Diego é um dos nomes mais simbólicos da era vitoriosa do Flamengo nos últimos anos. Contratado em 2016, quando o time ainda roía o osso para, depois, acumular uma série de conquistas em sequência, o camisa 10 oscila frequentemente entre o papel de ídolo do período de reconstrução a nome questionado pelos rubro-negros. Ontem, ele voltou para o Estádio Nacional Mané Garrincha, palco onde estreou pelo clube carioca, e reforçou os laços com a capital ao sentir novamente o sabor do protagonismo. Foi dele um dos gols da vitória contra o Coritiba, por 2 x 0, pela 17ª rodada do Brasileirão.
Ao contrário daquele 21 de agosto, quando vestiu pela primeira vez a camisa do Flamengo com status de potencial ídolo, Diego foi recebido de forma diferente pelos torcedores rubro-negros de Brasília. No anúncio da escalação, o meio-campista foi o único a ouvir vaias ecoarem pelo Mané Garrincha. A bronca era pela segunda chance como titular sob o comando de Dorival Júnior. Ciente do papel de líder do elenco, o camisa 10 teve a resiliência recompensada e repetiu o mantra dos primeiros minutos pelo clube jogados em Brasília. Ontem, assim como na estreia contra o Grêmio, encontrou as redes da capital.
"Como é bom fazer um gol. Voltar a Brasília, onde a festa é sempre maravilhosa, vencer, fazer um grande jogo. Nunca duvidamos do nosso potencial. Toda grande equipe passa por turbulências, mas nunca faltou vontade e dedicação. O Dorival está sabendo usar bem o grupo e a energia está muito positiva. Nossa responsabilidade é preservar isso. Estamos mais vivos do que nunca no Brasileirão, na Copa do Brasil e na Libertadores. A tendência é continuar crescendo", disse Diego, ao final do jogo.
No gramado, o Flamengo tinha pela frente um adversário indigesto em partidas no Mané Garrincha. Nos outros encontros com o Coritiba na capital federal, foram dois tropeços. Em 2013, ano da reabertura da arena, os cariocas empataram com os paranaense por 2 x 2. Dois anos depois, o rubro-negro saiu derrotado pelos paranaenses, por 2 x 0. Com reservas em campo, a equipe de Dorival Júnior contou com o brilho aéreo de dois jogadores dos mais criticados no elenco para desamarrar a partida e não sofrer o risco de passar maiores sufocos contra o time visitante em Brasília.
A falta de entrosamento do grupo em campo fez o Flamengo ter dificuldades de trabalhar pelo meio. As linhas compactas do Coritiba complicavam ainda mais a missão. Com isso, a força aérea fez a diferença. Gustavo Henrique, outro por quem a torcida não morre de amores, foi o primeiro a usar o recurso e, de cabeça, colocou o rubro-negro na frente, aos 14 minutos.
O segundo gol teve requintes de reconciliação para Diego. Sepultando a reclamação inicial dos rubro-negros, o camisa 10 aproveitou desvio de Pedro, em novo tiro de canto, e ampliou. Comemorou de joelhos e teve o nome gritado pelos torcedores a plenos pulmões.
Na etapa final, de bem com a torcida, Diego voltou a ter os holofotes para si. A cada desarme e passe bem executados, ouvia mais aplausos. A confortável vantagem no placar também deixava o Flamengo mais à vontade em campo. As chances, porém, foram limitadas com Pedro e Vitinho. O último perdeu um gol mais claro e virou o novo alvo das vaias no Mané Garrincha.
Nos minutos seguintes, o time rubro-negro foi reforçado pelos titulares Arrascaeta e Everton Ribeiro. Porém, a equipe apenas circulou a bola e não tirou mais nenhum grito de gol dos brasilienses.
O jogo foi apenas o primeiro de uma sequência de dois compromissos do Flamengo na capital federal. Na quarta-feira, às 20h30, com ingressos mais baratos, o time carioca volta a se apresentar no Estádio Nacional Mané Garrincha, contra o Juventude, pela 18ª rodada da Série A do Brasileirão.
A partida será a primeira após a abertura da janela de transferências internacionais e pode marcar as estreias do atacante Everton Cebolinha e do volante Arturo Vidal, caso reúnam condições. A certeza é de que, depois da reconstrução dos laços afetivos com Brasília, Diego será, assim como os reforços, um dos queridinhos do público.