Washington, Estados Unidos- Condenada a nove anos de prisão na Rússia, a jogadora americana de basquete Brittney Griner foi retirada em 4 de novembro da penitenciária em que se encontrava e está "a caminho de uma colônia penal" – anunciaram seus advogados nesta quarta-feira (9/11), que disseram desconhecer a localização atual da atleta e seu "destino final".
Brittney, de 32 anos, foi condenada em agosto por "tráfico de drogas", por estar de posse de uma pequena quantidade de óleo de haxixe. Seus defensores denunciam uma decisão infundada e política em pleno conflito na Ucrânia, visando a uma possível troca de prisioneiros entre Moscou e Washington.
Grinner foi retirada do centro de detenção em 4 de novembro, informou a equipe de advogados.
"Agora está a caminho de uma colônia penal", afirmaram os advogados Maria Blagovolina e Alexander Boykov em um comunicado.
A nota dos advogados explica que a Rússia envia as notificações de transferência de detentos por correio, o que pode demorar até duas semanas.
Na Rússia, as transferências, muitas vezes para locais isolados, podem durar vários dias, às vezes até semanas. Os presos normalmente viajam em trens especiais pelo vasto território russo, parando em diferentes prisões, sem possibilidade de comunicação.
"Não temos nenhuma informação sobre sua localização atual nem seu destino final", acrescentam os advogados.
Griner foi detida em fevereiro em um aeroporto de Moscou quando estava com um vape que continha óleo de haxixe. Ela admitiu o crime, mas alegou que estava por engano com a substância, que usa legalmente nos Estados Unidos como analgésico.
O tribunal russo não foi indulgente e, em agosto, condenou-a a nove anos de prisão.
Duas vezes medalhista de ouro olímpica e campeã da WNBA, Griner estava na Rússia para jogar pelo clube de Ekaterinburgo durante o período sem competições nos Estados Unidos, algo comum para as jogadoras da liga feminina de basquete americano, que geralmente recebem salários maiores no exterior.
Durante o julgamento, o clube russo a defende, mas sem sucesso. Em 25 de outubro, seu recurso foi indeferido, o que abriu caminho para sua transferência para uma colônia penal.
O caso de Griner ganhou importância geopolítica no contexto da crise entre Moscou e Washington pela ofensiva russa na Ucrânia.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, propôs à Rússia um acordo para a libertação da atleta.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, reiterou que o governo apresentou "uma oferta substancial" para resolver o caso.
"Cada minuto que Brittney Griner deve suportar uma detenção injusta na Rússia é um minuto demais", afirmou em um comunicado.
"Como o governo continua trabalhando incansavelmente para garantir sua libertação, o presidente orientou a administração a pressionar seus captores russos para que melhorem seu tratamento e as condições que ela pode ser forçada a suportar em uma colônia penal".
Algumas informações indicavam que Griner e outro americano detido na Rússia, Paul Whelan, poderiam ser trocados por Viktor Bout, um famoso traficante de armas russo condenado a 25 anos de prisão nos Estados Unidos.
A família de Whelan denuncia suas condições de detenção em uma colônia na Mordóvia. Alegam que ele está sendo deliberadamente privado de sono e não tem acesso ao atendimento médico que precisa.
Há relatos frequentes de tortura e estupro em massa em colônias penais russas herdadas do sistema de campos de concentração soviético.