Duas seleções merecedoras de seguir nas etapas seguintes da Copa do Mundo Qatar-2022 duelaram nesta segunda-feira (29/11), valendo confronto direto pela primeira fase eliminatória da competição. Entretanto, o Equador ficou pelo caminho ao cair por 2 x 1 para Senegal, no Estádio Internacional de Khalifa, em Doha
A partida ganhou vários contornos em diversos momentos, com destaque pelo poder de reação e de ação da seleção africana de acordo como o jogo mandava. Os sul-americanos, demasiadamente preocupados por se tratar de uma decisão direta, sentiram o peso do confronto e careceram de futebol em alguns detalhes, sendo a primeira seleção a voltar para casa oficialmente neste Mundial.
Com a classificação, os senegaleses aguardam pelo vencedor do Grupo B no compromisso das oitavas de final. A partida está programada para o próximo domingo (4/12), a partir das 16h, no Estádio de Al-Bayt, em Al-Khor.
O jogo
O duelo contou desde a disputa inicial com um componente físico e uma batalha franca pelo domínio territorial. Os Leões de Teranga não se intimidaram em ceder campo e tomar a bola da linha de começo do desenvolvimento de jogada dos jogadores da Tri, para, assim, tentar arranjar potentes contra-ataques.
A primeira oportunidade clara já apareceu aos dois minutos, com Gana Gueye recebendo em bom ângulo da área, mas mandando a bola para fora. Aos sete, Boulaye Dia teve chance em terreno próximo ao lance anterior e perdeu o gol em tentativa cruzada. Claramente, havia campo suficiente para ambas equipes trabalharem. Iliman Ndiaye foi mais um a arriscar, de fora da área, aos 11.
O ímpeto inicial de lado a lado claramente favoreceu mais aos africanos, com os sul-americanos obrigados a baixar linhas e ceder a um jogo mais reativo, ao menos no campo das ideias. Porém, sempre que espalhava seus atletas em campo, os latinos sofriam com a possibilidade de perigosas investidas, como no chute de Ismaila Sarr, perto do gol, com desvio na defesa, aos 23.
A necessidade da vitória para seguir no Mundial dava vontade e nervosismo aos senegaleses. Contudo, o goleiro Hernán Galíndez pouco era incomodado. O técnico Aliou Cissé pedia calma a seu selecionado para gerar ocasiões favoráveis no jogo. Em contrapartida, o ataque e o desenvolvimento equatoriano, eficiente e insistente nos dois compromissos anteriores, em nada apareceu. Havia a sensação de que o regulamento estava debaixo de seus braços.
Os leoninos voltaram a incomodar apenas em chance leve de bola parada, com falta cabeceada por Saliou Ciss, um tanto acima da meta, aos 36. Nervoso pela submissão no jogo, o sempre enérgico treinador argentino Gustavo Alfaro pediu distâncias mais curtas para tocar a bola e tentou reorganizar os planos de jogo no final da primeira etapa do cotejo.
Aos 41, o árbitro Clément Turpin viu pênalti de Piero Hincapié em Ismaila Sarr, ao “fechar a porta” no espaço de jogo do oponente. O mesmo atacante deslocou perfeitamente o arqueiro rival ao bater colocado rente ao seu lado esquerdo, nas redes, e inaugurou o marcador. O juiz do jogo se viu em novo momento complicado ao não notar indisciplina após disputa na linha de fundo entre Youssouf Sabaly e Enner Valencia, aos 47. Sem mais polêmicas, o francês mandou os times para o vestiário.
No princípio do tempo complementar, os andinos tiveram bolas paradas no campo adversário, apontando uma disposição diferente para buscar o empate. A partida, sempre física, ganhava em tensão com a falta de desenvolvimento das propostas de lado a lado: o Equador pouco acertava em passes e Senegal, agora, fazia perigosa manutenção do resultado.
A configuração em nada ajudava na criação de oportunidades, faltando brilhantismo mesmo para criar jogadas de risco ao rival. Em seguida, um jogo valendo classificação convertia-se, aos poucos, em um ritmo amistoso, sem grandes riscos corridos por ambos. A correria e o vigor físico, característicos dos dois selecionados, foi esquecido por uma parcela.
O empate tricolor chegou aos 22 minutos, de forma surpreendente. Félix Torres desviou escanteio vindo da direita e a defensiva dos Leões de Teranga parou para lamentar o desvio de Moisés Caicedo para o fundo da meta, aos pés da segunda trave. Entretanto, a reação africana foi pronta, eficaz e na mesma moeda: aos 24, Kalidou Koulibaly aproveitou rebatida na área após falta e tocou para o gol.
Os latinos voltaram a assustar novamente apenas aos 30, em trama insistente na área adversária, quando Gonzalo Plata emplacou voleio para defesa segura de Edouard Mendy. Inteligentemente, os africanos mantiveram mais o esférico em território rival, para, assim, livrar-se da pressão. Os equatorianos encontravam grandes dificuldades na saída de bola e o relógio os consumia inteiramente.
Com isso, os senegaleses aparentavam maior proximidade em matar o duelo do que tomar o empate mais uma vez. Prova disso foi o chute perigoso de Boulaye Dia próximo à trave esquerda de Galíndez, aos 37. Enquanto os andinos pecavam em excesso no último passe para chegar perto do arco, os leoninos repetiam a dose de periculosidade com finalização de Pape Gueye, defendida em dois tempos.
Nos seis minutos de acréscimo, Plata voltou a levar risco a Mendy na tentativa de cobrança olímpica, defendida pelo guarda-metas para trás, estranhamente, resultando apenas em novo escanteio. Apesar do abafa, os equatorianos voltam para casa com motivos de sobra para estar de cabeça em pé. Já Senegal, segue.
Ficha técnica:
COPA DO MUNDO
Grupo A - 3ª Rodada
Equador 1 x 2 Senegal
Estádio Internacional de Khalifa, Doha, Catar
Equador
Galíndez; Angelo Preciado (Porozo), Torres, Hincapié e Estupiñan; Gruezo (Cifuentes), Franco (Sarmiento) e Caicedo; Plata, Estrada (Reasco) e Valencia
Técnico: Gustavo Alfaro
Senegal
Édouard Mendy; Sabaly, Koulibaly, Jakobs e Abdou Diallo; Ciss (Nampalys Mendy), Gana Gueye e Pape Gueye; Ndiaye (Dieng), Dia (Cisse) e Ismaila Sarr
Técnico: Aliou Cissé
Gols: Ismaila Sarr, aos 43 minutos do 1º tempo, e Koulibaly, aos 24 minutos do 2º tempo (Senegal); Torres, aos 22 minutos do 2º tempo (Equador)
Cartão amarelo: Gana Gueye (Senegal)
Arbitragem: Clément Turpin (França)
* Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz
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