Automobilismo

Em pista úmida, Charles Leclerc é pole no GP de Cingapura da Fórmula 1

Sessão classificatória contou com jogo de estratégia devido à umidade na pista de rua e trapalhada polêmica da Red Bull com o líder Max Verstappen

Paulo Martins*
postado em 01/10/2022 12:31 / atualizado em 01/10/2022 12:32
Em sessão diferente, o vice-líder Charles Leclerc (no centro) consegue importante pole position em Cingapura -  (crédito:  AFP)
Em sessão diferente, o vice-líder Charles Leclerc (no centro) consegue importante pole position em Cingapura - (crédito: AFP)

A classificação do Grande Prêmio de Cingapura de Fórmula 1, realizado na noite asiática deste sábado (1º/10), manhã no Brasil, teve o vice-líder do campeonato Charles Leclerc, da Ferrari, largando na pole position. Esta é a segunda vez consecutiva que o monegasco faz a volta mais rápida em uma sessão classificatória e o grid de largada definido pode acender a briga contra o líder da competição, o holandês Max Verstappen, da Red Bull.

Q1: pista em secagem, desafio na pista

A primeira parte do treino oficial contava com umidade no traçado após chuvas no começo da noite na pequena ilha asiática, na altura do terceiro treino livre, sempre prévio às classificações. Utilizando pneus intermediários, a questão em pista era o ritmo de potência dos pilotos: a McLaren complicou-se e ficou com Daniel Ricciardo eliminado, mesmo com melhora no conjunto.

Enquanto Red Bull, Ferrari e Mercedes ponteavam nas posições dianteiras, em posições mescladas, compostos como a Alfa Romeo de Valtteri Bottas e a Alpine de Esteban Ocon decepcionaram e ficaram de fora já na primeira parte. Os companheiros do finlandês e do francês formaram melhor para a segunda parte.

Q2: Pneu de pista seca ou de garoa?

À medida que a pista secava, era difícil determinar qual jogo utilizar para uma melhor volta e para passar à parte final do treino. Os carros da ponta do grid saíram já na liberação do relógio para testar as novas condições: o ferrarista Charles Leclerc afirmou que a pista estava secando rápido, mesmo que preferisse usar o composto intermediário na primeira tomada, liderando a primeira parcial com tempo de 1:52.343. Assim, o resto do pelotão segue credo que esta seja a melhor alternativa.

A Aston Martin, faltando cinco minutos para o fim da sessão, foi a primeira equipe a colocar pneus macios em seus pilotos, enquanto o monegasco da Ferrari renovou os intermediários. A ideia da equipe inglesa não vingou nos trechos de curvas lentas, pois a tração não teve a aderência esperada, não sendo o composto rápido ainda na segunda parte da classificação. A surpresa desta parte foi a eliminação de George Russell, da Mercedes, seis milésimos mais lento que Kevin Magnussen, da Haas.

Q3: Confusões e decisões

A dúvida sobre os compostos pegou as equipes de surpresa no começo da parte final, com o grid escolhendo os pneus macios de cara, exceto Yuki Tsunoda e Kevin Magnussen. Max Verstappen foi o primeiro a abrir tempos com compostos de pista seca, anotando 1:56.900. O japonês da Alpha Tauri marcou o melhor tempo até ser ofuscado pelo 1:53.082 de Lewis Hamilton.

Com a pista secando na parte final, os primeiros seis pilotos não anotaram acima da casa de 1:52. Os trechos molhados eram um desafio para fechar as voltas e Hamilton (1:51.019) se mantinha na ponta. Na investida final, os tempos baixaram drasticamente, abaixo de 1:50, iniciada pelas Ferraris, com Pérez e Hamilton se metendo nos primeiros.

Max Verstappen, que teve pelo menos um erro de tração em cada volta lançada, foi o último a abrir tentativa, mas de forma polêmica foi chamado aos boxes para abortar. No rádio, o holandês expressou sua revolta pela escolha de equipe, o que deu de bandeja a pole position ao vice-líder do campeonato Charles Leclerc, dono do tempo 1:49.412.

A corrida na pista asiática já abre uma contagem regressiva para o campeonato e para o título, a partir da perspectiva do líder Max Verstappen. O holandês deve ganhar e torcer para que Charles Leclerc chegue abaixo do nono lugar e seu companheiro Sergio Pérez no máximo em quarto, para ser campeão com cinco etapas de antecedência.

Uma das provas mais longas e cansativas do calendário da Fórmula 1, o Grande Prêmio de Cingapura é uma das pistas de luxo da categoria, onde a estratégia é fundamental, uma vez que em um circuito de rua, há mais dificuldade em ultrapassar. A competição começa às 9h deste domingo (2/10) e tem transmissão da Band.

Confira o grid completo para a corrida de amanhã:

  1. Charles Leclerc (Ferrari) 1:49.412
  2.  Sergio Perez (Red Bull) 1:49.434
  3.  Lewis Hamilton (Mercedes) 1:49.466
  4.  Carlos Sainz (Ferrari) 1:49.583
  5.  Fernando Alonso (Alpine) 1:49.966
  6. Lando Norris (McLaren) 1:50.584
  7. Pierre Gasly (Alpha Tauri) 1:51.211
  8.  Max Verstappen (Red Bull) 1:51.395
  9.  Kevin Magnussen (Haas) 1:51.573
  10.  Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) 1:51.983
  11. George Russell (Mercedes) 1:54.012
  12.  Lance Stroll (Aston Martin) 1:54.211
  13.  Mick Schumacher (Haas) 1:54.370
  14.  Sebastian Vettel (Aston Martin) 1:54.380
  15.  Guanyu Zhou (Alfa Romeo) 1:55.518
  16.  Valtteri Bottas (Alfa Romeo) 1:56.083
  17.  Daniel Ricciardo (McLaren) 1:56.226
  18.  Esteban Ocon (Alpine) 1:56.337
  19. Alexander Albon (Williams) 1:56.985
  20. Nicholas Latifi (Williams) 1:57.532

*Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer

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