seu primeiro triunfo na categoria, na tarde deste domingo (13/11), após ter saído do primeiro posto, com a conquista da sprint race, neste sábado (12/11). A luta apimenta a batalha no mundial de construtores diante da Ferrari.
Em comemoração à 50ª edição da prova no país, uma exibição de carros clássicos trazia os pilotos para o traçado antes da disputa. Declarado brasileiro por título concedido pela Câmara dos Deputados na última segunda-feira (7/11), em evento presencial em Brasília, Lewis Hamilton levava consigo a bandeira de sua “nova nacionalidade”. A exibição musical do hino nacional foi oferecida pela cantora Iza.
Com as Flechas de Prata dobrando na ponta, Hamilton protegeu Russell que abriu boa distância. A boa largada foi por água abaixo com um contato na parte traseira: Daniel Ricciardo tocou Kevin Magnussen na Curva do Laranjinha e saiu da prova com batida conjunta, convocando o safety car à pista.
A pista voltou às condições completamente normais na abertura da sétima volta, com a bandeira verde liberando o reinício da corrida. Pelo segundo lugar (e pelo segundo ano seguido) Verstappen e Hamilton se chocaram e tiveram danos prejudiciais no carro, caindo para oitavo e nono, com o holandês parando nos boxes. Charles Leclerc foi tocado por Lando Norris na saída do Laranjinha e também quebrou o bico, tendo de realizar um pitstop, indo ao fundo do pelotão. Os pilotos de Red Bull e McLaren foram penalizados em cinco segundos.
O heptacampeão mundial, por sua vez, mostrou bom ritmo de recuperação até o primeiro quinto de corrida, indo à quarta posição. A variação nas estratégias de paradas se tornava uma incógnita para a decisão do resultado, com a ampla janela de visitas aos boxes em cerca de dez oportunidades, a partir do giro 15. A gerência dos compostos macios era alternativa para os líderes, com a cogitação de se realizar apenas um pitstop.
Sergio Pérez tentou realizar um momento psicológico contra as Mercedes na volta 24, com os ingleses comprovadamente melhores no ritmo. Russell foi chamado de imediato para evitar o undercut (ultrapassagem por melhor condição de pneus entre o próprio pitstop e o do oponente, realizado posteriormente).
A variação de borracha era entre macia e média, mas ameaçada pelas nuvens sempre surpreendentes em Interlagos. Líder no 29º giro com a parada de seu companheiro, Hamilton notou a escuridão pela cessão de sol naquela parte da capital paulista. “Está ficando escuro em um dos lados, não está?”, contestou. Logo sua equipe o chamou para os boxes, voltando ao quarto lugar, com compostos médios.
A parte intermediária da corrida foi regida pelo gerenciamento de pneus em ritmo linear, observando sua durabilidade eficaz, algo testado nos treinos livres em todo o fim de semana. Aproveitando uma queda de produção da Red Bull após o título de construtores, Hamilton foi tirando a desvantagem contra Pérez pela segunda posição, conseguindo superar o mexicano na 45ª volta, na freada da reta principal, rumando ao “S do Senna”.
Superado no traçado, “Checo” fez novo pitstop para chegar ao fim da prova, obrigando as Mercedes a pararem e cedendo a posição para Carlos Sainz, vice-líder no giro 49. A mesma altura foi utilizada para trocas da maior parte do pelotão, incluindo o ponteiro Russell, pressionado por Sainz na saída dos boxes, mas mantendo o lugar com uma borracha e um motor mais eficazes.
Lando Norris, em seguida, perdeu a potência de seu motor e parou sua McLaren na saída do Bico de Pato, indicando um carro de segurança virtual e convidando o espanhol da Ferrari a parar. Na sequência, o real safety car foi chamado, à falta de 15 voltas. Com a volta da bandeira verde, quatro giros depois, Pérez ficou estranhamente longe dos líderes, permitindo o avanço das Flechas de Prata.
O mexicano tinha dura missão de defesa pelo posto final do pódio: levava pneus médios e era perseguido por ambas Ferraris calçadas de borracha macia, incluindo a grande recuperação de Leclerc na prova. Perdeu a posição para o espanhol na volta 63 e em seguida caiu perante o monegasco. A escolha dos pneus dos taurinos ainda fez seu segundo piloto ser ultrapassado por Fernando Alonso e por seu parceiro de escuderia, Verstappen.
Incontestáveis no ritmo de todo o grande prêmio, a Mercedes mantém uma marca com pelo menos uma vitória por temporada desde 2012, além, de quebra, aproximar-se em relação aos italianos pelo vice do mundial de construtores e de dar a seu jovem piloto sua primeira vitória oficial na carreira. A Fórmula 1 retorna com a sua etapa final no próximo fim de semana, com o Grande Prêmio de Abu Dhabi, no Circuito de Yas Marina, nos Emirados Árabes Unidos.
Confira o resultado final do Grande Prêmio de São Paulo:
1 - George Russell (Mercedes)
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) +1.529
3 - Carlos Sainz (Ferrari) +4.051
4 - Charles Leclerc (Ferrari) +8.441
5 - Fernando Alonso (Alpine) +9.561
6 - Max Verstappen (Red Bull) +10.056
7 - Sergio Pérez (Red Bull) +14.080
8 - Esteban Ocon (Alpine) +18.690
9 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) +22.552
10 - Lance Stroll (Aston Martin) +23.552
11 - Sebastian Vettel (Aston Martin) +26.183
12 - Guanyu Zhou (Alfa Romeo) +29.325
13 - Mick Schumacher (Haas) +29.899
14 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) +31.867
15 - Alexander Albon (Williams) +36.016
16 - Nicholas Latifi (Williams) +37.038
17 - Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) + 1 volta
(Kevin Magnussen, Daniel Ricciardo e Lando Norris não completou a prova)
* Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima