A base da pirâmide do futebol nacional terá um encontro presencial com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para debater possíveis evoluções na Série D do Campeonato Brasileiro. Com um apoio financeiro nos moldes do aplicado para os times da terceira divisão em pauta, representantes dos 64 participantes da última divisão do país foram convocados pelo presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, para uma reunião no Rio de Janeiro, em 5 de julho.
O encontro surgiu a partir de contatos corriqueiros entre os presidentes dos clubes da quarta divisão, incluindo Ceilândia e Brasiliense, representantes do futebol do Distrito Federal na Série D do Brasileirão. A principal pauta da reunião será um novo aporte em dinheiro para auxiliar nas demandas elencadas pelos clubes participantes do torneio. Os clubes, porém, esperam que a reunião possa servir como ponto de avanço para outras reivindicações coletivas.
Presidente do Ceilândia, Ari de Almeida espera que o encontro dos clubes da Série D com a CBF sirva, também, para aprofundar possíveis evoluções no tratamento dos clubes de menor expressão do país. “Nesse debate, espero que sejam tratados temas além do financeiro, como forma de disputa da competição, questão de arbitragem, transmissão de jogos. Que seja feita toda uma abordagem do formato da Série D. Quem sabe sairemos de lá com um amadurecimento de uma quinta divisão, que é a Série E”, ressalta.
Em tempos de intenso debate para a criação de uma liga de clubes para organizar as principais séries do Brasileirão, uma hipotética quinta divisão é defendida por equipes da base da pirâmide para possibilitar um calendário mais extenso. “Acho que valorizaria demais uma Série E. O Brasil tem clubes para isso e faríamos uma Série D melhor. Selecionaria mais, valorizaria alguns estados que não conseguem ter um ranking. A gente espera temas como esse”, segue Ari, confirmando a presença do Ceilândia no encontro.
Iniciada em maio, a temporada 2022 da Série D do Campeonato Brasileiro está entrando na fase final da primeira fase. Líder geral da competição nacional, o Brasiliense foi o primeiro clube entre os 64 participantes a garantir classificação para o mata-mata. Atravessando uma fase instável de seis jogos sem vitória, o Ceilândia foca nas quatro rodadas finais em busca de uma arrancada. O debate conjunto das equipes com a CBF será antes das duas últimas partidas da etapa inicial do torneio.
“Reforçar que foi um movimento dos clubes que disputam a Série D. Partiu deles a iniciativa de estar se articulando para que a CBF nos ouvisse. Tiveram a sensibilidade de convocar os 64 clubes, mais as federações. O futebol do Brasil não pode ser tratado só a elite. Tem que ser um conjunto. Vejo a CBF tentando fazer isso. Ela é a casa do futebol. Os clubes e as federações são o futebol. É muito louvável a intenção do presidente, em um momento de transição, chamar todos para debater”, elogia Ari.
Aporte financeiro
Antes de a bola rolar, os clubes participantes da Série D do Campeonato Brasileiro receberam uma cota de R$ 120 mil para jogar a competição nacional. Somado aos custos de operação do torneio, o investimento chegou na casa de R$ 60 milhões. Os quatro clubes que conquistarem o acesso para a terceira divisão irão receber uma verba em cunho de premiação: R$ 320 mil ao campeão, R$ 250 mil ao vice, R$ 150 mil ao terceiro e R$ 100 mil ao quarto colocado. Os finalistas também levam veículos.
A busca pelo aporte extra segue os moldes aplicados com a Série C. No início de junho, os 20 times da terceira divisão foram contemplada com um segundo auxílio. Cada um levou R$ 400 mil. Na abertura da temporada, o depósito foi de R$ 250 mil. Na Série D, o valor liberado pela CBF acabou servindo como contrapartida para o licenciamento dos direitos de transmissão para a Instat TV. Porém, a plataforma de streaming, que hoje cobra uma mensalidade de R$ 50,00, é alvo de críticas por constantes problemas técnicos.
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