Doha — Tite dá sinais de que assimilou direitinho a dura lição aprendida há quatro anos e meio na eliminação diante da Bélgica nas quartas de final da Copa do Mundo na Rússia. Empolgado até demais na Rússia, escalava o time publicamente, permitia aos auxiliares detalhar características dos adversários e no fim das contas deu arsenal de informações para o espanhol Roberto Martínez deixar a cabeça dele um trevo no primeiro tempo da derrota por 2 x 1 nas quartas de final.
Mais experiente, Tite escolheu usar algumas peças para montar seu jogo de cena no debate de ideias com o técnico sérvio Dragan Stojkovic. O comandante da seleção europeia está no cargo há 21 jogos. O Correio levantou que, em 20 deles, usou linha de três ou cinco defensores. Em apenas um testou formação no 4-4-2 — empate contra a Jamaica. Formações traiçoeiras como essa estão na mira do treinador verde-amarelo a fim de evitar surpresas desagradáveis na quinta-feira, às 16h (de Brasília), no Estádio Lusail, na abertura do Grupo G da Copa do Mundo.
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Amordaçado, Raphinha foi desafiado a dar pistas sobre a escalação, mas atuou na entrevista coletiva de ontem muito mais como lateral do que ponta-direita. Pouco apoiou as investidas da imprensa para desvendar o suspense do chefe. "Vocês estão querendo me complicar, hein. Vou deixar para a imaginação de vocês", riu o atacante.
O concorrente direto dele é Antony, mas Tite também costuma utilizar naquele setor Gabriel Jesus, Richarlison e até mesmo Éverton Ribeiro de um lado, Lucas Paquetá do ouro, e Neymar por trás de Richarlison, com Casemiro e Fred no papel de cães de guarda. Há outra possibilidade bem mais surpreendente: Vinicius Junior aberto na direita. O posicionamento não seria novidade. Ele fez o papel no Flamengo, inclusive sob as ordens de Paulo César Carpegiani.
Calado e sempre, Raphinha não mordeu a língua e manteve o sigilo sobre o que aconteceu depois dos 20 minutos de atividade liberada à imprensa. "Se o Tite fechou para a imprensa, não posso falar nada. Quando joga o Vini ou Martinelli do lado, a gente ganha velocidade no jogo. Quando joga o Paquetá, a gente joga mais com a bola no pé, sem tanta aceleração. Cada um tem uma característica diferente do outro, e cada jogo pede uma alternativa", comentou.
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