Aos 50 anos, celebrados nesta segunda-feira (23), Rubens Barrichello continua acelerando. Não mais na Fórmula 1, maior categoria do automobilismo mundial, onde passou quase duas décadas e ganhou notoriedade nacional e internacional, mas na Stock Car, principal competição brasileira da modalidade, na qual compete há 11 anos e acumula 187 provas e 20 vitórias, sendo campeão em 2014.
Na atual temporada, Rubinho ocupa o terceiro lugar, com duas vitórias em quatro etapas (oito corridas). Na última delas, no Autódromo Velocittá, em Mogi Guaçu (SP), há dez dias, o piloto foi duas vezes ao pódio, ambas na segunda posição. Nos boxes, foi presenteado com uma festa surpresa da Full Time, equipe que defende na Stock, com direito a pintura especial no carro (alusiva aos 50 anos) e vídeos com depoimentos que derrubaram lágrimas do paulista.
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Rubinho também acompanha de perto a família dar sequência ao legado do sobrenome Barrichello. O filho mais velho, Eduardo (ou Dudu, como é chamado), 20 anos, disputa a Fórmula Regional Europeia e chegou a participar de uma corrida da Stock com o pai. O mais novo, Fernando (conhecido como Fefo), 16 anos, integra o primeiro grid da Fórmula 4 Brasil, competição de base recém-criada, chancelada pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e que serve como transição para jovens que vêm do kart.
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O veterano, inclusive, teve recentemente o prazer de vibrar com o primeiro pódio do caçula, na segunda das três corridas do primeiro fim de semana da Fórmula 4, realizado paralelamente à etapa da Stock no Velocittá. Graças a uma ultrapassagem na última volta, Fefo assegurou o terceiro lugar na prova. Rubinho festejou emocionado nos boxes e correu para a pista para abraçar e celebrar o feito com o filho.
"Eu vejo o gosto dele, mesmo sabendo de toda a trajetória do pai, uma pressão enorme, conseguindo se liberar, fazendo as coisas que têm de ser feitas por ele próprio. Fico muito feliz pelo amor dele com isso. A gente não esperava [o pódio]. Para mim, ele ainda estava em quarto, a câmera não mostrou ele fazendo a ultrapassagem. Até fui perguntar como ele tinha ultrapassado [risos]", comemorou Rubinho, à Agência Brasil.
O legado da família na Fórmula 4 não se limita aos filhos de Rubinho. Felipe Barrichello Bartz, 16 anos, sobrinho do piloto e filho da irmã, Renata, também faz parte do grid inaugural da categoria. Na mesma corrida em que Fefo obteve o terceiro lugar, Felipe terminou na segunda posição, garantindo a dobradinha dos Barrichello no pódio.
"É que eu acabei conhecendo ele [Rubinho] primeiro como tio, depois como piloto de Fórmula 1, então acaba que a convivência é normal. É um amigo, que sempre está lá, sempre me ajudando. É gostoso ter a família aqui [na Fórmula 4]. Além do Fefo, tem o Nick [Nicolas Giaffone, filho do piloto Felipe Giaffone], que também é meu primo", contou Felipe.
O sonho dos jovens da família, não há como ser diferente, é recolocar o sobrenome Barrichello na Fórmula 1. A missão não é simples, tanto que o Brasil não tem um piloto começando uma temporada da categoria desde Felipe Massa, em 2017. Até por isso, Rubinho acredita que a Fórmula 4, que encerra uma lacuna de cinco anos sem competições de transição do kart para o monotipo no país, pode ser fundamental no processo.