A Copa do Mundo Qatar-2022 segue reservando surpresas na sua primeira rodada. Outra das seleções favoritas voltou a cair em sua estreia: a vítima da vez foi a Alemanha, que caiu de virada por 2 x 1 diante do Japão na manhã desta quarta-feira (23/11), noite na capital Doha, sede do jogo, no Estádio Internacional de Khalifa.
A exemplo da derrota argentina contra a Arábia Saudita, o preciosismo e a falta de definição nas oportunidades obtidas, com a sensação de vitória certa a qualquer momento, voltou a recair contra a formação tetracampeã mundial. Com garra desde o primeiro tempo, sobretudo no ímpeto defensivo, os nipônicos conseguiram um grande triunfo através de lances isolados, logrando um resultado histórico no clímax do compromisso.
Até que se defina a partida entre Espanha e Costa Rica, logo mais , às 13h, os asiáticos saberão se são líderes isolados do Grupo E. Para os europeus, o futuro próximo reserva o clássico contra os espanhóis no próximo domingo (27/11), às 16h, no estádio de Al-Bayt. A representação da Terra do Sol Nascente, por sua vez, defenderá a classificação horas antes, às 7h, no Ahmad Bin-Ali, frente aos costarriquenhos.
O jogo
Os orientais começaram sem mostrar timidez na marcação e nas investidas, subindo as linhas para incomodar os teutônicos. Marcação em cima se apresentou como ordem e a estratégia até resultou em gol de Daizen Maeda, aos sete minutos, após um contra-ataque, mas em posição irregular e devidamente anulado. Eficazes na retaguarda, os nipônicos não se incomodavam em ceder campo para o rival, armando bem próximo à sua área.
A primeira chegada perigosa dos alemães veio aos 15, com cabeçada de Antonio Rüdiger rente ao poste, após escanteio cobrado da direita para a chamada segunda trave, a mais longe desde o córner de origem. Pelo chão, a resposta reafirmada dos europeus veio aos 19, Joshua Kimmich bateu forte de fora da área e exigiu a defesa do goleiro Shuichi Gonda.
Ainda pressionando razoavelmente o adversário, a Alemanha chegou mais uma vez aos 27, Ilkay Gündogan teve chance limpa de passar para David Raum, livre, mas mandou no meio do gol, para fácil defesa do guarda-metas. Com meia-hora, Raum recebeu boa bola de Kimmich, driblou o goleiro e foi derrubado: pênalti para os germânicos, conferido por Gündogan.
Seguido ao tento, os Samurais Azuis tiveram apenas um escanteio e um contra-ataque falho a favor, sendo completamente dominados no meio de campo no aspecto físico e na variação tática, chamando a atenção desde cedo neste Mundial como ponto de fortificação da Mannschaft.
Sobrando na criação, o passe final e os disparos ao arco foram pecados que impediram um marcador mais elástico a favor do selecionado liderado por Hansi Flick na metade inicial da partida. Ainda assim, em sequência forte, com cinco jogadores na área japonesa, aos 48, Kai Havertz conferiu um chute cruzado de Serge Gnabry após rebote. O atacante do Chelsea, entretanto, estava em posição irregular.
Na parte final, os teutônicos seguiram a perder gols: no primeiro minuto, Gnabry teve oportunidade clara dentro da grande área e mandou por cima. Aos cinco, Jamal Musiala enfileirou marcadores com dribles curtos na área adversária e também finalizou como o companheiro de Bayern de Munique.
Como tentativa de reação, os orientais tentaram como alternativa a entrada do lateral-direito titular Takehiro Tomiyasu, um dos destaques do time, mas ausente anteriormente por questões físicas, posto na equipe desde o intervalo. O mesmo voltou a se queixar de dores na parte final do duelo. Apesar de maior movimentação entre os suplentes asiáticos, os europeus seguiam levando perigo, com Gündogan finalizando na trave esquerda de Gonda, desde a linha da grande área, aos 14.
A resposta veio com maior ritmo e posse de bola, com mais energia na íntegra das formações em relação aos alemães. Entretanto, quem quis matar o jogo aos 25 foi Gnabry. O empecilho? As quatro excelentes defesas do goleiro Gonda em finalizações apenas do camisa dez dos germânicos, em uma sequência impressionante.
Dois minutos depois, Junya Ito conseguiu boa posição na grande área e finalizou para o milagre de Manuel Neuer, sem tanto campo de visão. No rebote, Hiroki Sakai isolou. Aos 29, por fim, fez-se a máxima de “quem não faz, leva”: em boa trama na área adversária, o recém introduzido ao jogo Ritsu Doan se aproveitou de mais uma bola rebatida para igualar o marcador.
Aos 37 minutos do segundo tempo se concretizou a epopeia dos Samurais: Takuma Asano recebeu bom passe após cobrança de falta rápida desde o campo de defesa, com as linhas alemãs adiantadas. Dentro da área, o camisa 18 finalizou sem ângulo, com a bola entrando no curto espaço cedido pelo arqueiro rival.
A resistência de todo o jogo, tônica da estratégia defensiva, se manteve até o soar do apito final, com grande festa dos japoneses. Leon Goretzka até teve uma chance na cara do gol aos 49, mas atirou a bola rente à trave. No lance final, aos 52 minutos, até Neuer foi para a área, mas não conseguiu igualar o marcador.
Ficha técnica:
COPA DO MUNDO
Grupo E - 1ª Rodada
Alemanha 1 x 2 Japão
Estádio Internacional Khalifa, Doha, Catar
Alemanha
Neuer; Süle, Rüdiger, Schlotterbeck e Raum; Kimmich, Gündogan (Goretzka) e Musiala (Götze); Gnabry, Havertz (Füllkrug) e Müller (Hofmann)
Técnico: Hansi Flick
Japão
Gonda; Sakai (Minamino), Yoshida, Itakura e Nagatomo (Mitoma); Tanaka (Doan), Endo, Kubo (Tomiyasu) e Kamada; Junya Ito e Maeda (Asano)
Técnico: Hajime Moriyasu
Gols: Gündogan, aos 32 minutos do 1º tempo (Alemanha); Doan, aos 29, e Asano, aos 37 minutos do 2º tempo (Japão)
Arbitragem: Ivan Arcides Barton Cisneros (El Salvador)
*Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz
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