Ferrari e Leclerc logram objetivos no GP de Abu Dhabi de Fórmula 1

Em corrida com vitória tranquila de Max Verstappen, as disputas em jogo tiveram gerência de pneus como temática para o resultado final da temporada

Paulo Martins*

postado em 20/11/2022 11:53

(crédito: AFP)

A temporada de 2022 da Fórmula 1 teve emoção até sua última volta, com o altamente disputado Grande Prêmio de Abu Dhabi, realizado na manhã deste domingo (20/11), durante a noite dos Emirados Árabes. Além de mais uma vitória de Max Verstappen e da despedida do tetracampeão mundial Sebastian Vettel, as disputas pelo vice na tabela de pilotos e times foram a forma da última de 23 provas do mundial.

Mesmo com a agressividade de Pérez na primeira curva, o campeão mundial Verstappen usou bem o lado externo da primeira curva. No final da reta oposta, Hamilton e Sainz se encontraram na batalha pelo vice-campeonato de construtores, com o inglês levando a pior na chicane, com seu carro saltando e o espanhol devolvendo a posição em seguida. Não houve punições pela comissão de prova, com o mercedista ganhando o quarto lugar. A equipe alemã o convenceu a devolver o posto novamente, no quarto giro, após saída da pista.

O heptacampeão do mundo aproveitou a sequência de retas em seguida para uma manobra limpa. A luta em conjunto se fez real quando George Russell juntou-se à disputa, pressionando o ferrarista. Esperada na prévia, esta situação se tornou o centro do enredo da carreira. Sainz manteve excelente ritmo e superou Hamilton na volta 8. Enquanto isso, Charles Leclerc monitorava a terceira colocação com certa vantagem.

Tentando outra abordagem de ataque contra a escuderia italiana, as Flechas de Prata inverteram a ordem com quase um quinto de prova, tentando aproveitar a segunda metade do stint com a gama mais eficaz e desgastante de borrachas. Em conversa pelo rádio, os engenheiros de Sainz relataram que a defasagem era mais lenta do que a esperada, com o dono do carro 55 discordando do relatório.

Em seguida, no pelotão, Sebastian Vettel teve boa batalha em sua última corrida na categoria contra as Alpines. Esteban Ocon não foi superado pelas ofensivas do alemão e foi aos boxes quando seu companheiro Fernando Alonso se agregou à briga, com o time francês interessado em garantir o quarto lugar entre os construtores diante da McLaren. O espanhol despediu-se de sua formação com problemas nos giros seguintes.

A partir das 15 voltas, o pelotão dirigia-se para seus pitstops, passando dos compostos médios para ops duros. Pararam, na ordem, Pérez, Russell, Sainz e Hamilton até o 20º giro de 58 programados. No encontro de confrontos, Vettel e Alonso, ainda sem parar, se misturaram às brigas maiores da carreira.

Logo, o líder Verstappen parou e cedeu a ponta para Leclerc, chamado para sua troca justo depois, com o mais longevo stint inicial, aproveitando a proximidade dos carros da Red Bull entre si: o monegasco voltou oito segundos atrás dos taurinos e praticamente junto de seu companheiro, conservando sua posição.

Tal diferença caía gradativamente, com o melhor ritmo do carro de número 16 perante seu rival pelo vice de pilotos, com a distância em pouco mais de dois segundos na metade da disputa, se apossando da volta mais rápida, um ponto importante na pressão, com ambos tendo chegado empatados nos Emirados Árabes.

Preocupados com a garantia do segundo lugar entre as equipes, as Ferraris observavam as movimentações nos boxes da Red Bull, ponteiras sem incômodos. Na volta 34, Pérez voltou aos boxes, renovando a borracha dura. O mexicano voltou à pista atrás dos italianos e das Mercedes, mas tomou a volta rápida, ainda que sendo informado sobre a ideia de Leclerc não realizar mais paradas e conservar seus pneus até o final da prova.

Seis giros depois, Sainz e Russell fizeram suas paradas finais, com o mercedista pagando cinco segundos de punição por conduta perigosa nos boxes em seu pitstop inicial. Logo em seguida, Hamilton relatou a vontade de parar para novos compostos. O impasse da Ferrari no rádio era sobre a situação de Leclerc. “Não o alcançaremos se pararmos agora (na volta 44)”, disse o piloto. “Seremos ultrapassados ao final da corrida, assim”, alertou o engenheiro.

No giro seguinte ao diálogo, Pérez e Hamilton reeditaram a batalha do ano passado, com ultrapassagem e troco do inglês pela posição final do pódio. O mexicano se consolidou na 47ª volta: tinha nove segundos e 11 giros para alcançar Leclerc pelo vice, possuindo pneus mais novos em relação ao ferrarista, não-egresso aos boxes.

A qualidade dos compostos duráveis de Pérez não se faziam eficazes o suficiente para alcançar o rival monegasco a partir da meia-centena de giros, com diferença de 12 unidades de disputa em traçado entre as borrachas de ambos. Ainda assim, caía a distância, visual nos instantes finais, com um segundo a menos a cada volta, tendo, de quebra, problemas com retardatários, fechando a corrida a um segundo de capturar seu rival.

Enquanto isso, Hamilton teve problemas de unidade de potência e abandonou a corrida, sendo sua primeira temporada na história da Fórmula 1 sem vitórias. Com Russell em sexto e as Ferraris à frente, a formação de Maranello conquistou o vice-campeonato de construtores praticamente de bandeja.

Confira o resultado do Grande Prêmio de Abu Dhabi:

1 - Max Verstappen (Red Bull)
2 - Charles Leclerc (Ferrari) +8.771
3 - Sergio Pérez (Red Bull) +10.093
4 - Carlos Sainz (Ferrari) +24.892
5 - George Russell (Mercedes) +35.888
6 - Lando Norris (McLaren) +56.234
7 - Esteban Ocon (Alpine) +57.240
8 - Lance Stroll (Aston Martin) +1:16.931
9 - Daniel Ricciardo (McLaren) +1:23.268
10 - Sebastian Vettel (Aston Martin) +1:23.898
11 - Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) +1:29.371
12 - Guanyu Zhou (Alfa Romeo) + 1 volta
13 - Alexander Albon (Alfa Romeo) + 1 volta
14 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) + 1 volta
15 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) + 1 volta
16 - Mick Schumacher (Haas) + 1 volta
17 - Kevin Magnussen (Haas) + 1 volta

(Fernando Alonso, Nicholas Latifi e Lewis Hamilton não completaram a prova)

* Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz