De volta ao comando do Brasiliense três semanas após se afastar do clube para tratar de problemas relacionados à saúde, o técnico Celso Teixeira enfrentou um caso de suposta violência doméstica. Em 24 de maio, o profissional foi conduzido à Delegacia de Atendimento à Mulher devido a uma confusão entre ele, a esposa e vizinhos no condomínio onde mora, no Setor de Hotéis e Turismo Norte (SHTN). Ele precisou pagar fiança para não dormir na delegacia, confirma a discussão e nega qualquer tipo de agressão.
Segundo o Boletim de Ocorrência do caso, lavrado na madrugada da confusão, o técnico e a esposa discutiram por causa de uma mensagem de celular enviada por Celso para uma ex-companheira. No andar da noite, após os dois terem consumido bebida alcoólica, a mulher questionou o treinador sobre o fato. De acordo com o depoimento, Celso teria se descontrolado, proferido ofensas morais e “avançou sobre sua direção segurando-a pelo pescoço”. Ela gritou por ajuda e acredita que vizinhos chamaram a polícia.
A vítima segue dizendo que, antes de os militares chegarem no local, ela foi “arremessada para fora do quarto do hotel, quando mais uma vez tentou segurá-la pelo pescoço, sendo impedido por vizinhos”. Duas testemunhas contaram detalhes da versão e relataram ameaças posteriores de Celso. “Você não sabe com quem está mexendo. Vou acertas as contas contigo”, disse uma delas. Outra contou que chegou a bater na porta do apartamento durante a briga dizendo que chamaria a polícia por “violência contra a mulher”.
Acionado para a ocorrência, o militar Tiago Halley Barbosa dos Santos relatou que encontrou a mulher de Celso no apartamento de uma vizinha e que a mesma disse “ter sido empurrada e agredida com apertões em seu pescoço”. Um laudo de exame de corpo de delito feito pelo Instituto Médico Legal (IML) e anexado no processo constatou algumas lesões na região cervical. Os envolvidos foram levados à Deam I. Preso em flagrante, o técnico do Brasiliense precisou pagar fiança de R$ 5 mil para não passar a noite detido.
Versão do treinador
Procurado pela reportagem para comentar as supostas agressões, Celso Teixeira, ao lado da mulher durante o contato telefônico, negou todas elas. O treinador do Brasiliense confirmou a discussão com a esposa na noite em questão, mas disse que o problema não chegou às vias de fato e tratou o caso como uma contenda normal de casal. Os envolvidos, inclusive, estão reconciliados. No depoimento à polícia no dia da confusão, o técnico utilizou o direito constitucional de se manter calado durante a oitiva.
Ainda no dia da lavração do Boletim de Ocorrência, foram concedidas à mulher medidas protetivas como afastamento de Celso do lar de convivência e proibição de aproximação e contato com a vítima e seus familiares. Ela, porém, negou os recursos. “A requerente relatou que o episódio de violência se deu pelo fato de o requerido ter consumido álcool estando medicado de Clonazepan, não havendo anterior registro de violência. Ainda, informou ao psicossocial que o casal pretende manter a relação e não possuir interesse na apuração criminal pelo crime de ameaça”, diz o laudo.
O pedido foi acatado pelo 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra Mulher de Brasília em 9 de junho. A vítima, assim com as duas testemunhas da suposta violência doméstica, optaram por não representar apuração criminal dos fatos contra o treinador. Com isso, o caso foi arquivado e não terá andamento judicial. Na última terça-feira (14/6), Celso Teixeira voltou ao Brasiliense para seguir no comando do time na Série D do Campeonato Brasileiro. Via assessoria, o clube alegou não ter conhecimento do caso.