As etapas brasileiras da Fórmula 1 costumam revelar episódios históricos na categoria. Na tarde desta sexta-feira (11/11) não foi diferente: pela primeira vez na carreira, o dinamarquês Kevin Magnussen, da equipe Haas, foi o pole position no Grande Prêmio de São Paulo. As condições climáticas variadas e um “acidente no tempo certo” contribuíram para um momento que levou ao o público presente ao delírio.
Com um dos piores carros desta temporada, Magnussen veio de momentos diferentes e controversos em sua carreira. Tratando-se de saída do grid, sua melhor posição havia sido um quarto lugar em sua estreia, no Grande Prêmio da Austrália de 2014. Ainda melhor para o nórdico foi seu resultado na corrida daquela etapa, com o segundo lugar, o melhor na categoria até hoje.
Q1: A tal garoa paulistana
Debaixo do tradicional e traiçoeiro tempo instável de Interlagos, a primeira tomada de tempos foi realizada sob a decisão da utilização de pneus intermediários. As voltas rondam a casa inferior a 1:20 como suficiente para seguir na disputa, com o pouco spray oferecido pela garoa paulistana incapacitando giros melhores. à medida em que a pista secava os poucos pingos d’água, o tempo melhorava independentemente da borracha: a Alpha Tauri, na metade desta etapa, foi a primeira a utilizar pneus macios.
A tentativa de Pierre Gasly foi frustrada pela grande dificuldade de tração nas saídas das curvas, sobretudo nos pontos de alta pressão aerodinâmica. Na segunda tentativa, faltando quatro minutos, o francês baixou a melhor volta para a casa de 1:17: quem se arriscou, se deu bem, a princípio. Logo, todo o grid recorreu à borracha mais eficaz para sobreviver às condições imediatas, com todos necessitando de diversas voltas para passar à segunda parte da qualificação.
Q2: As charadas do tempo e da pista
As condições relativamente adversas ainda davam condições para boas voltas de surpresas como Alexander Albon e Fernando Alonso, Pierre Gasly e Lando Norris, este último, dono de três tomadas de liderança em toda a classificação. Ainda utilizando pneus de pista seca, era possível ver como a chuva ameaçava a retornar com força. No que parecia a última oportunidade com compostos “slick”, as Mercedes deram salto afirmativo em relação ao bom ritmo na reta final do campeonato, saltando para a parte inicial.
Em seguida, mais uma secagem repentina livrou a ameaça de eliminação das Ferraris, consecutivas a saltarem, junto a Max Verstappen, para o melhor tempo do fim de semana, na casa de 1:10. O equilíbrio, assim como no primeiro treino livre, voltava a aparecer: do líder ao 13º, a diferença era de sete décimos. Albon, Gasly e Vettel foram eliminados por menos de um décimo em relação ao décimo colocado.
Q3: Nórdico na pole com a ajuda de Thor
Os radares anunciavam chuva durante a parte final da qualificação. Charles Leclerc foi o único a abrir sua volta com compostos intermediários, falhando em sua tentativa e, de quebra, atrapalhando o giro de seu rival pelo vice-campeonato Sergio Pérez, voltando aos boxes em seguida. As condições traiçoeiras pegaram George Russell de surpresa na altura da saída da reta oposta, com a chuva tendendo a aumentar e com Kevin Magnussen como pole position provisório. O acidente exigiu a interrupção da prova com bandeira vermelha.
Com a bandeira verde, já em uma hora de qualificação percorrida, a opção plausível pela precipitação aguardada eram os intermediários. Com a chuva intensificada e a incapacidade em melhorar os tempos, o danês conseguiu sua primeira pole position da carreira com a ajuda de Thor, Deus do Trovão, quem fez chover no momento certo em Interlagos para confirmar o 1:11.674 em pista seca como suficiente para largar em primeiro.
Confira o grid de largada para a corrida sprint do Grande Prêmio de São Paulo:
1 — Kevin Magnussen (Haas) 1:11.674
2 — Max Verstappen (Red Bull) 1:11.877
3 — George Russell (Mercedes) 1:12.059
4 — Lando Norris (McLaren) 1:12.263
5 — Carlos Sainz (Ferrari) 1:12.357
6 — Esteban Ocon (Alpine) 1:12.425
7 — Fernando Alonso (Alpine) 1:12.504
8 — Lewis Hamilton (Mercedes) 1:12.611
9 — Sergio Pérez (Red Bull) 1:15.601
10 — Charles Leclerc (Ferrari) - Não anotou tempo no Q3
11 — Alexander Albon (Williams) 1:11.631
12 — Pierre Gasly (Alpha Tauri) 1:11.675
13 — Sebastian Vettel (Aston Martin) 1:11.678
14 — Daniel Ricciardo (McLaren) 1:12.140
15 — Lance Stroll (Aston Martin) 1:12.210
16 — Nicholas Latifi (Williams) 1:15.095
17 — Guanyu Zhou (Alfa Romeo) 1:15.197
18 — Valtteri Bottas (Alfa Romeo) 1:15.486
19 — Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) 1:16.264
20 — Mick Schumacher (Haas) 1:16.361
* Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
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