Apesar de não atribuir pontos para os rankings masculino e feminino este ano e não contar com alguns dos melhores jogadores, Wimbledon continua sendo o torneio mais prestigiado da temporada do tênis. A partir de hoje, o evento relançará a corrida pelo recorde de Grand Slams entre o espanhol Rafael Nadal e o sérvio Novak Djokovic.
Por Wimbledon ter excluído os tenistas russos, entre eles o número 1 do mundo, Daniil Medvedev, e bielorrussos, a ATP e a WTA decidiram não atribuir pontos pelo torneio para seus rankings.
Embora não vá jogar, Medvedev continuará garantido no topo do tênis masculino ao término do Grand Slam sobre grama, enquanto Novak Djokovic, que caiu para a terceira posição na ATP por não ter participado do Aberto da Austrália ao se recusar a se vacinar contra a covid-19 e ter se despedido de Roland Garros nas quartas de final, continuará perdendo posições inclusive se for campeão do torneio pela quarta vez consecutiva, algo que somente Björn Borg (5), Pete Sampras (4) e Roger Federer (5) conseguiram na era aberta.
Mas Wimbledon é o templo do tênis, e com pontos ou sem eles, o título terá o mesmo valor esportivo e histórico: Nadal tentará conquistar seu terceiro Grand Slam consecutivo (depois do Aberto da Austrália e de Roland Garros), o que seria sua 23ª conquista de major, enquanto Djokovic tem 20. "Os pontos na classificação são importantes, mas para mim são menos do que era até pouco tempo", afirmou o sérvio.
Matteo Berrettini, finalista no ano passado e invicto nesta temporada jogando na grama, aparenta ser o único capaz de impedir um 60º duelo entre Djokovic e Nadal e uma 30ª final entre ambos. O italiano cruzaria o caminho do espanhol nas semifinais, enquanto "Nole" está do outro lado da chave.
Embora favoritos, Nadal e Djokovic não chegam com todas as certezas: o espanhol está motivado após ter sido campeão dos dois primeiros Grand Slams do ano, mas continua sob a ameaça das dores no pé esquerdo, enquanto o sérvio está em ótimas condições físicas, mas terá que lutar contra os fantasmas que o rondam na temporada.
O sérvio jogou muito pouco este ano: não estreou até o torneio de Dubai e ficou fora dos Masters 1000 de Indian Wells e Miami, antes de retornar à Europa para a temporada de saibro e ser campeão em Roma, mas com derrotas nas semifinais em Madri e nas quartas em Roland Garros. Nadal e Djokovic iniciam Wimbledon sem terem disputado um jogo sequer na grama este ano, mas nenhum dos dois parece preocupado com isso.
"Os seis primeiros meses do ano foram incríveis. Agora, tenho que continuar, se meu corpo permitir", declarou Nadal, campeão de Wimbledon em 2008 e 2010.
"Já ganhei Wimbledon sem jogar nenhum torneio preparatório. Então, não tenho nenhuma razão para pensar que não conseguirei mais uma vez", afirmou o sérvio.