ELEIÇÕES

Apenas cinco dos 26 jogadores da Seleção Brasileira poderão votar no domingo

Levantamento do portal UOL revelou que, dos últimos 26 convocados pelo técnico Tite, apenas cinco possuem título de eleitor na cidade em que jogam

Em ano de eleições e Copa do Mundo, o papel da Seleção Brasileira é restrito às quatro linhas. Propositalmente, assuntos políticos são pouco debatidos internamente. Para se ter ideia, dos 26 convocados pelo técnico Tite para os amistosos contra Gana e Tunísia, apenas cinco estão regularizados para exercer o voto, conforme o levantamento do portal UOL.

No domingo (2/10), cerca de 156 milhões brasileiros terão a oportunidade de escolherem os próximos governantes, entre eles, governadores e presidente da República. No entanto, nos bastidores do escrete canarinho a pauta política não tem espaço. O número de atletas engajados com os próximos quatro anos do país ilustra bem isso. Vinte um dos 26 boleiros não se encontram em condições de voto.

A apuração do UOL revelou que 80% dos jogadores canarinhos não devem votar. Os motivos variam entre títulos fora do país ou cidade em que jogam, título cancelado ou sequer encontrado. Entre os 23 “europeus” do Brasil, apenas têm estão em condições de participar do pleito eleitoral: o zagueiro Marquinhos (Paris Saint-Germain) e os atacantes Vinicius Junior e Rodrygo (ambos do Real Madrid) poderão ir às urnas nas capitais francesa e espanhola.

Entre os atuantes no Brasil, os flamenguistas Pedro e Éverton Ribeiro estão com o título de eleitor regularizado no Rio de Janeiro. Além dos atletas que precisariam se deslocar para efetuarem a escolha pelos representantes, alguns demandam regularização do documento. Hoje, quatro estão com os títulos cancelados por deixarem de votar por três turnos consecutivos, sem justificativa e ajuste posterior junto à Justiça Eleitoral. Segundo o levantamento, um convocável não teve a certidão eleitoral encontrada no sistema público.

Os votantes no Brasil não podem exercer o direito no exterior, afetando diretamente 12 dos atletas com o documento ainda registrado em território nacional.

Assuntos de cunho político são evitados na Seleção Brasileira por unanimidade. A escolha visa evitar atritos, ainda mais em reta final de preparação para a Copa do Mundo. O técnico Tite confirmou que mesmo em caso de título não visitará a Brasília para evitar o uso político e o desgaste da imagem do time nacional. Isso colocará fim à tradição dos outros cinco títulos do país no Mundial (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002).

Título em país diferente do que joga: 12 jogadores;
Título na cidade em que joga: 5 jogadores;
Título cancelado: 4 jogadores;
Título no mesmo país em que joga, mas em cidade diferente: 4 jogadores;
Título não encontrado: 1 jogador

*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima