STJD

Cruzeiro faz acordo para evitar julgamento por cantos homofóbicos

Equipe celeste entrou em consenso com a Procuradoria do STJD e espera a homologação do Tribunal; denúncia surgiu após partida entre Raposa e Grêmio

O Cruzeiro chegou a um acordo com o Superior Tribunal de Justiça Desportiva para evitar julgamento por cantos homofóbicos. A equipe mineira propôs uma transação disciplinar à Procuradoria, responsável pela denúncia, que foi acolhida nesta segunda-feira (6), segundo informações do GE. Agora, é necessário que a transação seja homologada para a Raposa se livrar do risco de perder pontos.

Em contato feito pelo Superesportes, o Cruzeiro não quis falar sobre o assunto por se tratar de um processo em andamento. No entanto, a proposta cruzeirense está em evidência há uma semana.

Na segunda-feira da semana passada (30), era esperado que o julgamento ocorresse, pois a denúncia contra o clube mineiro em relação aos cantos homofóbicos frente ao Grêmio, em jogo pela sexta rodada da Série B, seria posta em votação. Entretanto, o caso saiu de pauta a partir dessa proposta de transação disciplinar por parte do departamento jurídico celeste.

A denúncia

O Cruzeiro foi enquadrado no artigo 243-G, parágrafos 1º e 2º, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), pelo canto homofóbico e pelo arremesso de dois copos da arquibancada ao campo de jogo. O clube poderia ser penalizado com multa de R$ 100 a R$ 100 mil, além da perda de três pontos na Série B. Entretanto, a Procuradoria do STJD aceitou a proposta de transação disciplinar feita pelo time mineiro.

A transação disciplinar é uma alternativa judicial em que denunciado (Cruzeiro) e Procuradoria (quem fez a denúncia) buscam um acordo sobre qual a punição adequada. Se houver consenso entre as partes, a penalização será aplicada automaticamente. Se não houver, o caso retorna à votação na Comissão Disciplinar do STJD.

O Grêmio também seria julgado na segunda-feira da última semana (30) por conta de um canto homofóbico. Depois da proposta feita pelo departamento jurídico do Cruzeiro, a representação do clube gaúcho ingressou com um pedido de prazo para que também propusesse a transação disciplinar à Procuradoria. A solicitação foi aceita, e o julgamento acabou suspenso.

O caso

Os episódios foram registrados no duelo entre mineiros e gaúchos pela 6ª rodada da Série B, no último dia 8, no Independência, em Belo Horizonte. A Raposa venceu a partida por 1 a 0.

Durante a partida, torcedores do Cruzeiro no estádio cantaram de forma homofóbico: "Arerê, gaúcho dá o c* e fala tchê". Em seguida, os gremistas responderam também com LGBTfobia e machismo: "Maria joga vôlei".