Em preparação para a disputa do GP da Grã-Bretanha, em Silverstone, Lewis Hamilton falou pela primeira vez com a imprensa após ser chamado de "neguinho" por Nelson Piquet e defendeu que "vozes antigas" da Fórmula 1 deixem de ter plataforma para expressar ideias retrógradas. A declaração do piloto da Mercedes foi dada nesta quinta-feira, pouco depois de Bernie Ecclestone, ex-chefão da Fórmula 1, dizer que ele deveria ter "deixado de lado" a situação com Piquet.
"Eu não sei por que nós continuamos dando plataforma a essas vozes antigas, porque eles estão falando sobre o nosso esporte e estamos olhando para um local completamente diferente. E isso não representa, eu acho, o que nós somos como esporte agora e onde nós estamos planejando chegar", comentou o britânico."Essas vozes antigas, seja consciente ou inconscientemente, não concordam que pessoas como eu, por exemplo, devem estar em um esporte como esse, não concordam que mulheres estejam aqui", completou.
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Hamilton não chegou a mencionar o nome de Piquet ou Ecclestone, mas fez um comentário relacionado ao que foi dito pelo influente dirigente britânico. "Ninguém deveria ter que deixar racismo de lado, e não cabe a mim deixar isso de lado", disse. "Não é sobre uma situação individual, é sobre um panorama mais amplo. Estou aqui firme e forte, tentando promover a diversidade", concluiu.
Lewis Hamilton foi chamado de "neguinho" por Nelson Piquet em um vídeo de 2021 que ganhou repercussão durante o último final de semana. O termo racista foi utilizado pelo ex-piloto brasileiro enquanto ele comentava o acidente envolvendo Hamilton e Max Verstappen no GP da Grã-Bretanha do ano passado. "O neguinho meteu o carro e não deixou (Verstappen desviar). O neguinho deixou o carro porque não tinha como passar dois carros naquela curva" disse Piquet no vídeo.
O comentário repercutiu negativamente em todo o mundo. Nesta quinta-feira, Bernie Ecclestone se manifestou sobre o assunto, em entrevista ao programa "Good Morning Britain", e minimizou o caso, dizendo que a fala não lhe parece tão terrível a ser dita no Brasil, concordando com o argumento utilizado pelo próprio Piquet ao pedir desculpas para Hamilton. O ex-piloto brasileiro se defendeu dizendo que usou o termo no sentido de aquele "cara" ou "pessoa".