A vitória da seleção do Irã sobre o País de Gales, na manhã dessa sexta-feira (25/11), proporcionou cenas de comemoração entre a torcida pelos jogadores do país mulçumano. Além da celebração pelos primeiros três pontos do Irã na Copa do Mundo, chamou a atenção o fato de haver mulheres no meio da torcida, majoritariamente composta por homens.
No Irã, a ida a estádios de futebol é um hábito permitido, apenas, a cidadãos do gênero masculino. Isso porque o Estado proíbe que as mulheres frequentem esses espaços. Essa determinação vigora desde a Revolução Islâmica - episódio que instituiu, em 1979, o regime do governo atual. Desde 1989, o pais é comandado pelo aiatolá Ali Khamenei.
A participação de mulheres na torcida pelo Irã, da Copa do Mundo do Catar, também motivou a discussão sobre direitos civis no último jogo, quando o país perdeu, na segunda-feira (21/11), de 6 a 2 para a Inglaterra. Antes do início da partida, torcedoras do Irã se emocionaram. Em campo, os jogadores ficaram em silêncio no momento do hino em protesto aos episódios de repressão às manifestações da sociedade iraniana por direitos civis.
Protesto
Direitos das mulheres é a principal bandeiras de uma onda de protestos que ocorre no país. O estopim para que os iranianos fossem às ruas foi a prisão e morte de Mahsa Amini, uma jovem de apenas 22 anos.
Ela foi detida na capital Teerã após violar as regras iranianas sobre o uso de hijab, o lenço islâmico que cobre a cabeça das mulheres. Sobre o caso, a polícia afirma que Mahsha Amini morreu após sofrer um infarto. Há denúncias, no entanto, que apontam que a jovem foi atingida por um cassetete.
Há imagens que mostram a jovem desfalecendo na unidade policial. A cena revoltou a população, que fez o primeiro protesto após o funeral de Masha, na cidade de Saqqez, no oeste do Irã. Nas manifestações, é comum ver as mulheres que, assim como Masha, andam com a cabeça descoberta.
A partir do estopim da morte da jovem iraniana, os protesto ganharam proporções maiores e, agora, demandam mais liberdade às mulheres do país.
Repressão
Diante das protestos, o governo iraniano autorizou que manifestantes sejam condenados à pena de morte. Uma pessoa foi punida, no última dia 14 de novembro, por "perturbar a ordem e a paz da comunidade e cometer um crime contra a segurança nacional". As denúncias contra o manifestante também incluem "ser inimigo de Deus" e "destruição internacional". O nome do manifestante não foi divulgado.
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