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Facilidade para uns, dificuldade para outros
Dos times que já foram campeões nacionais, Guarani e Sport Recife não estão no G4. O Sport se concentra em uma zona junto de alguns clubes que já estiveram na Série A, enquanto o Bugre está em penúltimo. Estes são alguns exemplos de clubes que já viveram constantemente na elite do futebol brasileiro, como Criciúma (campeão de Copa do Brasil) e Chapecoense (campeã da Copa Sul-Americana).
O Correio conversou com o Diretor Executivo de Futebol do Vila Nova, Carlos Frontini. A equipe goiana vai a Porto Alegre enfrentar o Grêmio, que não vence há quatro jogos e está a três pontos de sair do G4, enquanto o Vila está dentro da zona de descenso devido à diferença de três vitórias com o Brusque, uma vez que estão empatados em 28 pontos.
O representante fala sobre as dificuldades de gerir um clube no país: “Não é fácil fazer futebol no Brasil. Tirando de cinco a oito equipes, o resto das equipes sofrem financeiramente. A solução é tentar se reconstruir de campeonato em campeonato. Gestão leva tempo e eu acho que o imediatismo faz a diferença por aqui. Tudo tem que ser para ontem. Não há tempo ao tempo e futebol não é uma fórmula que se consegue aplicar e ter a certeza que vai dar certo, nem mesmo se fazendo tudo certinho.”
Frontini declarou que a paciência é necessária na hora de buscar os resultados desejados em um planejamento geral: “O espaço é conquistado com transparência e responsabilidade, mesmo que tenha um orçamento baixo. Isso sobretudo com quem está colaborando, para manter essas pessoas perto de você. A torcida no Brasil participa mais quando a equipe está numa situação confortável, brigando por acesso ou títulos e no caso contrário você dificilmente terá esse apoio.”
Além da pressão externa, o executivo aponta maus gestores como problema dentro dos clubes. “Estando na parte de cima da tabela, tudo é tranquilo e bem feito se estiver brigando pelo acesso e por títulos e tudo será bem aceito. A gente tem o exemplo europeu do time do Ronaldo, o Real Valladolid, que caiu em um ano mas manteve a convicção e conseguiu, no outro ano, o acesso. Será que vai haver esse tempo no Brasil também? E mais, mesmo com esse modelo, se deixarem aquelas mesmas pessoas que quebraram o clube tocar, vai quebrar como SAF também. Flamengo e Palmeiras se consertaram sem esse tipo de gestão.”, relatou.
Para o gestor do Vila Nova, a sociedade anônima de futebol é uma via inevitável para o futebol nacional. “A SAF ainda é uma coisa nova no futebol e a gente precisa ver, no decorrer do tempo, o que vai acontecer. Acho que isso é um caminho sem volta no futebol brasileiro, com todos endividados e temos que entender o clube de futebol como uma empresa: entendemos que tem a paixão por trás disso tudo, mas se se toca como clube, só tem prejuízo.”, diz.
*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes
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