A tão prometida liga de clubes, que pelos discursos dos cartolas há três meses parecia que finalmente sairia do papel, voltou a ficar distante. Nesta quarta-feira, dirigentes de 25 clubes que se opõem à proposta apresentada pela Liga do Futebol Brasileiro (Libra) decidiram criar um novo grupo, o que torna ainda mais evidente o racha existente entre eles.
O grupo dos 25 se reuniu na sede da CBF pela manhã, em encontro que se estendeu até o início da tarde. "Não houve boa vontade do lado de lá (Libra). Na verdade, hoje com a Lei do Mandante, ninguém é mais do que ninguém. Se o Flamengo é o que é, o grande clube que é, o maior do Brasil, mas não joga sozinho", disse Adson Batista, presidente do Atlético-GO, na saída do encontro.
"Nós queremos ser um bloco que pensa no futebol brasileiro de maneira racional, e não radical, pensando principalmente num bom produto, numa grande liga futura", sustentou o dirigente, que foi um dos primeiros a sair. "Precisa ter flexibilidade de todos os lados. Se for radical, vai ficar do mesmo jeito. Nosso grupo quer ter poder de discussão, poder de negociação."
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O novo grupo ainda não tem nome definido, mas, assim como a Libra, será formalizado e também terá seu próprio estatuto. Há uma série de pontos divergentes entre os dois grupos, mas o principal deles envolve a razão de sempre: divisão de receitas. Enquanto a Libra propõe uma divisão em que 40% seja feita de forma igualitária, 30% por desempenho e outros 30% por audiência e engajamento - sem critérios muito claros quanto a isso -, o grupo contrário exige valores diferentes, com uma divisão de 45%, 25% e 30%, respectivamente.
Até o momento, 13 clubes aderiram à Libra: Botafogo, Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos e São Paulo, da Série A; e Cruzeiro, Ponte Preta, Novorizontino, Guarani, Ituano e Vasco, da Série B. Entre os outros 27 que compõem as duas principais divisões do Brasileiro, Bahia e Grêmio são os únicos que não se posicionaram favoravelmente a nenhum dos lados.
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