FUTEBOL FEMININO

Artilheira do Brasileirão, Cristiane não desiste da Seleção Brasileira

Em entrevista ao Correio Braziliense, a goleadora da Série A1 com 13 bolas na rede vestindo a camisa do Santos diz que sonha em disputar a Copa e a Olimpíada e conta com uma nova chance da técnica Pia Sundhage para retomar história com a amarelinha

Monique Del Rosso*
postado em 17/08/2022 19:39 / atualizado em 18/08/2022 11:28
Apesar de o Santos não ter avançado ao mata-mata, Cristiane é a artilheira isolada da Série A1 com 13 bolas na rede -  (crédito: Divulgação/CBF)
Apesar de o Santos não ter avançado ao mata-mata, Cristiane é a artilheira isolada da Série A1 com 13 bolas na rede - (crédito: Divulgação/CBF)

Artilheira disparada da Série A1 do Campeonato Brasileiro Feminino com 13 gols em 14 partidas, a atacante Cristiane vive um momento de contradições na carreira. Em tese, o desempenho pessoal seria suficiente para garantir o Santos nas quartas de final e um cantinho para ela nas convocações da Seleção Brasileira. Na prática, as Sereias da Vila estão fora do mata-mata e a jogadora eleita terceira melhor do mundo pela Fifa em 2007 e 2008 é cada vez mais carta fora do baralho da treinadora sueca Pia Sundhage.

Persistente, Cristiane planeja disputar a Copa em 2023 e os Jogos Olímpicos de Paris-2024, mas não depende somente dela. A última exibição com a camisa da Seleção Brasileira foi no Mundial da França, em 2019. Pia insiste em deixá-la fora do radar, mas ela não desiste. “O dia que as convocações deixarem de ser importantes para mim, estarei próxima do fim da minha carreira“, afirma a jogadora em entrevista ao Correio Braziliense.

Pia tem os motivos dela para abrir mão da goleadora da Série A1. Uma delas é a velocidade da atleta. Pia percebeu isso, há dois anos, em uma análise criteriosa sobre o rendimento de Cristiane no Campeonato Brasileiro Feminino de 2019.

“Artilheira do Brasileiro e comecei o Paulista com o primeiro gol. Durante todas as convocações que tive com a Pia, tive feedbacks do que precisava atingir. Eu atingi em números e mostrei que poderia estar lá. A minha parte foi feita”, argumenta Cristiane.

Ela começou na Seleção na categoria Sub-19. Foi vice-campeã da Copa em 2007, ouro no Pan do Rio-2007, prata nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004 e de Pequim-2008, tornou-se a maior artilheira na história do torneio feminino e considera que a história não acabou. “Sinto que ainda posso contribuir com a Seleção e sigo com muito foco no trabalho. Acho que todo atleta profissional almeja convocações e jogar competições importantes. Eu já tive muitas vitórias, títulos e conquistas, e não perdi a vontade de estar lá”, avisa.

A prova de resiliência tem sido dada no Santos. Somando todas as competições, são 14 gols e seis assistências pelo Brasileirão e o Paulista. “É meu trabalho servir bem meu clube e rendendo o futebol que tenho no meu máximo”, comenta.

Confiante na flexibilização de Pia, Cristiane segue à espera do milagre pelo retorno à Seleção. “Continuo trabalhando forte no meu clube e sigo fazendo meu melhor no Santos para, em caso de uma convocação, poder contribuir”, afirmou.


*Estagiária sob a supervisão de Marcos Paulo Lima

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