Futebol

CBF cria comissão de combate ao racismo e à violência no futebol

O compromisso foi firmado pela CBF e pelas federações no "Manifesto em favor da vida e do futebol brasileiro

Agência Estado
postado em 13/10/2022 11:33 / atualizado em 13/10/2022 11:34
 (crédito: Lucas Figueiredo/CBF/Direitos Reservados)
(crédito: Lucas Figueiredo/CBF/Direitos Reservados)

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) instituiu a criação de uma comissão para combater o racismo e a violência no futebol. O Grupo de Trabalho (GT) é formado por 46 membros, que representam mais de 30 entidades, entre elas a Fifa, Conmebol, federações estaduais, clubes e o Ministério Público. Os atletas são representados pelo ex-goleiro Aranha. A informação foi divulgada originalmente pelo GE e confirmada pelo Estadão.

Segundo o documento obtido pelo Estadão, uma portaria assinada por Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, o GT irá "discutir os aspectos legais e operacionais relacionados ao aprimoramento do marco regulatório, das políticas públicas e dos procedimentos desportivos", além da coordenação de ações no enfrentamento do racismo e da violência. A primeira reunião será no dia 1º de novembro, às 10h, por videoconferência, sob coordenação do gerente de projetos Ricardo Leão. Todos os times das séries A, B, C e D foram notificados.

O compromisso foi firmado pela CBF e pelas federações no "Manifesto em favor da vida e do futebol brasileiro". Em agosto, a entidade máxima do futebol brasileiro lançou a campanha "Por um futebol e uma sociedade antirracista", com a realização de um seminário sobre o tema, no mesmo mês, na sede do órgão, no Rio de Janeiro.

Durante o evento, Ednaldo Rodrigues propôs a perda de um ponto na tabela de classificação para cada caso de racismo envolvendo os times a partir do próximo ano. "Sou negro, nordestino, e sei o que é enfrentar preconceito na vida", afirmou Ednaldo. "Não há mais espaço para racistas no século 21", disse na ocasião.

Alessandro Barcellos, presidente do Internacional e membro da comissão, afirma que o tema deve ser tratado como prioridade não apenas no esporte, mas na nossa sociedade como um todo. Ele conta que o clube, pioneiro ao incluir uma cláusula antidiscriminação nos contratos de trabalho de jogadores, está satisfeito com o prosseguimento do projeto.

"Entendemos que isso é uma tendência em várias organizações, e no futebol não seria diferente. Temos demonstrado preocupação e interesse em crescer cada vez mais como instituição ao trazer com bastante intensidade projetos voltados para a inclusão e diversidade, sempre de forma democrática envolvendo nossos consulados e torcedores em geral", explica Barcellos.

Confira os representantes da comissão de combate ao racismo e à violência no futebol:

  • Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF
  • Samantha Mendes Longo, diretora jurídica da CBF
  • Júlio Avellar, diretor de competições da CBF
  • Regina Célia Sampaio, gerente jurídica da CBF
  • Ricardo Leão de Andrade, gerente de projetos da CBF
  • Adriano Guilherme de Aro Ferreira, presidente da Federação Mineira de Futebol
  • Michelle Ramalho Cardoso, presidente da Federação Paraibana de Futebol
  • Alessandro Barcellos, presidente do Inter
  • Wellington Silva, conselheiro do Inter
  • Cauê Vieira, vice-presidente de Relacionamento Social do Internacional
  • Guilherme Bellintani, presidente do Bahia
  • Nelson Barros Neto, gerente de comunicação do Bahia
  • Roberta Maria Ramos Negrini, vice-presidente de Inclusão e Diversidade do Sport
  • Andrey Reis, do grupo de Planejamento e Operações de Segurança da Fifa
  • Gerd Dembowski, gerente de Diversidade e Antidiscriminação da Fifa
  • Pavel Klymenko, assessor de Diversidade e Antidiscriminação da Fifa
  • Gustavo Morelli, gerente de Segurança da Conmebol
  • Alejandro Moreno, coordenador de Segurança da Conmebol
  • Aranha, ex-goleiro e autor do livro "Brasil"
  • Daniela Alves, ex-jogadora e treinadora de futebol
  • Ricardo Marques Ribeiro, ex-árbitro de futebol
  • Luciano Hostins, diretor jurídico do Comitê Olímpico do Brasil (COB)
  • Paulo Losinkas, diretor jurídico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)
  • Paulo Sérgio Feuz, auditor do STJD
  • Ronaldo Botelho Piacente, procurador geral do STJD
  • Maurício Neves Fonseca, vice-presidente do STJD
  • Dagoberto Fernando dos Santos, diretor do Departamento de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério da Cidadania
  • João Rafael de Souza Caetano Soares, auxiliar parlamentar do Senado Federal
  • Carolina Ranzolin Nerbass, juíza auxiliar do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
  • Valberto Lira, do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais dos Ministérios Públicos
  • Valdecy Urquiza, delegado da Interpol
  • Rodrigo de Brito Carnevale, delegado da Interpol
  • Elbert Vinhático Neves, tenente coronel do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais (PM-BA)
  • Hilmar Faulhaber, tenente coronel do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais (PM-RJ)
  • Mário Dermeval Aravechia de Resende, presidente do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil
  • Marcello Barros de Oliveira, assessor parlamentar e de Relações Institucionais da Polícia Civil RJ
  • Marcelo Medeiros de Carvalho, fundador do Observatório Racial do Futebol
  • Onã Rudá Silva Cavalcanti, fundador do Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQs
  • Fabiano Machado da Rosa, advogado especialista em Compliance Antidiscriminatório
  • Arlete Mesquita, conselheira federal e vice-presidente da Comissão de Direito Desportivo da OAB
  • Luiz Cláudio do Carmo, presidente da Anatorg
  • Pedro Trengrouse, advogado e coordenador acadêmico do Programa FGV/Fifa/Cies da PUC-MG
  • Stuart Dykes, especialista em SLO da SD Europe
  • Lena Gustafson-Wiberg, especialista em SLO da SD Europe

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