Representantes de Brasília no Campeonato Brasileiro de futebol de cegos, que acontece em São Paulo de 5 a 13 de novembro, os atletas da Associação Desportiva de Futsal do Distrito Federal (Adef) seguem em preparação intensa para mostrarem ao Brasil aquilo que a capital federal tem de melhor na modalidade.
Guerreiros fora das quatro linhas, os atletas brasilienses também não medem esforços para chegarem em boa forma na principal competição do calendário da modalidade. Para isso, o grupo realiza treinamentos três vezes por semana, com duas horas de duração no Centro Interescolar de Ensino (CIEF), na Asa Sul.
Terceiro colocado no torneio Regional Centro-Norte, disputado em junho no Pará, o esquadrão da capital federal aposta no entrosamento e no potencial individual de alguns atletas para também chegar longe no Brasileiro.
O ala esquerdo Leandro Martins foi um dos destaques da Adef na seletiva no Pará. Ele nasceu com uma doença conhecida por retinose pigmentar, que prejudicou sua visão gradativamente até deixá-lo totalmente cego aos 20 anos. A dificuldade, porém, não o desanimou e ele seguiu no esporte. Trocou o atletismo pelo futsal e agora torce para que novos talentos da modalidade apareçam.
"O projeto conta com o patrocínio da Loterias Caixa e, com isso, temos a infraestrutura necessária para fazer as nossas atividades e fomentar a base com a escolinha. O meu maior sonho é que a gente consiga garimpar garotos para seguir desenvolvendo o futebol de cegos em Brasília", compartilha.
Na ala direita, Jefferson Cavalcante é outro pilar do esquema de jogo do técnico Marcelo Ottoline. Vítima da doença conhecida como Stargardt, ele começou a perder a visão ainda aos 18 anos. Hoje, aos 25, o jogador sofre com cegueira quase total, mas, foi no esporte que conseguiu encontrar forças para continuar e seguir pensando grande.
"Meu sonho é conquistar muitos títulos ainda. Já fui campeão Regional uma vez e quero conquistar o título do Brasileiro também. A nossa seleção está recheada de grandes jogadores, mas trabalho para um dia eu vestir a camisa do Brasil", conta.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima