Brasileirão

Fracasso no Maraca

Fortaleza marca no fim contra o Flamengo e vence a primeira no campeonato. Torcida rubro-negra vaia o time carioca e aumenta a pressão sobre o técnico Paulo Sousa, que culpa os jogadores pela derrota em casa

A primeira vitória do Fortaleza no Brasileirão veio, ontem, diante de mais de 60 mil flamenguistas no Maracanã. Eficiente em aproveitar erros cometidos pelo Flamengo ao longo da partida, válida pela nona rodada, o time comandado por Juan Vojvoda venceu por 2 x 1, com gols marcados por Robson, no primeiro tempo, e Hércules, nos acréscimos da etapa final. Éverton Ribeiro balançou a rede pelo lado rubro-negro, bastante vaiado ao fim da partida.

O resultado deixa os tricolores com cinco pontos, ainda na lanterna, pois as rodadas anteriores foram muito ruins, mas o triunfo dá mais tranquilidade aos torcedores, que estavam perdendo a paciência após a derrota no clássico contra o Ceará. A torcida flamenguista fica cada vez mais impaciente, agora lamentando os 12 pontos somados dos 27 disputados. O técnico Paulo Sousa balança no cargo.

O Flamengo não fez um bom primeiro tempo. Assim como em outras partidas da temporada, mostrou fragilidade no setor defensivo e sofreu com alguns erros individuais, responsáveis por gerar riscos desnecessários. No ataque, também não teve grande rendimento, fora alguns lances esporádicos protagonizados por Éverton Ribeiro.

O Fortaleza soube aproveitar a falta de sintonia da defesa flamenguista e criou boas oportunidades desde o início, como uma bola na trave após chute de Robson e uma finalização perigosa de Romarinho. Até que, aos 27 minutos, um dos erros rubro-negros custou caro. Willian Arão tentou tocar a bola para trás, após dominar mal no corredor central, e entregou a bola para Jussa, que avançou e soltou para Robson, dentro da área, tocar por cima de Hugo Souza.

O cenário desanimou a torcida presente no Maracanã, que teve um momento de alívio no instante final antes do intervalo, quando Éverton Ribeiro chutou no canto de Marcelo Boeck e empatou.

O primeiro tempo ruim foi salvo por Éverton Ribeiro, mas os primeiros minutos da etapa final reservaram mais frustrações aos flamenguistas. Com apenas três minutos de bola rolando, Pedro sofreu um pênalti cometido por Benevenutto e assumiu a responsabilidade de bater. Na cobrança, contudo, acertou a trave.

O Flamengo teve uma leve melhora com a entrada de Vitinho no lugar de Gomes, alteração que deu mais poder ofensivo ao time. De qualquer forma, a maior responsabilidade continuava com o sobrecarregado Éverton. Diante da situação, a equipe da casa foi incapaz de dominar, de fato, o adversário. Para piorar, ainda viu Hércules marcar o gol da vitória tricolor em um lance iniciado com um erro de passe de Filipe Luís.

Botafogo tenta bater o Goiás

Sem vencer há dois jogos, o Botafogo reencontra os torcedores, hoje, quando recebe o Goiás, às 20h, no Estádio Nilton Santos, em duelo que encerra a nona rodada do Brasileirão. O objetivo é ganhar para não perder de vista os primeiros colocados.

O Botafogo não conseguiu ir bem em dois jogos seguidos fora de casa e, agora, busca melhorar o desempenho como mandante, condição na qual soma uma vitória, um empate e uma derrota.

Assim como o Botafogo, o Goiás também não ganhou nas últimas duas rodadas, mas a situação é mais delicada apesar da diferença de apenas três pontos. Com nove, o time esmeraldino está à beira da zona de rebaixamento e tenta respirar no Brasileirão.

Ainda sem repetir escalação desde que estreou, Luis Castro deve mandar a campo um time diferente do que perdeu para o Coritiba. O zagueiro Joel Carli e o atacante Vinícius Lopes foram liberados pelo departamento médico e estão à disposição do treinador português.

A defesa e o ataque serão mantidos, mas mudanças são estudadas no meio-campo. A saída de Del Piage do time titular é praticamente certa. Tchê Tchê e Patrick de Paula são as opções. Além disso, Lucas Fernandes pode aparecer no lugar de Chay.

Um fator que vem preocupando Luis Castro é a questão ofensiva, apesar de o Botafogo ter um dos melhores ataques do Brasileirão. Em média, o time precisa de nove finalizações para conseguir um gol.

Abel detona arbitragem

Abel Ferreira sentou na cadeira da sala da coletiva de imprensa do Allianz Parque chateado e, sobretudo, revoltado. Era possível notar no semblante, antes mesmo de começar a falar, que algo o incomodava. A razão da insatisfação foi a atuação de Wilton Pereira Sampaio. O treinador explicou a ira com o árbitro. Ele afirmou que o juiz goiano agiu com prepotência e arrogância, ontem, no empate sem gols com o Atlético-MG e disse se sentir perseguido.

Abel foi advertido com o cartão amarelo depois de reclamar que Hulk não havia sido punido por falta em Piquerez, matando o contra-ataque do Palmeiras. Outros lances também revoltaram o treinador. "Fico danado porque tomei amarelo quando só disse que era falta. Ele veio com aquela arrogância toda. Em seguida, o capitão, tenho o máximo respeito ao Hulk, mas ele xingou de cima abaixo o fiscal de linha e ele (árbitro) não teve coragem de dar o amarelo", disse o treinador.

"Começo a sentir que é perseguição. Sei que vocês gostam disso, vai dar página, mas me sinto perseguido pelos árbitros brasileiros. Especificamente por esse senhor, que faz o melhor que sabe e pode. Senti intencionalidade dele", desabafou o português.

Abel viu injustiça no empate. Se tivesse um vencedor, na opinião do português, deveria ter sido o Palmeiras, que fez, na própria visão, um jogo inteligente. "Fomos uma equipe competitiva e deveríamos ter levado os três pontos. Infelizmente, não conseguimos converter as cinco oportunidades que tivemos", opinou. O técnico ficou contente com o desempenho defensivo, sobretudo de Luan, de volta após quatro meses. A defesa foi "intransponível", disse.