O mistério chegou ao fim, nesta segunda-feira (7/11), com o anúncio da lista dos 26 convocados da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo do Catar. Em entrevista coletiva na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro, o técnico Tite avaliou as escolhas e ressaltou o favoritismo canarinho.
"Estamos focados em fazer o melhor trabalho possível. Com quatro anos de trabalho, ele fica muito mais consistente. Talvez, o desempenho dos atletas tenha dado esta relação com o torcedor. Vejo em um crescente, em uma expectativa boa", compartilhou. "Sempre são colocadas três ou quatro seleções no mais alto nível. Mundial é um jogo só. Mas a gente assume que o Brasil, sim, é um dos favoritos", complementou.
O treinador brasileiro também comentou a escolha pelo lateral-direito Daniel Alves. "O critério do Daniel Alves é o critério de todos. Ele premia qualidade técnica individual, premia seu aspecto físico e traz seu aspecto mental. Tal qual os outros. Alguns com mais de uma qualidade, outros com mais de outra", justificou o treinador.
Outra surpresa na lista final do comandante canarinho foi o atacante Gabriel Martinelli, do Arsenal. "É um jogador do lance individual, da transição em velocidade. Teve duas convocações e se manteve em alto nível. Poderiam ter outros convocados e existem argumentos para outros. São escolhas. Dentro das características da equipe, do modelo, precisamos de jogadores agudos pelos lados", explicou.
O comandante da Seleção também falou sobre a convocação de nove atacantes. "Eu quero bater em uma tecla de equilíbrio, ele é fundamental na vida e não só no esporte. Há uma geração de atletas de alto nível, que estão se convocando. Eles estão buscando, com desempenho alto. Há uma versatilidade e priorizamos atletas importantes no meio para frente, mas não foge da ideia de equipe equilibrada", ressaltou.
"Para vencer em alto nível precisa de criação e gol. Isto não quer dizer que consistência defensiva não gera o ponto de equilíbrio para vencer. O bom momento deles gerou a convocação", complementou Tite.
Confira outros trechos da entrevista:
Trabalho com os estreantes
"Experiência conta, assim como conta o momento, como conta a capacidade de concentração do atleta. Uma série de fatores são levados em consideração. A carreira toda, o nível que se mantém. O Éverton Ribeiro retomou e tem a consistência do 10. Quando voltou dos Emirados, já tinha a expectativa. Temos este aspecto, tem 32 anos, mas acho que a primeira Copa do Mundo. Jogos em alto nível, final de Libertadores, de Mundial, de Copa do Brasil, jogos de alto nível na Europa. A experiência é muito relativizada."
Maior preocupação
"Sobre os setores, em termos defensivos, temos jogadores versáteis. O Danilo, ontem, jogou de zagueiro e pode fazer a função como lateral e a construção. O Militão, também. Temos jogadores versáteis na defesa e, na frente, temos jogadores com cada vez mais desempenho nos seus clubes e os chancelam a convocar mais atletas do meio para frente pelo momento que vivem. A geração criou isso. É uma equipe equilibrada, mas qualitativa. A qualidade dos atletas permite estas escolhas".
Caminhada até a convocação final
"Sem a campanha de 2018, eu não seria convidado a permanecer. O desempenho trouxe a chance de continuar o trabalho. Os atletas, com este trabalho todo nas diferentes áreas, dá consistência. O trabalho com base. Podem me chamar de demagogo, mas vou fazer o que a minha racionalidade manda. O trabalho todo refletido, com o crescimento dos atletas dá chance de responder se somos uma das favoritas na Copa. E eu tenho gratidão a isso."
Houve alguma decisão individual?
"Se houvesse alguma decisão individual, não diria, porque o pepino ia estourar só em mim (risos). Nesta situação não teve. Na Copa América, de convocação, teve. Eu viajei, tinha um atleta que eu queria muito na Seleção Brasileira e fui ver in loco para definir sua convocação. Nesta, não."
Escolha de Bremer
"A carreira do Bremer e seu desempenho em alto nível no Torino e Juventus o chancelaram. Talvez, a gente não tenha olhado com a devida atenção já antes. Veio com segurança impressionante. Atleta de alto nível, esta foi a geradora, e a concorrência que ele tem, normal e natural."
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