Amada pelo seu povo e reconhecida internacionalmente por seu comando — e sobretudo a longevidade à frente do trono do Reino Unido —, Sua Majestade, que morreu nesta quinta-feira (8/9), postergou o quanto pôde o reconhecimento com o nobre título de Sir a Lewis Hamilton. A honraria só foi cedida ao piloto da Mercedes em dezembro de 2020.
O título de Sir (“senhor”, em tradução direta) denomina os cavaleiros da Ordem do Império Britânico: uma honraria por feitos significativos aos cidadãos do Reino Unido. O recordista de títulos da categoria, porém, precisou tomar a frente de questões sociais de reconhecimento por igualdade e respeito aos negros, ainda mais por ser o líder inglês na campanha Black Lives Matter ("Vidas Negras Importam"), em plena pandemia, lembrando a morte brutal de George Floyd, nos Estados Unidos.
A influência de Hamilton fez-se tamanha à época, principalmente por ser o único integrante negro do grid em toda sua carreira, que a Mercedes migrou da cor prata para o preto em 2020 e 2021, a fim de apoiar seu piloto. Tornava-se, à Família Real, inevitável o reconhecimento por tais atos, mesmo depois dos sete campeonatos. Vale lembrar que outros dois pilotos da Fórmula 1 foram declarados Sir: Stirling Moss (2000) e Jackie Stewart (2001, campeão em 1969, 1971 e 1973).
Apesar da demora ser justificada em parte da opinião geral por conta da cor de Hamilton, como um ato de racismo, o piloto não foi o único negro declarado Sir pela Rainha: em 2017, Mohamed Farah, grande nome do atletismo bretão, ganhou o título. Dos quatro ouros olímpicos do anglo-somali, dois foram nos Jogos de Londres, em 2012, que tiveram participação da monarca.
Comoção na Fórmula 1
Hamilton revelou sua preocupação com Elizabeth II em uma entrevista nesta quinta (8) ao canal inglês Sky Sports: "Sempre foi uma grande lutadora. Meus pensamentos estão com ela e a família. Minhas preces estarão com eles e espero melhores notícias", afirmou o heptacampeão. Até a conclusão desta matéria, o piloto não havia feito declarações sobre a morte da rainha.
O presidente e CEO da Fórmula 1, Stefano Domenicali, prestou condolências oficialmente: “Lamentamos o falecimento de Sua Majestade, por mais de sete décadas de sua vida dedicadas ao serviço público com dignidade e devoção, inspirando a tantos ao redor do mundo. Mandamos nossas profundas condolências para a Família Real, para as pessoas do Reino Unido e para a Commonwealth.”
Equipes de origem inglesa como a McLaren (que lembrou o reinado de Elizabeth), a Aston Martin (com mensagem direta do súdito canadense e dono da equipe Lawrence Stroll) e a Williams (nascida com Frank Williams, agraciado como Sir em 2001) também homenagearam Sua Majestade.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
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