Quem vê toda cadência e a categoria de Luka Modric pelos gramados não imagina o que ele passou para alcançar o status de um dos craques da atualidade e um dos principais nomes da Copa do Mundo Qatar-2022. Ainda na infância, viveu em zona de guerra e testemunhou o assassinato do avô a poucos passos de casa. Mas, em meio ao caos, o futebol se tornou um refúgio.
Modric nasceu em 9 de setembro de 1985, na pequena Zadar, de pouco mais de 72 mil habitantes. Pertencente à Iugoslávia, o território era uma verdadeira zona de conflito. O futuro jogador sentiu isso na pele. Aos seis anos, viu a própria casa ser bombardeada e o avô, Luka, ser assassinado aos 66 anos por um grupo de rebeldes sérvios.
"Meu coração se parte cada vez que eu lembro que meu avô morreu na porta de casa, literalmente. Hoje em dia, não tenho ódio perante a ninguém. O que aconteceu, aconteceu. É assim. É uma pena que ele não esteja conosco. Eu não tenho ódio ou outro sentimento contra ninguém. É parte da vida que eu vivi", diz o jogador em sua biografia.
O período de tensão levou Modric e os pais a viverem em um abrigo. Foi no momento de maior apreensão da vida que o craque foi moldado. Os primeiros contatos com a bola, mera distração à época, mudariam a vida dele e da família de forma radical. Da incerteza na Croácia para o topo da Europa e do mundo nos anos seguintes.
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Em 2000, deus os primeiros chutes nas categorias de base NK Zadar. O aspecto franzino contrastava com o talento de sobra. Não demorou para o futebol o levar à primeira experiência fora da Croácia, pelo Zrinjski Mostar, da Bósnia. Entre 2004 e 2009, retornou ao país para defender o Dínamo Zagreb, mais popular e vitorioso do cenário nacional.
O sucesso com três títulos da liga croata despertaram o interesse do Tottenham em 2008. As três temporadas na Premier League foram suficientes para o meio-campista mostrar que poderia alçar voos ainda mais altos. Quatro anos depois, desembarcou na Espanha para defender o Real Madrid e escrever uma das histórias gloriosas entre os jogadores da atualidade.
Modric completou, em agosto, uma década de Real Madrid. Nesse período, conquistou 21 títulos, entre eles, cinco Liga dos Campeões (2014, 2016, 2017, 2018 e 2022), quatro Mundiais de Clubes da Fifa (2014, 2016, 2017 e 2018) e três Campeonatos Espanhóis (2017, 2020 e 2022).
Um dos maiores capítulos da carreira de Modric foram escritos em uma Copa do Mundo. Em 2018, ele foi o maestro da Croácia até a inédita final contra a França. O vice-campeonato foi o melhor resultado do país no Mundial, superando o terceiro lugar em 1998, na primeira disputa como nação independente. A postura de guia da seleção à decisão o consolidou como melhor jogador do planeta bola em 2018.
O apito final na Rússia fez Modric quebrar a alternância de poder entre Cristiano Ronaldo e Lionel Messi como melhores do mundo. Além da Bola de Ouro, da revista France Football, o camisa 10 croata faturou o troféu do Fifa The Best e assumiu o posto de principal boleiro em 2018.
Aos 37 anos, Modric desembarca para a quarta Copa da carreira. Ele também esteve na Alemanha, em 2006 e no Brasil, em 2014. No Catar, espera levar o país novamente ao mata-mata. Para isso, precisa superar a concorrência de Bélgica, Canada e Marrocos, no Grupo F.
Curiosidades sobre Modric
1. O cara na Rússia
Luka Modric acumulou 694 minutos com a seleção croata na Copa do Mundo de 2018 e despontou como o atleta que mais atuou na disputa na Rússia.
2. Desacreditado
Apesar da carreira vitoriosa, Modric começou desacreditado. Durante a temporada 2012/13 foi considerado a pior transferência do Campeonato Espanhol.
3. Desejo do rival
Antes de vestir a camisa do Real Madrid, Modric chamou a atenção do Barcelona. Em 2008, chegou a ter conversas com o clube catalão, mas acabou se transferindo para o Tottenham.
4. A última dança
Embora ainda jogue em alto nível, o astro do Real Madrid garantiu que a Copa do Mundo no Catar será a última da carreira. Ele coleciona um vice-campeonato, em 2018.
5. Entre os maiores
Os 21 troféus erguidos em 10 anos de Real Madrid colocam Luka Modric como o quarto atleta mais vitorioso da história do clube. Ele fica atrás de Sérgio Ramos (22), Paco Gento (23) e Marcelo (25).
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