SÉRIE B

Vasco faz hoje o principal jogo do ano no desafio de sair da série B

Decisão de hoje contra o Ituano, fora de casa, é a última cartada do Vasco para retornar à elite do futebol brasileiro no próximo ano. Irregular longe do Rio de Janeiro, a equipe cruzmaltina pode até empatar, que garante o acesso

A ideia de um simples acesso já não passa mais pela cabeça de torcedores de Ituano e Vasco. O confronto direto entre paulistas e cariocas, válido pela 38ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, ganhou status de "final de Copa do Mundo". Neste domingo (6/11), às 18h30, no Estádio Novelli Júnior, o Galo e o Cruzmaltino jogam a vida para estar na Série A de 2023. Em casa, os paulistas necessitam de uma vitória simples para chegar à elite do futebol nacional pela primeira vez na história. Qualquer resultado oposto serve para o regresso dos cariocas à Série A do Brasileirão.

A batalha, por si só, traz uma rica narrativa para quem conseguir o tão sonhado acesso. O Ituano vem em franca ascensão na reta final e lida, de forma previamente inesperada, com o maior compromisso de sua história, equiparando-se à final do Campeonato Paulista de 2014, quando os rubro-negros bateram o Santos, nos pênaltis, em pleno Pacaembu. O tamanho do jogo se traduz na primeira vez de um confronto direto da última rodada valer vaga de acesso.

Para se ter uma noção da importância da partida, a diretoria paulista informou que os quase 15 mil ingressos haviam sido esgotados na tarde do último 3 de novembro, reforçando o apelo para o compromisso final na temporada. Até mesmo a TV aberta precisou fazer alterações na grade horária, com a Globo optando por transmitir a partida do começo da noite e deixando de lado o seu tradicional horário das 16h aos domingos.

O conjunto de jogo do Ituano passa, sobretudo, por seu novo comandante, sendo o destaque geral à beira do gramado. Desde a posse na prancheta dos paulistas, o técnico Carlos Pimentel fez do Galo, outrora tornou-se uma equipe de meio de tabela, um postulante à promoção histórica. Em números, o seu efeito é simples e claro: a partir de sua liderança, na 18ª rodada, com a sua equipe no 15º lugar, se somaram à campanha 11 vitórias, seis empates e apenas três derrotas. Em condição mandante, os índices devem preocupar os vascaínos, com oito triunfos e apenas uma igualdade no segundo turno.

"Esta semana foi diferente. Recebemos muitas mensagens. Dorme pensando no jogo, vem para o clube e falamos sobre o jogo. Nesta semana, só se fala deste jogo. Último do campeonato. Vamos estar focados. Chegamos com chances. O futebol de todos foi crescendo neste returno. A importância de decidir em casa é muito grande porque temos um retrospecto positivo. Isto é muito bom", ressaltou Aylon, artilheiro do Ituano na Série B com seis gols.

Para o Vasco, um jogo pode designar os destinos da história recente do clube, vivida dramaticamente nos últimos tempos com uma inédita permanência na segunda divisão, na temporada passada, a mudança de sistema administrativo com a introdução da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e um marco dentro de uma era complicada no século 21.

Os altos e baixos, restringindo-se aos acontecimentos de 2022, bastam para enriquecer o enredo do lado da representação da Colina Histórica. Até o momento, pode-se dizer que a alteração no modelo de gestão e a descoberta de bons atletas das categorias de base são as recordações positivas do vascaíno neste ano.

Entretanto, a repentina saída de Zé Ricardo após bom começo de campeonato e a seguida instabilidade com os técnicos Emílio Faro e Maurício Souza fizeram o time viver uma verdadeira gangorra dentro do G-4, sempre com a preocupação em cair da parte alta, local da ascensão à elite nacional para 2023.

E a preocupação dos torcedores não é com a situação na atual temporada ou com a edição seguinte, senão com um momento conturbado e de pouca competitividade para uma das instituições mais vencedoras e históricas do esporte no país.

Após a derrota para o Sampaio Corrêa, quando o Vasco perdeu a chance de garantir o acesso antecipado, o técnico Jorginho desabafou. "Sabemos que vai ser muto difícil. Uma batalha, literalmente. Mas acredito muito no elenco. Ao mesmo tempo que a gente perdeu o primeiro jogo em casa no ano, não tínhamos uma virada há mais de 400 dias. Esse é o futebol. A gente tem que acreditar sempre, colocar a coisa para cima. Sentimos muito a derrota, mas ela nos ensina. Já vivi muitas situações como essa e assumo a responsabilidade. Nós vamos subir", garantiu.

*Estagiário sob a supervisão de Danilo Queiroz

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