Dez personagens com sangue verde-amarelo na veia estão envolvidos direta ou indiretamente na disputa pela 'Orelhuda', neste sábado (28/5), às 16h, na França. Alisson, Vinicius Junior, Fabinho, Casemiro, Firmino, Rodrygo, Thiago Alcântara, Militão, Marcelo e o preparador de goleiros Taffarel estarão no Stade de France, em Saint-Denis, para disputar o troféu da Liga dos Campeões da Europa.
Na reportagem especial Os Brazucas, o Correio Braziliense conta detalhes da influência brasileira nos timaços comandados por Jürgen Klopp e Carlo Ancelotti.
Taffarel e Marcelo
Taffarel exibe no currículo o que Marcelo ainda não conseguiu: o título da Copa do Mundo. Em contrapartida, o lateral-esquerdo do Real Madrid ostenta uma coleção do que faltou na carreira do preparador de goleiros do Liverpool — quatro conquistas da Uefa Champions League.
Faltou um título na passagem do melhor goleiro da Seleção Brasileira pela Europa. Taffarel conquistou a Copa da Uefa (atual Liga Europa), a Supercopa da Uefa, mas alcançou no máximo as quartas de final na Liga dos Campeões. Era 2001. O titular do Galatasaray não evitou a eliminação do time turco por 5 x 2 no placar agregado, justamente contra o Real Madrid. Portanto, há uma pitada de revanche para o gaúcho de Santa Rosa.
O Galatasaray não foi tão longe como na semifinal de 1988/1989, porém tinha uma equipe forte na virada do século. Taffarel no gol, Popescu na zaga, o meia Gheorghe Hagi no papel de maestro e o centroavante Jardel. Ainda assim, pouco para bater de frente com um Real que começava a virar galáctico naquele abril de 2001. Vicente del Bosque liderava Casillas, Roberto Carlos, Hierro, Luís Figo, Raúl, entre outros astros.
Vinte anos depois, Taffarel, contratado em novembro de 2020 para ser um dos preparadores de goleiro do Liverpool, está na decisão da Champions League. Embora atue nos bastidores, praticamente invisível, o senhor goleiro de 55 anos pode, enfim, conquistar a Orelhuda.
O camisa 1 verde-amarelo nas edições de 1990, 1994 e 1998 da Copa do Mundo é um dos três responsáveis pela performance do pupilo Alisson. Os outros preparadores de goleiros da comissão técnica de Klopp são John Achterberg e Jack Robinson.
Jürgen Klopp celebrou a chegada de Taffarel. O profissional também é homem de confiança de Tite na Seleção. "Temos um grupo excepcional de goleiros e queríamos uma solução para estes rapazes. Queremos criar nossa própria filosofia de goleiro. Para isso, trouxemos Taffarel, um treinador que foi um jogador de classe mundial e trabalha no momento ao lado de dois dos melhores goleiros do mundo: Ederson e Alisson (na Seleção)", justificou Klopp no anúncio oficial.
Alisson é influenciado por uma das especialidades de Taffarel: a defesa de cobranças de pênalti. Decisivo nas semifinais dos Jogos Olímpicos de Seul-1988, na decisão da Copa de 1994 e nas semifinais do Mundial de 1998, o mestre viu o pupilo brilhar nesta temporada na conquista da Copa da Inglaterra. Alisson defendeu a cobrança de Mason Mount e brindou o Liverpool com a vitória por 6 x 5 contra o Chelsea, no lendário Estádio Wembley.
"A minha preparação se baseia em uma tríade: treinamento, estudo e instinto. É momento. Tenho duas grandes referências: Taffarel e Dida, mas cada um deles tem característica própria. Pego alguma coisa de cada um", reconhceu Alisson no início da carreira, quando defendia as traves do Internacional antes da transferência para a Roma.
Lateral guloso
Enquanto Alisson é aprendiz de Taffarel, o lateral-esquerdo tem se comportado nesta temporada como uma espécie de "auxiliar" do técnico italiano Carlo Ancelotti. Reserva de Mendy, o brasileiro de 34 anos gesticula, oriente, vibra e comemora gols lembrando assistentes de treinadores. Lá se vão 16 temporadas consecutivas de experiência com a camisa merengue.
Tetracampeão da Champions League, a primeira delas sob a batuta de Carlo Ancelotti, em 2013/2014, Marcelo faz parte do seleto grupo de remanescentes das últimas quatro conquistas. Oito jogadores do atual elenco podem ganhar a Orelhuda pela quinta vez com a camisa do Real Madrid: os laterais Carvajal e Marcelo, o zagueiro Nacho, o volante Casemiro, os meias Modric e Isco, e os atacantes Bale e Benzema.
Marcelo desembarcou no Real desafiado a suceder Roberto Carlos e conseguiu. A conquista do Espanhol nesta temporada foi a 24ª dele no clube. Superou a coleção de glórias do lendário Gento e pode ampliá-la no sábado em caso de vitória contra o Liverpool. Marcelo é o primeiro capitão estrangeiro do Real Madrid desde 1940, ou seja em 82 anos, e tornou-se o primeiro brasileiro a erguer troféu usando a braçadeira do clube. Depois de exibir ao mundo a Supercopa e La Liga, pode levantar a Champions.
Thiago Alcântara e Éder Militão
Era 10 de julho de 2019. Éder Militão desembarcava no Estádio Santiago Bernabéu com traje de gala. Todo empacotado, o zagueiro mais caro da história do Real Madrid vestia terno e gravata para o primeiro encontro com o novo patrão, Florentino Pérez. Lá pelas tantas, passou mal. Acusou tontura. Emocionado, pediu desculpas à imprensa: "Estou um pouco tonto. É muita emoção", afirmou o beque, contratado à época por 50 milhões de euros. A tensão foi proporcional ao peso da responsabilidade. O ex-jogador do Porto chegava para disputar posição com o espanhol Sergio Ramos e o francês Varane. No mínimo sucederia um deles no trabalho de renovação. Foi o que aconteceu.
Sergio Ramos cortou o cordão umbilical com o Real, arrumou as malas e partiu rumo ao Paris Saint-Germain. O caminhão de mudança de Varane deixou a capital espanhola rumo a Old Trafford, a casa do Manchester United. De repente, Éder Militão disputava posição com Alaba e Nacho Fernández. Versátil como Sergio Ramos, conquistou espaço por causa da facilidade para atuar como lateral ou zagueiro pela direita e virou intocável no setor. Alaba é o parceiro oficial, mas Nacho também é seu par. Eles que lutem pela outra vaga.
O Real Madrid acumula 55 jogos na temporada. Éder Militão participou de 50. O beque acumula 5.526 minutos em campo somando exibições na Liga dos Campeões da Europa, Campeonato Espanhol, Supercopa da Espanha e Copa do Rei. A força física é justamente o trunfo pessoal contra os concorrentes. Cuidadoso nas disputas de bola, recebeu nove cartões amarelos e apenas um vermelho nesta temporada contra o Athletico Bilbao.
Embora tenha se firmado na defesa ao lado de Alaba e seja o primeiro reserva de Marquinhos e Thiago Silva na Seleção Brasileira para a Copa do Mundo, há preocupação com a instabilidade emocional de Éder Militão. O equilíbrio mental do jogador tem sido questionado nos últimos dias pela imprensa espanhola. Os focos de preocupação são algumas falhas e apagões na semifinal contra o Manchester City e em exibições de La Liga diante de Atlético de Madrid e Cádiz. Setoristas do Real Madrid defendem uma dupla de zaga com Nacho Fernández e Alaba no sábado em nome da segurança do setor defensivo. Afinal, eles terão pela frente o trio infernal Salah, Mané e Luis Díaz.
Se a primeira impressão é a que fica, o nervosismo de Éder Militão no dia da apresentação ficou gravada na memória da imprensa e dos torcedores. O zagueiro tem pouca experiência em finais como a de sábado. Entrou em campo na decisão da Copa América contra o Peru, em 2019. Participou das decisões de duas Supercopas da Espanha, um torneio de início de temporada sem a intensidade da Champions League. Nacho, um dos concorrentes, é tetracampeão com a camisa do Real. Alba ostenta duas taças no Bayern de Munique.
Além da crítica, o técnico Carlo Ancelotti é cauteloso com o brasileiro. "O Militão me surpreendeu muito. Fiquei surpreso com seu nível e qualidade. Tem espaço para evoluir. Pode melhorar a concentração. O nível físico dele é top, ele é muito rápido, muito forte com a cabeça e um contra um. Às vezes, ele confia demais em seu físico, mas está tendo uma temporada espetacular", elogia o italiano.
Pé-quente
Se a inexperiência de Militão em finais da Champions League preocupa os madridistas, Liverpool vive um suspense. Filho de Mazinho, campeão da Copa de 1994, o meia ítalo-brasileiro naturalizado espanhol Thiago Alcântara foi diagnosticado com uma lesão depois da vitória sobre o Wolverhampton no domingo, pela última rodada do Inglês.
Guardadas as devidas proporções, Thiago Alcântara é para o Liverpool o que Modric representa para o Real Madrid. O dono do meio de campo dos Reds. Assim como fazia no Barcelona e no Bayern de Munique, ele funciona como um metrônomo. Dos pés calibrados dele partiram cinco passes decisivos para gol.
O Liverpool disputou 62 jogos nesta temporada. Thiago Alcântara entrou em campo em 38. Culpa justamente do excesso de contusões. A presença dele em campo é imprescindível porque o craque tem fama de pé-quente e pode entrar para um seleto grupo. Se o Liverpool for campeão, o herdeiro de Mazinho será o terceiro jogador a ganhar o torneio continental por três times diferentes. Igualará os feitos do holandês Clarence Seedorf, vencedor por Ajax, Real Madrid e Milan. O camaronês Samuel Eto'o fez o mesmo vestindo os uniformes do próprio Real, Barcelona e Internazionale.
Fã do maestro, Jürgen Klopp sabe o que representaria a ausência do pupilo no meio de campo contra o Real Madrid. "Thiago quis vir para cá. E ele entendeu como nós jogamos. Ele pensa muito sobre futebol e sabia como a gente jogava. Tinha noção de que se encaixaria e nós sabíamos também", afirmou o alemão.
Roberto Firmino e Rodrygo
Quem vê Roberto Firmino colecionar títulos no Liverpool, talvez não conheça os perrengues do alagoano de 28 anos até a terceira final de Liga dos Campeões da Europa na carreira. Filho de dona Mariana Cícero e seu José Oliveira — ex-vendedor ambulante que pedalava numa bicicleta de carga pelas ruas da cidade comercializando refrigerante, cerveja e água para sustentar a família —, o atacante quase foi registrado com nome inglês (Robert Richard), mas prevaleceu o desejo dos pais de homenagear o avô. Daí o nome na certidão de nascimento ficou Roberto Firmino Barbosa de Oliveira.
O dono da camisa 9 do Liverpool foi criado em uma casa no Trapiche, um dos bairros mais violentos de Maceió, localizado entre a Lagoa Mundaú e o Oceano Atlântico. A residência ficava a cinco minutos a pé do Estádio Rei Pelé, o campo dos sonhos de Roberto Firmino. Aprovado nos testes das divisões de base, iniciou a carreira no CRB, mas ganhou projeção no Figueirense, em Santa Catarina.
Lançado em 18 de outubro de 2009 pelo técnico Hemerson Maria no empate por 1 x 1 com o Joinville na Copa Santa Catarina, Roberto Firmino amargou a reserva durante um bom tempo e até empréstimos num vaivém para o Tombense de Minas Gerais. Em 2010, tinha como um dos concorrentes no Figueirense o atacante Reinaldo, ex-Flamengo, São Paulo, Santos e PSG. Mesmo assim, o fã do cantor cearense Wesley Safadão ajudou o time a ser vice-campeão da Série B com quatro pontos atrás do Coritiba, a subir para a elite do Brasileirão, e conquistou o prêmio de revelação da segunda divisão sob a batuta do treinador Márcio Goiano.
Dos sete gols de Roberto Firmino em 2010, um causou estrago a clube do Distrito Federal. Ele encaminhou o rebaixamento do Brasiliense para a Série C. Era 25 de setembro. O atacante decidiu a partida aos 23 minutos do segundo tempo. Saiu do banco para entrar no lugar de Baraka e decidiu o confronto com o time candango comandado à época por Andrade. Naquela campanha, brilhou também com gols decisivos contra São Caetano, Vila Nova, Icasa e Bahia. O sucesso escancarou as portas da transferência para o futebol europeu.
A porta de entrada foi o Hoffenheim, da Alemanha, antes do sucesso no Liverpool. Aos 30 anos, acumula seis títulos pelo clube. Um deles, a Champions League de 2019 na vitória sobre o Tottenham, por 2 x 0. Embora não ostente uma temporada dos sonhos, Firmino é o vice-artilheiro dos Reds na Champions League com cinco gols, três atrás do astro Salah. Além das lesões, as chegadas do português Diogo Jota e do colombiano Luis Díaz acirraram a disputa no ataque.
Concorrente
Dos 62 jogos do Liverpool na temporada, Firmino participou de 34 e fez 11 gols. O atacante passou de intocável na lista final de Tite para a Copa de 2018 a incerto rumo ao Qatar-2022. Um dos motivos é o amadurecimento de um ex-menino da Vila. Revelado pelo Santos, Rodrygo só não ameaça diretamente Firmino porque o jogador do time inglês também é visto por Tite para opção como meia, ou seja, para o setor onde atuam Lucas Paquetá, Philippe Coutinho e até Neymar.
Aos 21 anos, Rodrygo coloca pressão em Raphinha e Antony. Candidata-se, também, a nove na corrida contra Gabriel Jesus e Matheus Cunha, por exemplo. Embora seja jovem, Rodrygo deu provas incontestáveis de amadurecimento em duelos gigantes desta Champions League.
Marcou na vitória contra a Internazionale na estreia. Fez o gol da classificação diante do Chelsea nas quartas de final. Virou salvador da pátria com dois gols em dois minutos na virada épica diante do Manchester City, no Santiago Bernabéu.
Apelidado de Raio, Rodrygo se tornou o brasileiro mais jovem a marcar 10 gols na Liga, superando lendas como Ronaldo, Adriano e Ronaldinho Gaúcho. Alcançou a marca com 21 anos, 3 meses e 25 dias. O recorde pertencia a Gabriel Jesus. O compatriota do Manchester City fez aos 22 anos, 7 meses e 23 dias. Devagarinho, Rodrygo se aproxima do Fenômeno. Ronaldo coleciona 14 gols na Champions League.
Fabinho e Casemiro
Gaúcho de Caxias do Sul, Adenor Leonardo Bachi, o Tite, teria todos os motivos para soltar a voz em Seul, na Coreia do Sul, e cantarolar a música O meu guri, de Chico Buarque de Holanda, enquanto estiver com os olhos fixos na tevê assistindo à final da Champions League entre Liverpool e Real Madrid. Diria "olha aí, é o meu guri, para Fabinho, volante reserva da Seleção, e apontaria, também, Casemiro, títularíssimo do Brasil rumo à Copa do Mundo do Qatar. O sucesso dos planos de jogo de Jürgen Klopp e Carlo Ancelotti passa pelos pés de dois cães de guarda longe de serem brucutus. Os xodós dão assistências, fazem gols e funcionam como metrônomos das fases defensiva e ofensiva.
Fabinho é um dos donos do pedaço do meio de campo do Liverpool, mas poderia estar do outro lado na decisão. Sim, ele passou pelo Real Madrid e contou como foi a experiência numa entrevista ao Correio, em 2017. "Depois de um mês no Rio Ave, fui emprestado ao Real Madrid B. Fiz um ano bom lá. De repente, eu estava treinando com Kaká, Di María, Higuaín, Cristiano Ronaldo. Era a minha primeira temporada como profissional. Joguei até um número bom de partidas. A minha estreia como jogador profissional (em 8 de maio de 2013) não aconteceu no Brasil, foi no Real Madrid (contra o Málaga, vitória por 6 x 2, com passe para gol de Di María). O técnico era o José Mourinho", lembra o paulista.
Uma oferta da França, país-sede da final de amanhã, mudou os rumos da carreira dele. "Fui chamado para uma reunião no Real Madrid. Disseram que contavam comigo para continuar na segunda equipe. A partir do meu rendimento, eu poderia subir ou não para o principal. Mas, quando apareceu a proposta do Monaco, as contratações, o projeto do clube para bater de frente com o PSG, eu preferi sair. Acho que tomei a melhor decisão", disse na mesma entrevista. Sim, ele escolheu bem. Brilhou no principado, chamou a atenção do Liverpool e virou um dos pupilos de Jürgen Klopp no clube inglês.
O zelo do técnico alemão com o volante já teve até alfinetadas em Tite. Chateado por ter recebido o jogador lesionado em uma das convocações da Seleção, provocou: "Não sei se o Tite está tão preocupado, porque ele nunca o coloca para jogar. Então, provavelmente ele só não vai ficar sentado no banco nos próximos três jogos da Seleção", ironizou.
Casemiro não se restringe ao papel de volante. Especialista em chutes de longa distância, mudou a história da final de 2017 contra a Juventus com um míssil de fora da área contra a Juventus. A final estava empatada por 1 x 1. O gol chute desviou na defesa da Velha Senhora no meio do caminho, traiu Buffon e entrou no cantinho direito. O lance desarticulo o time italiano e o Real impôs goleada por 4 x 1, em Cardiff, no País de Gales.
Respeitadíssimo por esse e outros lances inesquecíveis, Casemiro é um dos oito jogadores do plantel na iminência de conquistar a Orelhuda pela quinta vez com a camisa merengue. Os outros são os laterais Carvajal e Marcelo, o zagueiro Nacho, os meias Modric e Isco, e os atacante Bale e Benzema.
Meia dos bons nos tempos de jogador e volante nas horas vagas, o técnico Carlo Ancelotti é um apaixonado pelo futebol de Casemiro. O brasileiro se encaixa perfeitamente nos conceitos do italiano. "Se procurarmos no mercado por uma cópia de Casemiro, cometeremos um erro. Não há nenhum no futebol mundial. Ele é único", elogiou o comandante.
A opinião não era essa na decisão de 2014. Naquela conquista, Ancelotti sequer relacionou Casemiro para o banco de reservas contra o Atlético de Madrid, em Lisboa. O cara da posição era o alemão Khedira. Casemiro não se intimidou. Festejou a conquista como se tivesse atuado em todos os minutos do tempo normal e da prorrogação.
Alisson e Vinicius Junior
Um ostentou prêmio de melhor do mundo na posição em 2019. O outro ouviu do badalado parceiro de ataque no Real Madrid que está chegando lá e figura entre os cinco melhores do planeta. Com coadjuvantes do goleiro Alisson ao ponta-esquerda Vinicius Junior na final de hoje da Liga dos Campeões da Europa, às 16h, no Stade de France, em Saint-Denis, na França, o Correio encerra a série "Os Brazucas" na decisão mais verde-amarela da história do torneio.
As prévias da final indicam cinco jogadores brasileiros nas formações iniciais de Liverpol e Real Madrid. Alisson e Fabinho no lado vermelho da força; e Casemiro, Éder Militão e Vinicius Junior no branco. Nunca antes na história do torneio um país de fora do Velho Mundo esteve tão representado nas escalações iniciais. Além deles, Firmino pode pintar no time inglês. Rodrygo e Marcelo, no merengue. Filho de Mazinho, campeão da Copa de 1994, o ítalo-brasileiro naturalizado espanhol Thiago Alcântara é dúvida. Preparador de goleiros dos Reds, Taffarel obviamente não entrará em campo.
Eleito número 1 do mundo em 2019 na posição, Alisson tentará parar a melhor dupla de ataque do planeta. O Real Madrid tem 118 gols na temporada. Benzema e Vinicius Junior são responsáveis por 65 — 55%. Eles que se cuidem. O antidoto do Liverpool também impõe senhora estatística. O gaúcho de Novo Hamburgo sofreu 37 gols em 53 exibições na temporada, ou seja, uma média inferior a 1. Para ser exato, 0,69. Alisson dá assistência para gol e, quando necessário, balança a rede, como fez no ano passado.
Melhor brasileiro na Europa nesta temporada, Vinicius Junior fez 21 gols e deu 16 assistências. Referência do país lá fora, Neymar fechou com 13 bolas na rede e oito assistências. Nenhum brasileiro foi mais artilheiro do que Vini na comparação entre as cinco principais ligas.
Benzema rendeu-se à cria do Flamengo. "Ele é jovem de idade, mas não de campo, e já tem mais de 100 partidas. Não falam de Vinícius como o melhor jogador do mundo e ele está no top cinco. Tem que focar na partida, pois pode ganhar o jogo sozinho. Tem potencial para ser ainda mais decisivo. Se conseguir se concentrar mais, pode fazer mais gols e dar mais assistências", elogiou.