Acaba, hoje, a carreira de um dos grandes ídolos recentes do Fluminense e referência da posição de centroavante. Aos 38 anos, com 19 deles dedicados ao futebol, o atacante Fred viverá contra o Ceará, às 19h, no Maracanã, os últimos minutos como profissional da bola. Quando deixar o gramado do principal estádio do Rio de Janeiro pela última vez, solidificará uma obra construída com gols, títulos importantes e presença em Copas do Mundo com a Seleção Brasileira. Um período intenso desde o gol mais rápido do mundo, na Copa São Paulo de 2003, passando pelas conquistas e culminando na derradeira apresentação em campo.
De personalidade marcante dentro e fora de campo, Fred honrou o status de centro-avante de características tradicionais. Vestiu com maestria as camisas de América-MG, onde ganhou projeção por um gol do meio de campo aos três segundos de um jogo da Copinha, Atlético-MG, Cruzeiro e Lyon. Mas foi com a nove tricolor que mais se identificou e escreveu as histórias mais marcantes da vitoriosa carreira. Bicampeão brasileiro e carioca, personagem de uma retomada épica na briga contra o rebaixamento de 2009 e algoz dos maiores rivais do clube, o jogador fez história no Fluminense. A paixão com a torcida foi marcante e recíproca.
Dos 415 gols em 822 partidas, 199 foram comemorados pelos tricolores. O último deles, contra o Corinthians, gerou uma catarse no Maracanã. Era uma prévia da despedida. O adeus de hoje promete muitas homenagens ao segundo maior artilheiro da história do Fluminense. O atacante ocupa a mesma posição no ranking de goleadores do Brasileirão, atrás apenas de Roberto Dinamite. Na Copa do Brasil, ultrapassou Romário e assumiu o topo da artilharia em 2022. Na Libertadores, fica em terceiro, com menos tentos somente do que Luizão e Gabigol.
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Vários desses gols estão marcados na mente e no coração dos tricolores. Para o atacante, o mais especial foi um de voleio contra o Flamengo, na 27ª rodada do Brasileirão de 2012, segundo título nacional conquistado por ele no clube. O lance, inclusive, será retratado em um mosaico antes de a bola rolar no Maracanã. "Fazer um gol no Fla-Flu de voleio, com aquela dificuldade, faz a diferença. Foi um gol especial que carrego como um dos mais bonitos da minha carreira", avaliou, em 2020, em entrevista ao ge.
Nas arquibancadas, mais de 60 mil vozes devem cantar a música "o Fred vai te pegar" pela última vez. Será o último afago da torcida que abraçou o atacante após as críticas sofridas pelo desempenho na Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Com a Seleção Brasileira, ele também esteve no Mundial de 2006. Apesar disso, o atacante será lembrado pela técnica refinada na grande área. Íntimo da camisa nove, marcou gols nas estreias por todos os clubes onde jogou.
Na carreira, acumulou lances marcantes. Para os tricolores, ficam os gols dos títulos brasileiro de 2010 e 2012, quando garantiu, ainda, o Carioca. As oito bolas na rede para evitar a queda em 2009 também ficam na memória. Os americanos sempre irão lembrar do lance relâmpago que o projetou para o país. Nos atleticanos, a marca será o da conquista do Mineiro de 2019. O camisa nove também decidiu títulos do Lyon e a Copa das Confederações para o Brasil.
Nos minutos finais da carreira no Maracanã contra o Ceará, Fred, que convive com uma diplopia, problema ocular conhecido como visão dupla, não deve atuar os 90 minutos. Porém, terá uma festa da torcida do Fluminense para celebrar a carreira. Um momento para concretizar, de uma vez por todas, o seu lugar na história do futebol brasileiro.