A nova era vivida pelo Palmeiras já está na pura história do clube, equiparando-se a outros momentos marcantes como as gerações da Academia de Futebol, entre os anos 1960 e 1970, e a era Parmalat, na década de 1990. Desde a entrada da patrocinadora Crefisa, em 2015, o Palestra coleciona duas Libertadores, três Copas do Brasil e três Campeonatos Brasileiros, com o último deles consolidado nesta quarta-feira (2/11).
Porém, o destaque da mais recente fase alviverde, marcada pela liderança do técnico português Abel Ferreira, é a solidez na competitividade do elenco. É para se reconhecer que, até o esporte mais popular do mundo, mudou com a pandemia. Porém, a forma de manejar internamente no Verdão traria excelentes e até inesperados frutos à sua torcida.
A aposta em um estrangeiro vindo da Grécia era incógnita a princípio, assim como a insistência em peças de base como Patrick de Paula, Danilo e Gabriel Menino. Outros atletas como Felipe Melo, Weverton, Gustavo Gómez, Gustavo Scarpa e Dudu ansiavam por conquistas maiores após os fracassos dos tempos anteriores.
Pré-moldado pelo competente auxiliar técnico Andrey Lopes, o corpo de atletas se reforçou com peças fundamentais para o título da Libertadores de 2020 — o primeiro de Abel com três meses no clube. Matías Viña, lateral-esquerdo vindo do Nacional-URU, e Luiz Adriano, egresso do Spartak Moscou, se tornaram indispensáveis para voltar a ser dono da América depois de duas décadas.
Entre o bi e o tri continental, a mudança no estilo de jogo foi um ponto importante. Antes reativo e rotulado “retranqueiro”, o alviverde se fez imponente, dando maior visibilidade à criação e importância de nomes como Zé Rafael, Raphael Veiga e Rony. Somado a isso, o bom desempenho na lateral-esquerda seguiu após a saída de Viña para a Roma, com o ex-Peñarol Joaquín Piquerez, mantendo a efetividade na posição.
Claramente, nem tudo na montagem do elenco foram flores. Danilo Barbosa, Matheus Fernandes, Ramires e Lucas Lima não foram queridos pelos palmeirenses, com atletas ainda criticados no elenco atual como Luan e Jorge. O sonho do tricampeonato consecutivo da Libertadores foi interrompido. O Campeonato Brasileiro se tornou imprescindível para completar o ciclo de taças dentre os troféus mais importantes para o futebol nacional.
Ainda há muito competitividade no horizonte palmeirense. O elenco forte, com nomes que ganham ainda mais moral, serão mais determinantes nas próximas temporadas, como a promessa Endrick, que vai se tornando uma realidade para o futebol brasileiro e sul-americano.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
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