O mundo do tênis se despede, ao menos nas quadras, da sua maior estrela. Serena Williams, considerada por muitos como a maior de todos os tempos, enfrentou uma batalha de mais de 3 horas contra Ajla Tomljanovic nesta sexta-feira (2/9), mas não resistiu. Na terceira rodada do US Open, Serena perdeu o jogo por 2 sets a 1, com parciais de 7/5, 6/7 e 6/1. Apesar do resultado, a esportista não poupou as lágrimas e emoção.
Aos 40 anos, a atleta se despede do Arthur Ashe Stadium — quadra central do US Open — onde teve a oportunidade de levantar seis taças. Serena não representa apenas um exemplo de sucesso, mas um grande ser humano que conseguiu fazer das quadras a tela de pintura para expor sua arte, a arte de vencer.
Serena encerra sua carreira com a incrível marca de 23 troféus de Grand Slam, um recorde na Era Aberta do tênis, iniciada em 1968. Acima dela está apenas a australiana Margaret Court, que conquistou quase todos os seus 24 troféus antes da profissionalização do esporte. Somando troféus em duplas femininas, 14, e duplas mistas, 2, ela ostenta impressionantes 39 títulos nos quatro maiores torneios do mundo.
Em Grand Slams, levando em conta somente os jogos de simples, ela é a segunda com o maior número de finais 33, uma a menos que Chris Evert, é a terceira em participação em semifinais, com 40, e a recordista em quartas de final empatada com Evert, 54. Serena é a recordista de títulos no Australia Open, a segunda em Wimbledon e em New York.
Outro aspecto interessante sobre a carreira de Serena Williams diz respeito a sua longevidade. Seu primeiro título de Major foi em Roland Garros em 1999, com 17 anos, já em 2017, ela se tornou a tenista mais velha a ganhar um Grand Slam. Aos 35 anos e quatro meses, a americana estava grávida de dois meses de sua primeira filha quando levantou o troféu do Aberto da Austrália. Esse recorde já era seu desde 2015, quando foi campeã de Roland Garros aos 33.
Em 2013, Serena acumulou mais dois recordes: a dona da maior premiação da história, conta que se aproxima atualmente de US$ 95 milhões de dólares, cerca de R$ 484 milhões e a atleta mais velha a ocupar a liderança do ranking da WTA.
Inspiração
No entanto, grandes ídolos não se constroem apenas com grandes números, mas também com representatividade e para Serena não foi diferente. Uma garota pobre que, ao lado da irmã Venus Williams e com apoio do pai, lutou contra barreiras sociais e atingiu o topo.
Serena é sem dúvidas o grande nome na história do tênis feminino, até porque nunca se omitiu de sua responsabilidade com a sociedade. Em um esporte amplamente dominado por brancos, ela foi uma das pioneiras na luta contra o racismo, encabeçando uma série de campanhas ao redor do planeta para incentivar jovens negras a praticar tênis. Além de ter sido a primeira tenista negra a vencer um Grand Slam desde as conquistas da compatriota Althea Gibson, nos anos 50.
Anos atrás, quando perguntada a respeito da sua origem humilde e como isso influenciou sua carreira, Serena respondeu: “Não importa qual é o seu passado nem a sua origem. Se você tem sonhos e objetivos, isso é tudo que importa. Ao crescer, eu não era a mais rica, mas tinha uma família rica em espírito. Eu tenho sorte, pois qualquer que seja o medo que eu tenha dentro de mim, meu desejo de vencer é sempre mais forte. Não tenho tempo para me abater. Tenho torneios para vencer e pessoas para inspirar. É para isso que estou aqui”.
*Estagiário sob supervisão de Pedro Grigori
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