Craques da Copa

Lionel Messi e a tentativa final para uma dolorida geração argentina

A morte de Diego Armando Maradona, a crise política e social no país e a quebra de um jejum de décadas alimentam o sonho albiceleste pelo tricampeonato

Paulo Martins*
postado em 19/11/2022 12:00
 (crédito: Arte/AFP)
(crédito: Arte/AFP)

Os fãs do futebol começam a se preparar para a despedida de um dos maiores gênios da história do esporte. Lionel Andrés Messi se tornará um dos atletas de cinco Copas do Mundo no Qatar e poderá superar o alemão Lothar Matthaus caso pise as semifinais. “La Pulga” vem acompanhado de uma boa trupe neste Mundial para tentar o êxito falho em outras oportunidades de forma dolorosa.

Desde 2006, por vezes junto de melhores equipes do que técnicos, a lenda de Rosario deixava a competição dolorosamente, inclusive perdendo uma final, no Brasil, em 2014. Após as decepções nas Copas Américas seguintes, “Lio” cogitou e afirmou abandonar a carreira com a camisa celeste e branca, regressando para a Copa de 2018 com classificação sofrida nas eliminatórias, contando com um hat-trick frente ao Equador, em Quito.

Da Rússia ao Qatar, Messi viveu altos e baixos na sua vida futebolística. Deixou seu clube de formação, o Barcelona, e tirou a formação hermana de uma fila de 28 anos de seca ao bater o Brasil, em pleno Maracanã, pela final da Copa América. Um dos líderes da “Scaloneta”, apelido para o time comandado por seu xará Lionel Scaloni, técnico da seleção, tem a chance de brilhar em seu último Mundial e dar a sua pátria uma conquista desejada para um momento tão sofrido.

A pandemia, o ex-presidente Mauricio Macri e o atual, Alberto Fernández, responsáveis pelo caos social, político e econômico na Terra da Prata se somaram a um sofrimento inesperado para todo o povo argentino no dia 25 de novembro de 2020. Na data em questão, todo o país parava em lágrimas para lamentar o falecimento de Diego Armando Maradona, principal responsável pela epopeia albiceleste no bicampeonato no México, em 1986.

Desafogados pela vitória diante do maior rival, alguns meses depois, Messi e a Argentina sonham com um alento para a própria alma no Qatar. Porém, a seleção e o astro não vão acompanhadas somente da sempre fiel “hinchada” (torcida), mas por um batalhão que torna os hermanos favoritos para a conquista do troféu ao final do ano.


Veja cinco curiosidades sobre Lionel Messi:

1 - A Argentina é a Bola de Ouro — As sete conquistas individuais do craque na carreira fazem de seu país natal o maior vencedor do troféu por si só. Somente o camisa 10 faz os platinos empatarem com Alemanha, França, Holanda e Portugal, todos com sete conquistas, mas com mais de um atleta para chegar a tal cifra.

2 - Ofuscado pela Mannschaft — De suas quatro Copas do Mundo jogadas, “La Pulga” apenas não foi eliminado pela Alemanha em 2018. Os teutônicos sacaram os sul-americanos nos Mundiais de 2006 (em casa) e 2010 pela fase de quartas de final e bateram os argentinos na final de 2014 por 1 x 0, na prorrogação.

3 - Parceria com “El Tata” — Rival na segunda rodada, o técnico da seleção mexicana, Gerardo Martino tem história de longa data com Messi, além da parceria no Barcelona entre 2013 e 2014 e na albiceleste entre 2014 e 2016, após a saída de Alejandro Sabella. O ex-meia era ídolo do pai de Lionel, Jorge, quando atuou no clube de coração da família, o Newell’s Old Boys.

4 - Remanescente junto do “Fideo” — Antes da Copa América de 2021, o baixinho atacante já havia sido campeão olímpico com seu selecionado nos Jogos de Pequim, em 2008. Daquela equipe, restou apenas Ángel Di María, parceiro de longa data, presente no Qatar ao lado do astro. Curiosamente, o camisa sete argentino, parceiro do PSG, foi formado no rival do Newell’s, o Rosario Central.

5 - Quase espanhol — A seleção espanhola vencedora do Mundial de 2010 é uma das mais históricas por sua ideia e efetividade de jogo. Entretanto, o selecionado do treinador Vicente del Bosque tentou contar com o pequenino atleta do Barcelona, por este possuir dupla nacionalidade e pelas regras, à época, ainda permitirem a atuação por mais de um país.

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* Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz

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