Chegou a hora da invencibilidade da Seleção Brasileira masculina ser colocada à prova em Gliwice, na Polônia. Hoje, o esquadrão verde-amarelo volta à quadra do Campeonato Mundial de Vôlei para enfrentar o Irã, às 16h, pelas oitavas de final, onde vencer não é opção e, sim, obrigação.
Embora a responsabilidade seja grande, o momento permite otimismo pelo lado brasileiro. Após o susto na estreia contra Cuba, com a vitória de virada por 3 sets a 2, o técnico Renan Dal Zotto ajustou o time e teve um retorno positivo com os triunfos perfeitos contra Catar e Japão.
O momento de renovação tem pitadas de evolução em meio ao ciclo olímpico dos Jogos de Paris-2024. Dos 14 jogadores levados para a disputa internacional, sete são estreantes. Os ponteiros Rodriguinho e Adriano; o levantador Fernando Cachopa; os centrais Leandro Aracaju e Flávio; e os opostos Darlan e Felipe Roque viverão o primeiro mata-mata de Mundial com a amarelinha.
Apesar do debute na fase aguda, os novatos não sentem a pressão pelo tetracampeonato. Quando "podia" perder, a equipe se portou bem, acalmou os ânimos quando necessário e fechou com vitórias. Agora, porém, a missão pede concentração redobrada e uma margem de erro quase que zero.
A essa altura do campeonato, as falhas podem custar caro. E o central Flávio Gualberto entende isso muito bem. "O Irã é um adversário muito competente, sempre fazemos jogos duríssimos contra os iranianos. É uma equipe muito forte fisicamente, tem um grande oposto que sempre pontua bem nos jogos, é uma das peças que teremos que ter mais atenção no confronto", prospecta o camisa 23.
Mentor do projeto rumo ao tetra mundial, Renan Dal Zotto enxerga que o trabalho está no caminho correto e o título é realidade. "Estamos em um momento de transição, mas chegamos para brigar pelo título. Temos um grupo bem interessante, com jogadores mais experientes e uma garotada muito jovem", avalia o treinador.
O Irã vem de duas vitórias e uma derrota na classificatória. Na estreia, superou a Argentina, de virada, por 3 x 2. Na sequência, caiu no 3 x 1 para a Holanda e fechou a jornada inicial com triunfo sobre o Egito, também por 3 x 1.
Caso passe pelos iranianos, o Brasil verá o nível da briga subir ainda mais. Afinal, o adversário verde-amarelo sairá do confronto entre Sérvia e Argentina, que jogam hoje mais cedo, às 12h30. Os hermanos, inclusive, podem ser a grande pedra no sapato na caminhada rumo ao pódio. No ano passado, eles foram os algozes na disputa pelo bronze em Tóquio-2020. Por outro lado, antes da bola subir, os sérvios estavam longe de serem cotados como favoritos. Agora, eles chegam ao mata-mata com ares de surpresa, após uma primeira fase perfeita, sem perder um set sequer para Ucrânia, Porto Rico e Tunísia.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima