No momento em que treinadores experientes como Luiz Felipe Scolari (Athletico Paranaense) e Dorival Júnior (Flamengo) voltam a ganhar espaço no futebol brasileiro, o técnico mais vitorioso do Campeonato Brasileiro amarga decepções no futebol e na política. Pentacampeão do Brasileirão por Palmeiras (1993 e 1994), Corinthians (1998), Cruzeiro (2003) e Santos (2004), Vanderlei Luxemburgo apostou na carreira política depois do último trabalho, no ano passado. Pré-candidato ao senado pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) de Tocantins, teve a campanha retirada pelo diretório estadual.
Durante a campanha, o professor veio até Brasília participar de um evento dos correligionários na 110 Sul e foi saudado pelo ex-governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg. "Vamos fazer uma boa dupla no Congresso Nacional", profetizou dias antes do cancelamento do projeto do professor.
A decisão do partido local foi tomada durante uma convenção na última sexta-feira (5/8). A sigla optou por Carlos Amastha. O concorrente preside o diretório estadual e foi prefeito da capital Palmas. A revolta de “Luxa” com a escolha ganhou as redes sociais. “Para mim é impensável permanecer aliançado com traidores. As atitudes do presidente do PSB Tocantins mancham a história do Partido Socialista Brasileiro com uma postura ditatorial e rasteira.”, disse o histórico treinador, em carta aberta.
Depois do último título em 2004, o professor conquistou mais seis títulos estaduais em 17 anos. Trabalhou na Série A pela última vez em 2020. Antes de deixar o comando do Palmeiras nas mãos de Abel Ferreira, tirou o alviverde da seca de títulos paulistas. Curiosamente, ele havia sido o último a brindar o clube com o título estadual. O último clube dirigido pelo treinador foi o Cruzeiro, em 2021. O trabalho curto e sem resultados agradáveis fez à diretoria celeste encerrar a passagem de quem outrora brindou o clube com uma tríplice coroa na Toca da Raposa, em 2003.
Apesar da frustrada tentativa de se tornar senador, Vanderlei Luxemburgo pretende seguir na política neste momento, como descreveu em sua carta aberta após a decisão do PSB em rechaçá-lo: “Continuarei investindo no Tocantins e trabalhando por esse estado que escolhi para viver.”
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima